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Como a Redução dos Gastos Governamentais Está Afetando o Poder de Compra dos Americanos

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Esta matéria foi traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Análise de notícias

A Queda do Dólar e o Aumento da Inflação

Nos últimos quatro anos, o dólar americano desvalorizou cerca de 20%. Essa situação trouxe a inflação à tona, se tornando uma das principais preocupações dos cidadãos durante as eleições deste ano. Embora a inflação tenha mostrado sinais de desaceleração desde 2023, em novembro, ela registrou um leve aumento de 0,3%, evidenciando que, embora a situação tenha melhorado, ainda não está totalmente resolvida.

Alguns especialistas atribuem esse aumento a problemas de oferta causados pela pandemia e pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Outros falam sobre a ganância corporativa, que, segundo eles, se aproveita de crises para inflacionar seus lucros.

Contraponto aos Argumentos Comuns

No entanto, dois relatórios recentes da Reserva Federal (Fed) questionam essas explicações. Um deles, divulgado em novembro, analisa o Índice de Pressão da Cadeia de Abastecimento Global (GSCPI), que monitora uma série de fatores, como transporte e custos de frete.

Os dados indicam que, embora as interrupções na cadeia de abastecimento tenham afetado alguns setores, não foram os principais responsáveis pela inflação global. O GSCPI subiu abruptamente em 2020 e 2021, coincidindo com os lockdowns devido à COVID-19, e teve outra alta significativa em fevereiro de 2022 por conta da guerra na Ucrânia. Essa situação aparentemente validou a expressão “aumento de preços de Putin”, como citado pelo presidente Joe Biden.

Entretanto, o GSCPI apresentou uma queda acentuada dois meses depois da invasão e tem mostrado uma tendência negativa na maior parte dos últimos dois anos, indicando uma recuperação das cadeias de suprimento desde o início de 2023.

Inflação Persistente e Demandas em Alta

Mesmo que os índices oficiais de inflação tenham caído de um pico de 9% em 2022 para 2,7% em novembro, os preços continuam a subir. Segundo Peter Earle, economista sênior do Instituto Americano de Investigação Econômica, “as cadeias de abastecimento restritas não são uma explicação convincente, porque os preços não retornaram a uma tendência normal conforme a produção se recuperou.” Ele ressalta que os gastos nominais estão crescendo, sugerindo uma demanda elevada.

EJ Antoni, economista da Heritage Foundation, acrescenta que, apesar de algumas interrupções temporárias na cadeia de suprimento, estas não podem justificar a inflação generalizada. “Os dados do GSCPI mostram que a narrativa de que a inflação é causada pelas cadeias de suprimento estava errada”, afirma.

A Raiz do Problema: Gastos do Governo

William Beach, economista do Centro de Inovação em Política Econômica, detalha como os gastos do governo federal impactaram o valor do dólar. De acordo com Beach, o governo contraiu enormes empréstimos para financiar gastos em 2020 e 2021, e esses recursos geraram um aumento na oferta de moeda, contribuindo para a elevação dos preços.

Ele aponta que, entre 2020 e 2023, houve déficits federais de US$ 8,8 trilhões, financiados pelo Federal Reserve através da compra de dívida pública, o que foi repassado aos bancos privados. Isso resultou em um aumento de 25,4% nos ativos bancários, refletindo diretamente na capacidade de empréstimo dos bancos.

As consequências dessa política foram visíveis em várias categorias:

  • Os empréstimos ao consumidor aumentaram 19,2%;
  • As hipotecas tiveram um crescimento de 12,1%;
  • O total de empréstimos bancários subiu 13,7%.

Esse cenário resultou em um crescimento de US$ 5,4 trilhões na medida M2 da oferta monetária dos EUA, o que coincidiu com aumentos significativos nos preços de bens e serviços, incluindo uma alta de 21% nos alimentos e 43% nos imóveis.

O Papel do Federal Reserve

Antoni ressalta que é crucial controlar não só os gastos, mas também as ações do Federal Reserve. Segundo ele, “se os grandes gastos no Congresso e na Casa Branca são comparáveis a ladrões de bancos, o Fed seria o motorista da fuga”. A entidade, que começou a aumentar as taxas de juros em março de 2022 para combater a inflação, reverteu essa estratégia recentemente, permitindo que a inflação voltasse a crescer.

A oferta monetária M2, que apresentou uma leve diminuição de US$ 1 bilhão de junho de 2022 a junho de 2023, aumentou em US$ 500 bilhões desde então, refletindo a incerteza da política econômica atual.

O Debate sobre Ganância Corporativa

Outra teoria que emergiu no debate econômico é a chamada “ganânciaflação”. Durante uma audiência no Senado, a senadora Elizabeth Warren fez críticas à manipulação de preços por grandes supermercados e conglomerados alimentares, afirmando que “a pandemia deu a estes grandes grupos uma desculpa para aumentar os preços”.

Elevara-se a pressão sobre o governo para regular essas práticas, embora dados econômicos não sustentem a ideia de que as empresas estariam com lucros exorbitantes durante a crise. Um relatório do Federal Reserve Bank de São Francisco concluiu que “as margens crescentes não foram o principal impulsionador do recente aumento da inflação”.

Antoni critica duramente a ideia da ganância como explicação para a inflação. “A noção de que inúmeras empresas decidiram simultaneamente aumentar preços e depois reduzir preços em uníssono é simplesmente absurda”, afirma.

A Realidade da Inflação

Os economistas concordam que a verdadeira causa da inflação se relaciona com o controle da oferta monetária e as políticas fiscais adotadas. O aumento acelerado da oferta foi fundamental para a desvalorização do dólar, apontando que a impressora de dinheiro do governo é uma das culpadas pela inflação persistente.

Concluindo, o fenômeno inflacionário atual parece ser uma combinação de fatores, onde os gastos governamentais excessivos e a gestão financeira do Fed desempenham papéis centrais. A situação exige reflexões e discussões a respeito de como abordar a inflação e suas consequências para a economia como um todo.

Que mudanças você acredita que poderiam ser implementadas para combater a inflação? Vamos discutir!

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