sexta-feira, novembro 14, 2025

Financiamento Climático: Entenda Sua Importância e Como Impacta o Futuro do Planeta


Thithawat/GettyImages

Reuters

Recursos que impulsionam a transição verde e fortalecem a resistência climática

À medida que o mundo enfrenta os desafios do aquecimento global, a transição para fontes de energia limpa torna-se cada vez mais urgente. Para que os países se preparem para um clima cada vez mais extremo, é necessário um investimento significativo: estamos falando de bilhões e bilhões de dólares. O financiamento climático, portanto, tornou-se um tema central nas discussões globais. Vamos entender melhor o que isso significa e por que é tão importante.

O QUE É FINANCIAMENTO CLIMÁTICO?

O financiamento climático envolve recursos financeiros provenientes de diversas fontes, incluindo governos, bancos de desenvolvimento, investidores privados e organizações filantrópicas. Esses fundos têm como objetivo ajudar os países a:

  • Reduzir as emissões de gases de efeito estufa;
  • Adaptar-se aos efeitos das mudanças climáticas, implementando projetos que vão desde energia renovável até a proteção contra enchentes.

POR QUE É ESSENCIAL?

Sem o financiamento climático, muitos países em desenvolvimento, que são menos responsáveis pelas emissões globais, enfrentam sérias dificuldades para descarbonizar suas economias. O tratado climático da ONU de 1992, por exemplo, estabelece que esses países devem ter menos encargos na luta contra as mudanças climáticas.

Além disso, o financiamento climático tornou-se um barômetro para a seriedade dos países mais ricos em relação às suas promessas e responsabilidades no combate à crise climática. O quanto eles se comprometem a investir reflete a confiança nas negociações internacionais sobre o clima.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS DISPUTAS?

No cenário atual, as nações estão em desacordo sobre diversos aspectos do financiamento climático:

  • Quem deve financiar?
  • Quanto deve ser arrecadado?
  • Como esses recursos serão distribuídos?

Historicamente, apenas países industrializados, como os EUA e nações da Europa, contribuíram. Entretanto, a pressão para que países emergentes, como China e Índia, também façam sua parte tem crescido. Pequim, por sua vez, defende que ainda deve ser classificada como uma nação em desenvolvimento dentro do tratado climático.

Além disso, muitos países em desenvolvimento, já sobrecarregados por dívidas elevadas, estão pedindo doações ao invés de empréstimos. Um relatório do Banco Mundial revelou que a dívida externa desses países cresceu mais de US$ 205 bilhões em 2023, alcançando um total de aproximadamente US$ 8,8 trilhões.

O QUE JÁ FOI PROMETIDO?

As primeiras metas de financiamento climático foram definidas em 2009, com países ricos comprometendo US$ 30 bilhões por ano. Em 2010, esse valor subiu para US$ 100 bilhões anuais até 2020, mas essa meta não foi alcançada até 2022.

Os bancos multilaterais de desenvolvimento, por sua vez, afirmaram ter alocado cerca de US$ 137 bilhões em financiamento climático em 2024. Desse total, aproximadamente 62% foram destinados a países de baixa e média renda. Para se ter uma ideia, no ano anterior, o investimento foi de cerca de US$ 125 bilhões.

Recentemente, na COP29, um novo objetivo foi estipulado: arrecadar US$ 300 bilhões anualmente até 2035. Até lá, espera-se que o valor se mantenha em US$ 100 bilhões anualmente, embora essa informação não esteja claramente definida na documentação da ONU.

QUANTO DINHEIRO ESTÁ EM JOGO?

Os fundos provenientes de países desenvolvidos estão cada vez mais servindo como mola propulsora para atrair investimentos privados em iniciativas climáticas. A Climate Policy Initiative (CPI) sugere que, em 2022, o total global de financiamento climático foi de cerca de US$ 1,46 trilhão, com aproximadamente metade desse valor advindo do setor privado. Em 2023, esse montante cresceu para quase US$ 1,6 trilhão.

Para os países em desenvolvimento, as nações presentes na COP29 concordaram em trabalhar para aumentar o financiamento anual para pelo menos US$ 1,3 trilhão. Com isso, formulou-se um “Roteiro de Baku a Belém”, com recomendações sobre como alcançar essa meta.

No entanto, mesmo esse valor ainda é bem distante do que a CPI estima ser necessário: cerca de US$ 7,4 trilhões por ano até 2030 para atender às metas climáticas globais. Após 2030, espera-se que o gasto anual, apenas para países em desenvolvimento fora da China, chegue a US$ 2,4 trilhões, aumentando para US$ 3,3 trilhões até 2035.

E AGORA?

Nos últimos anos, as nações ricas têm reduzido a ajuda ao desenvolvimento, enfrentando problemas como segurança energética e instabilidade econômica. Em 2022, a ajuda totalizou apenas US$ 212,1 bilhões, uma queda de 7% em relação ao ano anterior, segundo a OCDE.

Diante dessa realidade, a atenção se volta para a atração de capital privado. Mudanças nas regulamentações financeiras e práticas de empréstimos nos bancos multilaterais estão em discussão, além da criação de novos instrumentos financeiros. Uma ideia que se destaca é o “financiamento combinado”, onde governos e entidades filantrópicas aceitariam riscos ou retornos menores para facilitar a entrada do setor privado.

No Brasil, um dos pedidos na COP30 é o apoio ao recém-lançado Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que busca arrecadar US$ 25 bilhões em financiamento governamental e filantrópico para mobilizar outros US$ 100 bilhões em dinheiro privado. Esse tipo de iniciativa pode ser a chave para impulsionar ações mais concretas na luta contra as mudanças climáticas.

A reflexão sobre o futuro do financiamento climático nos leva a perceber a urgência da ação coletiva. É um momento crítico em que a colaboração entre países, setores e a sociedade civil se torna indispensável para construir um futuro sustentável. Você, o que acha sobre essa questão? Sinta-se à vontade para compartilhar suas opiniões!

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