Início Economia Como a Ampliação do Medicamento Pode Transformar Três Setores da Bolsa Brasileira!

Como a Ampliação do Medicamento Pode Transformar Três Setores da Bolsa Brasileira!

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O Impacto dos Medicamentos GLP-1 no Varejo e na Saúde no Brasil

Nos últimos tempos, os medicamentos baseados em GLP-1, como Ozempic e Wegovy, têm ganhado destaque não apenas entre aqueles que buscam emagrecimento, mas também no âmbito econômico e de saúde pública. De acordo com uma análise da Genial Investimentos, essa tendência promete trazer mudanças consideráveis em várias áreas do varejo e do sistema de saúde no Brasil.

Novas Perspectivas no Mercado de Medicamentos

A popularidade crescente de medicamentos como Ozempic e Wegovy reflete uma mudança no comportamento do consumidor, que agora busca alternativas para o controle de peso e de doenças como o diabetes tipo 2. A Genial Investimentos observa que, mesmo em estágios iniciais, a expansão do uso desses remédios, propiciada por uma maior disponibilidade, redução de preços devido à quebra de patentes e a entrada de novas alternativas no mercado, pode desencadear uma série de efeitos econômicos com um alcance significativo.

Com a adesão crescente a esses tratamentos, espera-se que haja uma pressão indireta sobre o varejo. Os tratamentos contínuos, por serem geralmente caros, podem levar os consumidores a reavaliar suas despesas, redirecionando seus gastos e priorizando compras essenciais em detrimento de itens considerados supérfluos.

Indicações dos Medicamentos GLP-1

Ozempic e Wegovy, ambos da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, são medicamentos à base da semaglutida. Embora compartilhem a mesma substância ativa e atuem no receptor de GLP-1, possuem indicações específicas:

  • Ozempic: Principalmente prescrito para o tratamento de diabetes tipo 2, com um foco no controle da glicemia. A perda de peso é um benefício adicional, resultante da redução do apetite. As dosagens típicas variam entre 0,5 mg e 1 mg, com forte ênfase no gerenciamento da açúcar no sangue.

  • Wegovy: Focado na promoção da perda de peso, é destinado a pacientes com obesidade ou condições relacionadas. Com uma dosagem de 2,4 mg por semana, ele visa impulsionar a redução de peso, que em estudos demonstrou uma diminuição de até 14,9% do peso corporal em 68 semanas.

O terceiro medicamento em destaque é o Mounjaro, produzido pela Eli Lilly, que utiliza a tirzepatida. Este medicamento se diferencia por atuar em mais de um receptor no corpo, potencializando tanto o controle glicêmico quanto a perda de peso.

Esses medicamentos, apesar de seus altos preços, têm gerado discussões sobre a necessidade de inclusão nas coberturas de planos de saúde devido à alta demanda e necessidade de tratamentos contínuos.

A Realidade do Mercado de Saúde no Brasil

De acordo com dados de 2019, uma parte significativa da população brasileira enfrenta problemas de peso. São cerca de 41,6 milhões de homens e 47,9 milhões de mulheres acima do peso. No que diz respeito à obesidade, 15,8 milhões de homens e 22,8 milhões de mulheres vivem com essa condição, revelando uma disparidade preocupante.

A busca crescente por medicamentos como Ozempic e Mounjaro tem levado a um aumento das solicitações para que planos de saúde cubram esses tratamentos, uma vez que o custo elevado pode ser um obstáculo para muitos pacientes. Como o Ozempic não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes dependem de seus planos de saúde para obter a cobertura, o que pode ser um processo complicado e moroso.

Entraves na Acesso ao Tratamento

As seguradoras têm se mostrado relutantes em cobrir esses medicamentos, priorizando opções de custo mais baixo. No Brasil, a regulamentação atual limita a cobertura ao que está no Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), deixando muitas decisões a critério das operadoras de planos.

Consequências para o Varejo no Brasil

A integração dessas novas medicações impactará diferentes setores do varejo. A seguir, analisamos três áreas específicas:

1. Varejo Alimentar

Os supermercados podem não experimentar uma mudança drástica nas vendas totais. Embora o aumento da utilização de medicamentos como Ozempic possa reduzir o apetite e, potencialmente, a demanda por alimentos ultraprocessados, há uma expectativa de que o consumidor direcione seus gastos para opções mais saudáveis, como alimentos frescos e com maior valor nutricional.

Isso significa que, embora algumas categorias de produtos possam sentir uma queda nas vendas, outras podem compensar essas perdas, mantendo a estabilidade no faturamento agregado. No entanto, o maior risco pode recair sobre a indústria de alimentos processados.

2. Varejo Farmacêutico

Para o varejo farmacêutico, a perspectiva é otimista. A Genial Investimentos prevê que, a partir de 2026, com a quebra da patente do Ozempic, o mercado deve se expandir com a introdução de genéricos. Isso pode resultar em um aumento no volume de vendas, facilitando o acesso a um público maior e, paradoxalmente, melhorando as margens de lucro, já que os genéricos geralmente oferecem margens superiores àqueles de marca.

Ainda que o ticket médio possa inicialmente diminuir, a fidelização do cliente e o ganho de escala são esperados para equilibrar essa dinâmica. Existe uma demanda reprimida significativa por Ozempic que, uma vez atendida, pode ser um impulsionador de crescimento considerável à medida que mais produtos e alternativas inserirem no mercado.

3. Varejo de Vestuário

As mudanças no mercado de vestuário poderão ocorrer de maneira mais gradual. Inicialmente, a adesão a tratamentos de emagrecimento pode levar os consumidores a reduzir gastos com moda, redirecionando suas prioridades financeiras. Contudo, à medida que progressos são feitos e a perda de peso se concretiza, surge uma nova demanda: a necessidade de renovar o guarda-roupa.

Peças ajustadas e em tamanhos menores passam a ser uma prioridade, gerando uma nova onda de consumo impulsionada pela transformação física dos indivíduos. É uma mudança de foco que pode revitalizar o setor de vestuário à medida que os consumidores procuram refletir suas novas realidades físicas e estilos.

Reflexões Finais

O cenário trazido pela crescente popularidade dos medicamentos GLP-1 no Brasil apresenta um leque de oportunidades e desafios. À medida que o mundo da saúde e do varejo se transforma, entender essas dinâmicas será fundamental tanto para consumidores quanto para empresas.

Com uma base de usuários em crescimento, os segmentos do varejo alimentar, farmacêutico e de vestuário precisarão se adaptar e inovar para se manter relevantes. O impacto desses medicamentos vai além da saúde individual, reverberando em toda a economia.

Assim, convidamos você a refletir sobre essa evolução: como os hábitos de consumo estão mudando? E seu impacto não só na sua saúde, mas também na economia e no mercado como um todo? Compartilhe seus pensamentos e experiências!

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