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Como a Descarbonização e a Ação Climática Impulsionam a Biodiversidade: O que Você Precisa Saber!

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EFE – Mauricio Dueñas Castañeda

O presidente colombiano Gustavo Petro enfatizou a importância de converter dívidas em ações climáticas.

A Conferência das Partes (COP16), da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB), começou no dia 21 de outubro e acontecerá até 1º de novembro em Cali, Colômbia. Este evento foi um apelo global para que as nações se unam em prol da biodiversidade, com a participação de mais de 190 países enfrentando os desafios mais urgentes da proteção ambiental. Na cerimônia de abertura, o foco central foi a biodiversidade, refletindo a consciência coletiva sobre sua importância vital.

Com mais de 21 mil delegados presentes, a COP16 é considerada a mais relevante já realizada neste contexto. Este número recorde demonstra um compromisso internacional, reunindo representantes de diversos países, especialmente aqueles signatários da CDB, que buscam soluções conjuntas para a crise ambiental.

O papel da diversidade na paz

Na visão de Susana Muhamad, presidente designada da COP16 e ministra do Meio Ambiente da Colômbia, a paz verdadeira em um território exige a inclusão da diversidade e a harmonização com a natureza. Em suas palavras, “Não se pode consolidar a paz sem levar em consideração a diversidade e o respeito aos saberes específicos, assim como a reconciliação com a natureza.” Muhamad destacou que a Colômbia, ao ser anfitriã desta conferência, convida o mundo a buscar essa tão necessária paz com o meio ambiente.

A COP16 poderá servir como um passo crucial para implementar o Marco Global Kunming-Montreal, adotado na 15ª Conferência das Partes em Montreal, no Canadá, em 2022. Este marco estabelece metas para prevenir e reverter a perda de biodiversidade até 2050, uma tarefa que requer ação conjunta e decidida.

A prática de transformar o nosso modo de viver

Para Susana, o desafio é reconfigurar nosso modelo de desenvolvimento. “Precisamos repensar como coexistimos com a diversidade em um sistema que não transforma a natureza em vítima do progresso. É importante que nossas ações como sociedade repliquem a vida”, frisou. Essa ideia ressoa fortemente entre especialistas, que afirmam que a conservação da biodiversidade é essencial para mitigar as mudanças climáticas. O uso excessivo de recursos naturais é responsável por metade das emissões de gases de efeito estufa e, alarmantemente, 90% da perda de biodiversidade. “Recuperar ecossistemas robustos pode ajudar em quase 40% na estabilização do clima e no ciclo do carbono”, acrescentou Muhamad.

Um apelo urgente à descarbonização

Durante o evento, o presidente Gustavo Petro lançou um alerta contundente sobre a dívida climática. Ele argumentou que é imprescindível converter dívidas em ações climáticas. “As taxas de juros não podem mais ser medidas pelo risco. Precisamos reduzir o risco das dívidas dos países em desenvolvimento. Se os fundos de capital e de pensão dos países ricos lucrarem às custas das economias dos países mais pobres, estaremos roubando as ferramentas necessárias para enfrentar a crise climática”, destacou.

Petro acrescentou que apenas através da ação climática conseguiremos visualizar um plano semelhante ao Marshall, visando descarbonizar toda a economia. “É um paradoxo mortal que países com grandes emissões se beneficiem ao cobrar taxas de juros mais altas de países que ainda têm capacidade de absorver CO2,” enfatizou. Ele também chamou a atenção para a responsabilidade dos países mais ricos e poluidores, como os Estados Unidos, China e Europa, que precisam ser os primeiros a contribuir para a descarbonização do planeta.

A importância da agricultura familiar para a biodiversidade

No segundo dia da COP16, a agricultura familiar foi destacada como um pilar para a preservação da biodiversidade. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) defendeu que este modelo precisa de investimentos robustos por parte dos governos para não apenas alimentar a população global, mas também garantir a saúde do meio ambiente. O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) afirmou que pequenas produções desempenham um papel crucial na conservação da biodiversidade e na oferta de alimentos saudáveis.

Em um comunicado, o FIDA enfatizou a necessidade de transformação dos sistemas agroalimentares para alinhar-se com as práticas sustentáveis, promovendo a adoção de métodos agroecológicos. Essas transformações são essenciais para criar um futuro que respeite tanto a população como a natureza.

Qual é o caminho a seguir?

A COP16 em Cali não é apenas um evento; é uma convocação para uma mudança efetiva. As discussões sobre descarbonização, proteção da biodiversidade e reformas agrícolas são mais do que opiniões: são acontecimentos urgentes que precisam ser transformados em ações coletivas. À medida que esses tópicos ganham destaque nas agendas políticas globais, cabe a todos nós refletirmos sobre nosso papel nesse processo.

Para você, leitor, a COP16 é uma oportunidade de pensar sobre como suas escolhas diárias podem impactar o meio ambiente. Que ações você pode tomar em sua própria vida para contribuir para a conservação da biodiversidade e para a luta contra as mudanças climáticas? Essa é a hora de nos unirmos e agirmos. Se você se sente inspirado, compartilhe suas ideias nos comentários ou em suas redes sociais. Cada pequena ação pode somar em um esforço global, e juntos, podemos fazer a diferença.

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