O que Esperar dos Mercados na Quarta-Feira: Foco no Shutdown e Novas Tarifas
Os mercados globais se preparam para uma quarta-feira movimentada, acompanhando de perto a possibilidade de fim do shutdown nos Estados Unidos, uma paralisação que já dura 42 dias. Hoje, a Câmara, dominada pelos republicanos, votará um importante acordo financeiro que visa restabelecer o financiamento das agências federais até janeiro de 2026. O presidente Donald Trump já se comprometeu a sancionar o texto assim que este for aprovado, gerando expectativa.
Impacto das Tarifas do Café
Outro ponto que tem chamado a atenção é a nova declaração de Trump sobre a possível redução das tarifas do café. Durante uma entrevista à Fox News, o presidente afirmou que pretende “diminuir algumas tarifas” para aumentar a entrada de café no país, mas não detalhou quais países seriam beneficiados. Essa declaração trouxe otimismo aos investidores do setor, uma vez que poderá facilitar a retomada das exportações brasileiras, que haviam sofrido uma queda acentuada nos últimos meses.
Desde agosto, o café brasileiro enfrenta uma sobretaxa de 50%, o que resultou em uma queda superior a 50% nas vendas para os Estados Unidos, conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé). O Brasil, que é o maior fornecedor global, representa aproximadamente 15% das importações de café dos EUA.
Radar Brasil: Crescimento do Setor de Serviços
Na agenda brasileira, um dos destaques será a divulgação dos dados de crescimento do setor de serviços, esperados para às 9h. Esses dados são cruciais, pois ajudam a prever as futuras ações da política monetária do Banco Central, especialmente num momento em que o mercado está reavaliando as projeções para os juros.
Além disso, a temporada de balanços corporativos está em curso, e os investidores estarão de olho nos resultados do terceiro trimestre de empresas como MRV, Americanas, PagBank, Banco do Brasil, Ambipar, Equatorial e Hapvida. O desempenho dessas companhias será acompanhado de perto.
Eventos e Pronunciamentos nos EUA
Nos Estados Unidos, a jornada começa cedo, às 7h, com a divulgação do relatório mensal da Opep, que pode impactar os preços do petróleo e influenciar os mercados de energia. Durante o dia, vários membros do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) e do Fed (Banco Central Americano) realizarão discursos públicos, sendo um dos destaques as declarações de Williams, Waller, Bostic e Collins em horários que vão das 11h20 às 18h.
Agenda Brasileira do Dia
A agenda brasileira também promete ser intensa. Às 10h, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, estará em uma coletiva de imprensa sobre o Relatório de Estabilidade Financeira e, às 14h15, participará de um evento da Bradesco Asset, em São Paulo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também terá uma agenda cheia. Ele se reunirá com o ministro da Casa Civil às 9h e, em seguida, com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Às 14h40, Lula se encontrará com o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil e, às 15h, com o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência.
Mobilização na Venezuela
Enquanto isso, na Venezuela, as Forças Armadas iniciaram uma mobilização em resposta ao que consideram “ameaças imperiais” dos EUA, que estão conduzindo operações militares antidrogas na região. Esse movimento coincide com a chegada do porta-aviões USS Gerald Ford ao Caribe. O presidente Nicolás Maduro declarou que está pronto para defender o país e convocou civis a se unirem à Milícia Bolivariana, enquanto os EUA acusam o governo venezuelano de envolvimento com o narcotráfico.
Situação Econômica e Orçamentária no Brasil
Em relação à economia brasileira, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que ainda há uma “possibilidade” de não haver necessidade de um aumento no bloqueio orçamentário no próximo Relatório Bimestral. Ela destacou que a arrecadação superou as expectativas e que a gestão das despesas está contribuindo para equilibrar as contas. Atualmente, o bloqueio orçamentário totaliza R$ 12,1 bilhões, e esse valor deverá ser mantido por ora.
Além disso, Lula assinou um decreto que redefine as regras do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), limitando as taxas cobradas por empresas de tíquetes e agilizando o repasse a estabelecimentos como restaurantes e supermercados. Essa medida visa aumentar a concorrência e a liberdade de escolha dos trabalhadores.
Ibovespa em Alta
Em termos de desempenho do mercado, o Ibovespa conseguiu um feito notável, registrando seu 15º pregão consecutivo de alta, um marco que não era visto desde 1994. O índice fechou acima dos 157 mil pontos pela primeira vez, refletindo um clima otimista impulsionado por fatores como uma ata do Copom menos dura, a desaceleração do IPCA e a expectativa de fim do shutdown nos EUA.
Questões Políticas e Judiciais
No âmbito político, o segundo dia da COP30 em Belém foi marcado por protestos, com manifestantes exigindo o fim da exploração de petróleo. Nas negociações, o Brasil busca superar resistências ao plano global para combater combustíveis fósseis, enquanto há um apoio crescente à exploração na Foz do Amazonas. Contudo, especialistas questionam os argumentos de Lula de que o petróleo possa financiar a transição energética.
Em relação ao projeto Antifacção, o relator Guilherme Derrite apresentou uma nova versão, após críticas do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. A proposta agora cria o “Marco Legal do Combate ao Crime Organizado” e mantém as prerrogativas das autoridades policiais, embora tenha recuado em algumas das suas medidas mais polêmicas.
Conclusões e Expectativas
À medida que observamos as repercussões dessas movimentações nos próximos dias, cabe a nós, investidores e cidadãos, permanecer atentos às mudanças no cenário financeiro e político, uma vez que elas têm o potencial de impactar não apenas nossos investimentos, mas também nossa vida cotidiana. O acompanhamento rigoroso das decisões de governo e suas interações com o mercado será crucial para navegar neste ambiente dinâmico e desafiador.
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