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Crise na Saúde na China: Hospitais e Crematórios à Beira do Colapso com Surto de Doenças Respiratórias

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Artigo adaptado e traduzido do inglês, publicado pela matriz americana do Epoch Times.

Uma nova onda de infecções respiratórias na China está provocando um colapso nos hospitais e crematórios, de acordo com relatos de residentes de todo o país. Desde janeiro, muitos cidadãos têm observado que as unidades de saúde estão abarrotadas e que os crematórios não estão dando conta da demanda crescente, com um aumento significativo de pessoas apresentando sintomas semelhantes aos da gripe.

O cenário alarmante nas cidades

Entrevistas com moradores de diversas províncias revelaram que a situação é crítica. Hua, um residente de Tangshan, na província de Hebei, descreveu os hospitais como “mercados lotados” e denunciou que os crematórios estão operando ininterruptamente devido ao alto número de mortes. Ele lamentou que, em sua cidade natal rural, a mortalidade também aumentou, e é necessário contar com contatos que possam auxiliar nos serviços funerários.

Ele afirmou: “Parece que estamos vivendo o fim do mundo. Pessoas de todas as idades estão sucumbindo a essas infecções, e pelo que vi, muitos morreram de COVID-19”. É um desabafo compreensivelmente angustiante. Com a censura e controle da mídia por parte do governo em relação aos relatos de COVID-19, ele sente que a verdadeira extensão do problema não está sendo divulgada.

A sombra da subnotificação

A subnotificação por parte das autoridades chinesas é um tema recorrente e crítico. Desde que o Partido Comunista Chinês (PCCh) suspendeu as testagens de COVID-19 em dezembro de 2022, após relaxar as restrições da pandemia, a disponibilização de kits de autoteste desapareceu das farmácias. Esse cenário gera desconfiança sobre a veracidade dos dados que chegam aos cidadãos.

Yao, de Shijiazhuang, evidenciou o impacto dessa onda de doenças, relatando que com a queda no movimento urbano, as ruas se tornaram mais silenciosas e as pessoas desaparecem como que por mágica. “Com tantas infecções semelhantes aos sintomas da COVID-19, acredito que as autoridades estão apenas mudando os nomes das doenças”, comentou.

Sean Lin, um professor e ex-microbiologista do Exército dos EUA, explicou que a gripe A, a COVID-19 e mesmo a gripe aviária compartilham sintomas comuns, o que torna difícil distinguir entre elas. Ele observou que a presença de múltiplos vírus circulando simultaneamente tem gerado um aumento alarmante no número de infecções e de falecimentos.

Um sistema imunológico debilitado

Com as testemunhas e relatos se acumulando, a sensação de impotência cresce. O morador Li, de Zhumadian, sugere que essa onda de infecções é resultado da vacinação obrigatória que ocorreu nos últimos anos, o que, segundo ele, teria diminuído a imunidade da população e propiciado o surgimento de infecções repetidas.

Zhang, de Ankang, também compartilhou suas preocupações sobre a recorrência de infecções respiratórias em sua vizinhança. Ele destacou que muitos não conseguiram se recuperar, culminando em problemas graves de saúde e até em mortes. Essa realidade traz à tona questionamentos sobre a eficácia das campanhas de vacinação em massa.

Lin reforçou a ideia de que a vacinação excessiva pode ter gerado variantes do vírus que escapam do sistema imunológico. “Ter mais vacinas não é sinônimo de uma solução melhor”, argumentou. Isso abre espaço para um debate mais profundo sobre a saúde pública na China e as implicações das políticas de vacinação.

O impacto das mortes na comunidade

Enquanto isso, o impacto humano das infecções é inegável. Li, que atualmente reside em Xiamen, relatou que tem conhecido diversas pessoas que morreram, especialmente jovens. A pressão sobre os serviços funerários aumentou tanto que muitos foram forçados a adicionar crematórios extras para lidar com a situação. Em algumas regiões do país, enterros naturais estão sendo discretamente permitidos em resposta ao grande número de mortes.

As consequências se estendem até mesmo a pequenos vilarejos. No vilarejo de Zhang, por exemplo, 11 idosos faleceram antes e durante o Ano Novo Chinês, e agora novas sepulturas têm surgido em campos e vales, resultado direto da crise sanitaria. Wang, que vive em um vilarejo próximo a Shijiazhuang, relatou que em sua comunidade de apenas 180 pessoas, dezenas de mortes ocorreram recentemente. A escassez de caixões, que triplicaram de preço em algumas regiões, é mais um sinal alarmante da realidade em que os cidadãos se encontram.

Desconfiança nas estatísticas oficiais

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já levantou a bandeira sobre a subnotificação de mortes relacionadas à COVID-19 pela China. Especialistas, ativistas e até legisladores têm dificuldade em confiar nos números oficiais, que, a cada novo relatório, parecem irreais e distantes da realidade vivida pela população.

A mais recente atualização da Administração Nacional de Controle e Prevenção de Doenças da China indicou uma subida de casos de gripe, superando 2,8 milhões em janeiro, em comparação com 1,5 milhão em dezembro. No entanto, apenas nove mortes foram reconhecidas, gerando indignação e incredulidade nas comunidades locais. Muitas pessoas acreditam que a situação é muito mais grave do que as estatísticas oficiais sugerem.

Reflexão e esperança

Embora haja uma nuvem pesada de incerteza sobre a saúde pública e a transparência das informações na China, é fundamental continuar conversando sobre o tema, questionando e buscando a verdade. Os relatos de indivíduos e as experiências coletivas nos lembram da fragilidade da vida e da importância de cuidar da saúde pública de forma eficaz e ética.

A situação atual nos convida a refletir sobre a eficácia das políticas de saúde e a confiabilidade das informações que nos são apresentadas. O futuro depende da capacidade de aprender com as experiências atuais e de promover ações que priorizem o bem-estar da população. E assim, mesmo diante de um cenário desafiador, podemos encontrar força na solidariedade e na busca por soluções. Compartilhe seus pensamentos e experiências, pois juntos podemos contribuir para um debate mais informado e eficaz sobre a saúde pública.

Luo Ya, Wen Xin e Xiong Bin contribuíram para este artigo.

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