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Ausência de Xi Jinping em Eventos Militares Levanta Questões Sobre Sua Influência e Autoridade

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A Influência de Xi Jinping Sobre o Exército Chinês: Sinais de Mudança?

Uma Nova Dinâmica no Comando Militar da China

Recentemente, o presidente chinês Xi Jinping, que também ocupa a presidência da Comissão Militar Central (CMC), ficou notavelmente ausente de dois importantes eventos militares. Essa ausência gerou uma série de interpretações entre analistas, que veem nesses fatos indícios de uma possível diminuição da sua influência sobre os assuntos militares da China. Esses desenvolvimentos podem sinalizar uma transformação significativa no poder dentro do alto comando do exército chinês.

Eventos Marcantes

Nos dias 14 e 15 de outubro, Zhang Youxia, vice-presidente da CMC, liderou eventos cruciais que contaram com a presença dos principais oficiais militares do país. Um dos eventos foi uma conferência de dois dias focada nas estratégias da guerra moderna, e o outro foi uma reunião com Andrey Belousov, ministro da Defesa da Rússia. Em contraste, Xi optou por visitar a província de Fujian, uma área costeira ao sul da China, estratégia que muitos comentadores acreditam que pode não ter sido a mais apropriada, dado o contexto militar e político atual.

Inquietações no Comando Militar

A ausência de Xi foi acentuada pela falta do seu fiel confidente, He Weidong, o outro vice-presidente da CMC, também ausente das reuniões. Essa situação levanta preocupações sobre se Xi ainda desfruta de um controle total sobre o sistema militar da China. Especialistas sugerem que esses eventos são indícios de uma crescente divisão de poder entre Xi e outros líderes seniores do Partido Comunista Chinês (PCCh).

Praticamente todos os altos oficiais militares estavam presentes na Conferência de Teoria Militar, a primeira desse tipo durante o mandato de Xi. Embora ele tenha enviado "instruções importantes" através da mídia estatal, sua ausência física foi notória. Isso destaca um movimento em direção à autonomia dos líderes militares em relação ao presidente.

Mudanças no Discurso Militar

Zhang Youxia se dirigiu aos participantes de maneira diferente em comparação com encontros anteriores. Antes, ele frequentemente ressaltava a importância da "ideia de fortalecimento militar" de Xi, bem como do "sistema de responsabilidade" da CMC. Neste evento, no entanto, Zhang se concentrou na necessidade de seguir as "instruções importantes" de Xi, sem reiterar a ideia de adesão a seu modelo de liderança, o que pode indicar uma mudança na dinâmica de poder.

Implicações para o Futuro do PCCh

Os analistas estão começando a ver as fissuras no comando militar como reflexos de uma organização que está se reorganizando em resposta às crescentes pressões internas e externas. Chen Pokong, um especialista em China baseado nos EUA, sugere que líderes do PCCh podem estar pedindo a Xi que renuncie a parte do seu poder, o que é incomum para um líder que até recentemente parecia infalível.

A História Como Guia

Chen alude ao passado, mencionando Mao Tsé-Tung e seu relacionamento com Liu Shaoqi. Após a Grande Fome, Liu desafiou Mao e acabou por ter que governar efetivamente, enquanto Mao manteve uma imagem glorificada. Esta história serve como um lembrete de que os líderes, mesmo os mais venerados, podem ser desafortunados se cometerem erros graves.

Fica a pergunta: será que os líderes do PCCh perceberam que restringir a publicidade em torno de Xi e limitar seu poder podem ser maneiras de proteger suas próprias posições, assim como se viu no passado?

O Impacto de uma Relação Fria com a Rússia

Outro ponto intrigante sobre a recente viagem de Xi a Fujian foi a sua escolha em não se encontrar com o Ministro da Defesa da Rússia, em um momento em que as tensões globais aumentam. Isso pode indicar uma mudança nas políticas do PCCh em relação à Rússia, revelando uma estratégia que poderia impactar as relações com os Estados Unidos, a guerra na Ucrânia e até mesmo a situação em Taiwan.

Tang Jingyuan, comentarista de assuntos atuais, destaca que essa falta de reunião em um contexto de aliança com Putin é significativa. Se a influência de Xi sobre o exército realmente está sendo minada, isso pode trazer grandes mudanças em como a China aborda seus principais conflitos e alianças.

O Poder Dentro da Comissão Militar

Chen também comenta sobre a distribuição do poder na CMC, indicando que Zhang, em vez de seguir as ordens de Xi, pode agora estar tomando decisões mais independentes. Esta situação foi intensificada pela recente remoção de nove generais militares, muitos dos quais tinham ligações com Zhang. Essa demissão pode ser vista como uma reconfiguração do poder militar na China, com Zhang em uma posição mais firme.

Além disso, a supervisão das operações diárias da CMC por He Weidong também sugere que Xi está tentando manter algum nível de controle sobre Zhang, reforçando a ideia de que a luta pelo poder dentro do exército está longe de ter terminado.

Corrupção e Descontentamento Militar

A campanha anticorrupção liderada por Xi dentro das Forças Armadas contribuiu para um clima de desconforto entre altos oficiais, que já não conseguem suportar a pressão e o controle absoluto que Xi tem sobre o exército. A corrupção, um problema de longa data dentro das forças armadas, gerou um abismo entre os interesses pessoais dos oficiais e as diretrizes do governo. Com essa dinâmica, a resistência militar a ordens que os coloquem em risco pode crescer.

O Medo da Guerra e o Controle de Poder

Os altos oficiais do exército, que acumulam riquezas ao longo de suas carreiras, certamente não desejam entrar em guerra, principalmente sob a liderança de um Xi cada vez mais inclinado a reivindicar a reunificação de Taiwan à força. Essa tensão pode estar alimentando uma resistência oculta dentro das forças armadas, tornando a situação política ainda mais volátil.

Por conseguinte, a combinação de insatisfação interna, tensões políticas e pressões externas pode estar moldando um cenário onde a influência de Xi Jinping sobre os assuntos militares é cada vez mais questionada.

Um Olhar para o Futuro

As recentes movimentações dentro do comando militar da China e a ausência de Xi em reuniões chave não são meros acidentes de percurso. Eles revelam a complexidade da política interna do PCCh e a luta pelo poder que se desenrola em seus corredores. À medida que a China navega por um mar de desafios, internamente e externamente, as decisões que o país tomar terão repercussões de longa data.

Os leitores são convidados a refletir sobre as implicações desses eventos. Como essa nova dinâmica afetará as relações da China com o Ocidente? E o que isso significa para a estabilidade interna do Partido Comunista? A história da China e os desenvolvimentos atuais nos instigam a pensar sobre o futuro do país e seu papel no cenário global.

Essa discussão é importante e o compartilhamento de opiniões é mais que bem-vindo. O que você pensa sobre a atual situação política na China e a influência de Xi Jinping? Suas ideias podem contribuir para uma compreensão mais profunda de um país em constante mudança.

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