Início Economia Bons Ventos em Resultados e Dividendos no 3T: Mas Será que o...

Bons Ventos em Resultados e Dividendos no 3T: Mas Será que o Aumento do Capex Está à Vista?

0


Resultados da Petrobras no 3T25: Uma Análise Profunda

Na última quinta-feira, 6 de outubro, a Petrobras, através de suas ações PETR3 e PETR4, apresentou os resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25). Com um anúncio impressionante, a empresa comunicou a distribuição de R$ 12,2 bilhões, algo em torno de US$ 2,3 bilhões em dividendos.

Expectativas e Resultados Superiores

As previsões sobre o desempenho da Petrobras eram diversas, especialmente considerando a recente queda nos preços do petróleo e um fluxo de caixa que decepcionou no segundo trimestre. De acordo com a análise da XP Investimentos, muitos especialistas esperavam resultados abaixo do esperado.

No entanto, a empresa conseguiu surpreender o mercado. O EBITDA ajustado chegou a US$ 11,95 bilhões, representando um crescimento de 17% em relação ao trimestre anterior e superando as estimativas em 5%, segundo análise dos especialistas Regis Cardoso e João Rodrigues da XP. O lucro líquido foi de aproximadamente US$ 6,1 bilhões, um aumento de 37% em relação à expectativa.

Desempenho Operacional e Fluxo de Caixa Livre

O Morgan Stanley elogiou os resultados operacionais, atribuindo-os ao crescimento da produção, que impulsionou o fluxo de caixa livre (FCF) para US$ 2 bilhões, um aumento significativo em relação aos US$ 800 milhões do segundo trimestre.

A Genial Investimentos também destacou um desempenho robusto no 3T25, com margens em expansão e forte geração de caixa. A receita líquida consolidada alcançou R$ 127,9 bilhões, um crescimento de 7,4% em relação ao trimestre anterior, com produção total elevada e um recorde de exportações de 814 mil barris por dia.

Capex e Dividendos: Um Dueto Apaixonante e Desafiador

Por outro lado, a análise da XP destacou um aumento preocupante no capex (despesas de capital), que atingiu US$ 5,5 bilhões – um salto em relação aos US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões dos trimestres anteriores. Esse crescimento foi impulsionado principalmente por projetos no pré-sal, elevando o gasto acumulado no ano para US$ 14 bilhões de um orçamento anual de US$ 18,5 bilhões.

Apesar dessas preocupações, a Petrobras entregou um fluxo de caixa livre ao acionista que atendeu às expectativas, resultando na distribuição de dividendos de cerca de US$ 2,3 bilhões, com um yield de 3%.

Reações do Mercado e Expectativas Futuras

O Goldman Sachs, reconhecendo que o valor dos dividendos alinhou-se com as expectativas do mercado, destacou que o resultado positivo do EBITDA ajustado e do fluxo de caixa operacional foram em parte ofuscados pelo capex acima do previsto.

“Estamos ansiosos para entender melhor os fatores que contribuíram para o aumento do capex no 3T25, principalmente em relação a gastos que podem se desenrolar no 4T25,” afirmou o Goldman. O banco também se mostrou curioso sobre o novo plano estratégico a ser apresentado em 27 de novembro.

O Bradesco BBI expressou apreensão em relação ao capex persistente e seu potencial de ofuscar resultados robustos, sugerindo que a Petrobras deveria prestar atenção ao impacto da inflação na cadeia de suprimentos.

A Genial Investimentos também ressaltou que, apesar dos resultados operacionais melhores do que o esperado, o fluxo de caixa livre foi pressionado pelo maior volume de investimentos no trimestre, embora essa alocação esteja sendo feita em um setor promissor como a Exploração e Produção.

Desafios e Oportunidades: O que o Futuro Reserva?

Diante desse cenário, a expectativa pelo Planejamento Estratégico 2026-2030 se torna crucial. No trimestre passado, a Petrobras anunciou oficialmente seu interesse em adentrar o setor de distribuição, o que pode trazer mudanças significativas no horizonte da empresa.

O Itaú BBA conclui que a robustez dos resultados operacionais e a melhoria da eficiência fiscal compensaram, até certo ponto, o aumento das despesas de capital. Os dividendos ordinários ficaram alinhados com sua previsão de US$ 2,2 bilhões e um rendimento de 3%.

Entretanto, o BBA acredita que a ação positiva do mercado poderá ser limitada pelo aumento dos gastos, especialmente considerando o foco nas despesas de capital que tem sido um tópico recorrente em conversas com investidores.

Por outro lado, o BBI mantém uma visão otimista, mas ressalta uma possível deterioração dos dividendos nos próximos trimestres devido a atividades de fusões e aquisições, prevendo um rendimento de 8% em 2026, em comparação com 10% em 2025. Mesmo assim, afirmam que a companhia ainda se encontra subvalorizada.

O BTG Pactual reforçou como a dinâmica operacional da Petrobras se reflete em fluxo de caixa e dividendos, mesmo em um ambiente de preços de petróleo mais baixos. Contudo, a dívida líquida subiu para US$ 59 bilhões, limitando a flexibilidade da empresa.

Reflexões Finais

É inegável que a Petrobras atravessa um momento de contrastes: resultados operacionais robustos e um capex elevado. As análises do mercado foram amplamente positivas, mas também cautelosas diante do aumento dos gastos e da pressão sobre o fluxo de caixa. Tal cenário convida o investidor a refletir sobre a sustentabilidade e as decisões futuras da empresa. Como você vê a trajetória da Petrobras? Está otimista com as novidades que estão por vir? Compartilhe suas opiniões!

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile