Reprovação do Congresso Nacional: O Que Diz a Última Pesquisa do Datafolha?

A mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada no dia 5 deste mês, trouxe reflexões importantes sobre a percepção dos brasileiros em relação ao Congresso Nacional. Vamos aprofundar esse tema, analisar as métricas e compreender o que pode estar por trás dos números.

Números que Falam

Segundo a pesquisa, a insatisfação com o desempenho dos deputados e senadores voltou a crescer. Na verdade, 35% dos brasileiros consideram o trabalho do Congresso como ruim ou péssimo. Somente 18% o avaliam de forma positiva, como ótimo ou bom. Esses dados ecoam os índices negativos observados no final de 2023, após um breve período de melhora logo no início do governo Lula.

Distância Entre o Congresso e a Sociedade

Um dos principais pontos revelados pela pesquisa é o distanciamento percebido entre os parlamentares e a população:

• 78% dos entrevistados acreditam que os congressistas atuam em benefício próprio.
• Apenas 18% veem os interesses públicos como prioridade.

Esse cenário sugere que há uma grande desconexão entre os representantes e as necessidades da sociedade, evidenciando uma falta de confiança que pode ter várias consequências.

A Visão Classista

Outro dado alarmante é que 73% dos entrevistados sentem que os deputados e senadores favorecem mais os ricos do que os pobres. Isso é interessante, pois se liga a uma estratégia de comunicação adotada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas redes sociais, usando a narrativa de “ricos contra pobres”. Essa abordagem ganhou força especialmente após a suspensão, pelo Congresso, da elevação do IOF sobre investimentos no exterior.

Divergências nas Opiniões: Eleitores de Diferentes Cores

As percepções sobre o trabalho legislativo diferem significativamente entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL) e os de Lula (PT). Entre os bolsonaristas, 38% consideram a atuação do Congresso ruim ou péssima, enquanto apenas 14% têm uma avaliação positiva. Por outro lado, os eleitores de Lula apresentam um cenário mais equilibrado: 28% de reprovação e 26% de aprovação.

Esse contraste é notável, mesmo em meio a recentes atritos entre o governo e o Congresso. Para muitos apoiadores de Bolsonaro, a percepção é de que o Legislativo falha em barrar o governo Lula e não avança em pautas que consideram relevantes, como a proposta de anistia aos envolvidos nos incidentes de 8 de janeiro, promovida por aliados do ex-presidente, mas que encontra resistência no Centrão e no PT.

Uma História de Rejeição

Desde que o Datafolha iniciou suas medições sobre a popularidade do Congresso nos anos 90, a aprovação nunca ultrapassou a marca de 25%. O pico foi registrado em 2010, durante o último ano do segundo mandato de Lula, quando a aprovação atingiu 24%, superando pela primeira vez a rejeição (22%). Entre os registros mais negativos, destaca-se o de novembro de 2017, quando 60% da população reprovou a atuação do Legislativo, um momento crítico em que a Câmara dos Deputados negou uma denúncia que poderia implicar o então presidente Michel Temer (MDB).

Essa relação entre o público e o Congresso levanta questões sobre a confiança nas instituições e o papel que elas desempenham na vida cotidiana dos cidadãos.

O Que Esperar do Futuro?

A pesquisa foi realizada entre os dias 29 e 30 de julho, com a participação de 2.004 pessoas em 130 municípios, apresentando uma margem de erro de dois pontos percentuais. Com números tão delicados, é essencial que o Congresso reflita sobre sua função e busque maneiras de se reconectar com as demandas da sociedade.

O Desafio de Reconquistar a Confiança

Como o Congresso pode reverter esta tendência negativa? Aqui estão algumas sugestões que poderiam ser consideradas:

• Transparência: Aumentar a transparência nas decisões e processos legislativos ajudaria a construir confiança.
• Participação Cidadã: Incentivar a participação da população em discussões e decisões pode fortalecer o vínculo entre os representantes e a sociedade.
• Educação Política: Investir em campanhas de conscientização sobre o papel e a importância do Congresso para o funcionamento da democracia.

Considerações Finais

Por fim, o cenário atual do Congresso Nacional é um convite à reflexão sobre a relação entre representantes e representados. As percepções de desaprovação e distanciamento destacam a necessidade urgente de mudança. A participação ativa da população nas discussões políticas, assim como as ações dos parlamentares em prol de um serviço público eficaz, são fundamentais para reverter essa situação.

Convidamos você a pensar sobre como essas questões impactam sua vida e a sociedade como um todo. O que pode ser feito para que o Congresso se torne um espaço mais próximo às necessidades dos cidadãos? Sinta-se à vontade para compartilhar suas opiniões e sugestões!