A Pressão por Mudanças: O Clamor do Setor Empresarial

Em São Paulo, líderes empresariais se uniram para pedir ações mais contundentes. Em uma carta aberta, enfatizaram a urgência de incentivos governamentais para incentivarem a transição para energia renovável, afastando-se dos combustíveis fósseis. Maria Mendiluce, executiva da We Mean Business Coalition, destacou que essa mobilização reflete um reconhecimento da importância do multilateralismo para enfrentar desafios climáticos.

Características dessa mobilização incluem:

• Demandas por políticas energéticas mais robustas
• Necessidade de colaboração entre setores privado e público
• Reconhecimento do papel das empresas na luta contra as mudanças climáticas

Cúpula de Líderes Locais: O Encontro no Rio de Janeiro

Simultaneamente, lideranças regionais conjugarão esforços numa cúpula no Rio de Janeiro. No entanto, a expectativa é que este evento seja abafado por protestos em reação a uma recente operação policial que deixou um saldo trágico de 121 vidas. Nesse contexto, o Príncipe William presidirá a cerimônia do Prêmio Earthshot, que visa reconhecer inovações em prol da sustentabilidade.

Desafios da Cooperação Global e a Necessidade de Ação

A atual cena da diplomacia climática não é das mais otimistas. Tensões geopolíticas e conflitos em diversas partes do mundo interrompem a colaboração internacional. Além disso, as incertezas geradas pelas políticas energéticas dos EUA e as tarifas comerciais afetam a confiança do mercado.

• Cooperação global em ritmo lento
• Desafios relacionados à segurança alimentar e inovação tecnológica
• Redução de metas de emissão de carbono em diversos países

Ainda assim, líderes do setor empresarial expressam suas expectativas em relação à energia limpa, considerando-a uma prioridade estratégica. Gonzalo Sáenz de Miera, do Grupo de Crescimento Verde da Espanha, afirmou que essa transição não só é viável, mas essencial para a competitividade empresarial e a segurança energética.

A Importância da COP30: Um Marco Histórico

A realização da COP30 no Brasil marca 33 anos desde a primeira Cúpula da Terra, onde os países assinaram o primeiro tratado das Nações Unidas comprometendo-se a reagir contra as mudanças climáticas. No entanto, os resultados até agora são limitados, com cerca de 40% das emissões de carbono da era industrial liberadas após esse acordo.

As cúpulas climáticas têm como função primordial reafirmar compromissos e promover a responsabilização entre os países. Contudo, a previsão é de que a COP30 conte com a menor participação de líderes internacionais desde 2019, com menos de 60 líderes confirmados até o último sábado, comparado a eventos anteriores que reuniram mais de 80 chefes de Estado.

Logística e Acessibilidade: Desafios para Participantes

Outro fator que impede a participação é a logística em Belém, com altas tarifas de hospedagem e uma capacidade limitada de acomodações. Até 8 de outubro, apenas cerca de 12.200 pessoas haviam se registrado para a cúpula principal, uma quantidade que fica aquém das COPs anteriores, que atraíram muito mais participantes:

• COP29 em Baku: mais de 54.000 participantes
• COP28 em Dubai: quase 84.000 participantes

A expectativa inicial do Brasil era de mais de 45.000 inscritos. Essa situação gerou preocupações entre países que precisaram ajustar suas delegações devido a essas limitações.

Movimentos Indígenas: Vozes Essenciais na Luta Climática

Uma das inovações do evento é a inclusão das comunidades indígenas. A localização da COP30 em Belém busca trazer à tona essas vozes, fundamentais na luta pela conservação ambiental. Uma flotilha de líderes indígenas descerá o rio Amazonas, trazendo uma lista de exigências para os líderes mundiais. Durante a conferência, muitos grupos indígenas planejam acampar na floresta tropical ao redor da cidade, ressaltando a interconexão entre cultura e meio ambiente.