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Como Jay Graber Está Transformando o Bluesky e Evitando que se Torne o Próximo X

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Jay Graber, a CEO da BlueSky.

A Chegada do Bluesky

Após sua estreia em fevereiro de 2023, a rede social Bluesky já se destacou ao atrair seu primeiro usuário famoso: o humorista dril. Esse icônico personagem do Twitter, celebrado pela revista The New Yorker como uma poderosa crítica social, incorpora a essência caótica que caracterizou a plataforma por anos. Com a migração de dril para o Bluesky, fica evidente que ele busca um espaço livre das limitações do Twitter.

Paulo Frazee, um dos desenvolvedores do Bluesky, não escondeu sua empolgação: “É real, é ele!” disse ele, apontando que, apesar de ter quase dois milhões de seguidores no X, a nova plataforma estava se mostrando mais atraente. “O algoritmo deles prioriza desinformação e conteúdo de baixa qualidade. O Bluesky pode ser um refúgio.” A crescente insatisfação com algoritmos opressivos e conteúdo tóxico destaca a importância dessa nova plataforma.

O Surgimento do Bluesky

Originalmente, o Bluesky não foi pensado para ser um aplicativo, mas sim um projeto de pesquisa de código aberto promovido por Jay Graber. A ideia era desenvolver um protocolo que permitisse a comunicação entre plataformas sociais, utilizando o AT Protocol (Authenticated Transfer). Com a aquisição do Twitter por Elon Musk, ficou claro que o futuro do Bluesky não fazia mais parte dos planos do Twitter, levando a equipe a acelerar o desenvolvimento de um aplicativo para mostrar o potencial do protocolo.

Graber foi convidada a liderar o Bluesky por Parag Agrawal, futuro CEO do Twitter. Com experiência em criptomoedas e desenvolvimento de aplicativos, Jay trouxe uma perspectiva inovadora para o projeto. Curiosamente, seu nome, Lantian, significa “céu azul” em mandarim, uma coincidência que agregou um significado simbólico ao projeto.

Equilibrando Idealismo e Investimentos

Desde seu lançamento, o Bluesky alcançou um marco significativo, levantando US$ 15 milhões em uma rodada de investimentos em outubro de 2023, quando contava com 13 milhões de usuários. Desde então, a base de usuários dobrou, superando 25 milhões, o que acendeu um alerta no CEO da Meta, Mark Zuckerberg, cujo aplicativo concorrente, Threads, apressou-se em copiar algumas das funcionalidades do Bluesky.

Entretanto, como mencionado por dril, o Bluesky é uma empresa com necessidades financeiras que podem, um dia, colidir com sua missão centrada no usuário. Graber acredita na transparência, afirmando: “Queremos que o código do aplicativo seja visível para que todos possam entender e contribuir.”

Usuário no Controle

Diferente de outras plataformas, o Bluesky oferece liberdade de escolha aos usuários. Quer seguir postagens de amigos? Há um feed para isso. Está interessado em jardinagem ou notícias específicas? Os usuários têm a capacidade de criar e gerenciar seus próprios feeds, garantindo que a plataforma reflita suas preferências.

  • A filosofia de escolha do usuário também se estende para criar funcionalidades de moderação personalizadas.
  • Os usuários podem optar por bloqueios e sistemas de verificação que se adequem ao que desejam ver – sempre dentro do respeito às normas básicas da plataforma.

O Desafio da Monetização

O Bluesky, por enquanto, evita a coleta de grandes volumes de dados dos usuários, diferentemente da maioria das redes sociais que dependem dessa prática para impulsionar lucros através de anúncios. Graber acredita que, embora os anúncios sejam necessários, a forma como têm sido implementados se tornou exploratória: “Precisamos encontrar um equilíbrio que não comprometa a experiência do usuário.”

“Se anúncios são nossos combustíveis fósseis” – analisa Graber – “precisamos descobrir quais são nossas fontes de energia renovável.” A empresa está em fase de testes com modelos de assinatura e propõe explorar novas maneiras de gerar receita, mantendo sempre a autonomia do usuário em foco.

Construindo um Futuro Resiliente

Graber demonstra uma grande preocupação com o futuro da plataforma e o que chama de “problema do ônibus” – uma analogia para a possibilidade de uma perda catastrófica em sua equipe. Sua estratégia para preservar a independência do AT Protocol é incentivar a adoção externa dele, criando um ecossistema robusto onde o protocolo possa ser utilizado por diversas plataformas.

Recentemente, surgiram pôsteres enigmáticos em São Francisco, com a mensagem “Free Our Feeds” e uma contagem regressiva. Fontes apontam que esta é uma ação relacionada ao AT Protocol e à ideia de descentralização, que Graber defende com entusiasmo.

A Experiência do Usuário: Uma Nova Era

Apesar de seus recursos inovadores, o Bluesky pode exigir um pouco mais de esforço dos usuários em comparação com plataformas como o X ou Threads. Para aqueles não familiarizados com programação, a criação de feeds personalizados ou sistemas de verificação pode parecer desafiadora. No entanto, à medida que a plataforma evolui e se torna mais intuitiva, esse desafio pode se dissipar.

O investidor Mark Cuban é um defensor da plataforma, descrevendo-a como uma experiência social autêntica, onde interações são genuínas. Embora reconheça que a base de seguidores no Bluesky ainda seja bem menor do que no X, ele valoriza as interações mais saudáveis e construtivas que a nova rede proporciona. Cuban observa que ferramentas de moderação personalizáveis são fundamentais para manter um ambiente civilizado e agradável.

  • O Bluesky apresenta recursos de moderação únicos, como a opção de desvincular uma citação do post original – uma ferramenta que, embora positiva, pode ser usada de forma negativa.
  • A participação ativa dos usuários na moderação tem ajudado a criar uma comunidade mais civilizada e amigável.

Pessoas como Derek Guy, conhecido por seu conteúdo de moda masculina, também estão satisfeitas com a atmosfera menos tóxica no Bluesky. Ele frisou que, embora veja essa vibe positiva como uma vantagem, a menor quantidade de “trolls” pode afetar sua marca pessoal, construída em grande parte em torno da sátira e do humor.

Reflexões Finais

O Bluesky não é apenas uma nova rede social; é um experimento social que desafia as normas das plataformas existentes. Ao priorizar a autonomia do usuário e promover um ambiente mais saudável, Jay Graber e sua equipe estão abrindo caminho para uma nova era na comunicação digital. O futuro da plataforma é promissor, repleto de desafios e oportunidades, mas, acima de tudo, oferece um espaço onde as vozes podem ser ouvidas de maneira autêntica.

Como você vê essa nova abordagem das redes sociais? Compartilhe conosco suas opiniões ou experiências! Juntos, podemos explorar o impactante cenário das interações online e refletir sobre formas de criar ambientes mais construtivos na internet.

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