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Brasil à Beira da Dominância Fiscal: É Hora de Encontrar Oportunidades Ocultas nas Ações?

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Perspectivas Desfavoráveis para o Ibovespa e o Cenário Econômico

À medida que 2023 se aproxima do fim, o clima no mercado financeiro brasileiro se torna cada vez mais sombrio. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, enfrenta uma queda de cerca de 8%, enquanto o dólar chegou a alcançar picos de R$ 6,20. Com isso, surge uma nuvem de pessimismo que se estende para o horizonte de 2025.

O Papel do Morgan Stanley e as Preocupações com a Dominância Fiscal

O Morgan Stanley recentemente ajustou sua visão sobre o Brasil, reduzindo sua exposição para um patamar considerado "underweight" em relação à América Latina. Esse ajuste reflete a pressão que as ações enfrentam devido ao aumento do risco de dominância fiscal, uma situação em que a política fiscal se torna tão problemática que compromete a política monetária. A expectativa em relação aos lucros também aparece mais negativa, levando analistas a reconsiderar os impactos da alavancagem financeira e operacional nas empresas brasileiras.

O Que É Dominância Fiscal?

A dominância fiscal ocorre quando a eficácia da política monetária se desvanece em virtude de problemas nas contas públicas. Por exemplo, se o Banco Central (BC) aumentar os juros básicos para controlar a inflação, o custo do serviço da dívida pública sobe, ampliando o déficit fiscal. Isso gera um ciclo vicioso que aumenta a pressão inflacionária.

Setores em Foco

A curva de juros atualmente aponta para uma Selic em torno de 16,7%, enquanto o real continua sua trajetória de desvalorização. Com isso, o Morgan Stanley sugere que os investidores fiquem atentos a setores específicos, como:

  • Transporte
  • Educação
  • Saúde
  • Consumo Cíclico

Esses setores geralmente apresentam uma alta alavancagem operacional e financeira. Em contrapartida, os serviços públicos, mesmo com elevado endividamento, têm um modelo operacional mais estável, o que pode oferecer uma certa segurança.

Estratégias de Investimento em um Cenário Desafiador

Diante desse quadro, os investidores podem se perguntar: como se proteger de um futuro incerto? O Morgan recomenda prestar atenção na alavancagem das empresas brasileiras e considerar modelos operacionais que possam resistir melhor às pressões econômicas.

“Os formuladores de políticas estão em um dilema de desconfiança fiscal, o que pode levar o Brasil a um estado de dominância fiscal. Com as eleições se aproximando e a dívida crescendo, será necessário um ajuste fiscal significativo em 2025”, alertam os analistas.

Aposta no "Texas Trade"

Uma estratégia sugerida é o chamado "Texas Trade", que combina petróleo, agricultura e tecnologia. O foco em setores de exportação, que são menos vulneráveis ao cenário fiscal local, é um ponto positivo, uma vez que são mais afetados por condições econômicas globais. O Morgan destaca a robustez da história de exportações brasileiras em meio às incertezas locais.

Selic a 15%: Alternativas no Mercado de Ações

A recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) resultou em um aumento da Selic de 11,25% para 12,25%. As projeções indicam que a taxa básica de juros pode chegar a 14,25% em março do ano seguinte, o que representa um patamar elevado desde 2016. Para o Itaú, a Selic pode atingir até 15% ao final desse ciclo.

Impactos dos Juros Altos

Com uma Selic mais robusta, projeta-se que os lucros das empresas listadas na bolsa podem sofrer uma pressão significativa. Os setores mais impactados incluem:

  • Transporte
  • Educação
  • Consumo
  • Serviços Públicos

Por outro lado, setores menos afetados, como o financeiro e a mineração, podem mostrar maior resiliência em meio a esse ambiente desafiador.

Ações Recomendadas em Tempos Turbulentos

Para ajudar os investidores a navegarem por esses tempos difíceis, o Itaú BBA destacou cinco ações com potencial em um cenário desfavorável:

  1. Caixa Seguridade (CXSE3): Promissora nos lucros em um cenário de Selic alta.
  2. Grupo Mateus (GMAT3): Beneficiada pelo aumento da inflação de alimentos, com crescimento sólido.
  3. WEG (WEGE3): Destaca-se pela qualidade e forte momentum de lucro.
  4. JBS (JBSS3): Beneficiada com a valorização do dólar, usufrui de um fluxo de caixa robusto.
  5. CPFL (CPFE3): Oferece receitas indexadas à inflação, com dividendos atraentes.

Analisando a Perspectiva Local

A atual percepção dos investidores brasileiros é de pessimismo, especialmente em relação à política fiscal, à inflação crescente, e às incertezas do Ibovespa. Estudos recentes indicam uma queda no interesse por produtos de renda variável e um crescimento no apetite por investimentos em renda fixa e no exterior.

Os Sentimentos de Análise do Bradesco

De acordo com o Bradesco BBI, o pessimismo se intensificou em relação a encontros anteriores com investidores. Os analistas preveem uma onda de rebaixamento nos lucros devido a expectativas de um real mais fraco e juros mais altos, embora ainda acreditem que o cenário possa melhorar com estímulos do exterior.

O Que Esperar de 2025?

Os analistas do Bradesco acreditam que, para estabilizar ou melhorar os preços dos ativos, o governo precisaria implementar mudanças estruturais significativas no orçamento, um cenário que parece improvável à vista. A expectativa é de uma Selic em 14,75% e uma inflação em torno de 5,5% para o próximo ano.

Essa combinação de dificuldades promete gerar impactos negativos significativos nas empresas que dependem fortemente da economia interna. Portanto, adotar uma postura defensiva no portfólio é aconselhável.

A Estratégia de Investimento

Uma abordagem sugerida é focar em ações de empresas com receitas em dólar e menos vulneráveis a crises internas, bem como aquelas conhecidas por sua consistência no pagamento de dividendos. Em contrapartida, recomenda-se a redução das posições em setores cíclicos e altamente alavancados.

Conclusão

Com um cenário volátil e imprevisível à vista, o mercado brasileiro enfrenta desafios que exigem cautela e estratégia na hora de investir. A atenção em setores específicos, bem como a diversificação de portfólios, são essenciais para mitigar riscos e potencializar ganhos. Oportunidades podem surgir mesmo em tempos de incertezas, mas a vigilância sobre as dinâmicas do mercado é crucial para navegar a paisagem financeira atual.

E você, como está se preparando para enfrentar esses desafios? Compartilhe suas reflexões e estratégias nos comentários.

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