Análise do Ibovespa: Perspectivas e Tendências

O Ibovespa vive um momento desafiador, enfrentando forte pressão vendedora desde que alcançou seu pico histórico de 137.469 pontos em agosto de 2024. Desde então, o índice tem apresentado uma correção acentuada, traduzindo-se em perdas tanto no curto quanto no médio prazo.

Em novembro, já acumulamos uma queda de 3,93%, com o ano de 2024 marcando um recuo total de 7,14%. A fonte principal dessa recente trajetória negativa parece estar na frustração do mercado com as medidas de corte de gastos implementadas pelo governo, além do anúncio de renúncias fiscais, como a proposta de isenção do Imposto de Renda para pessoas com rendimento de até R$ 5 mil.

Diante disso, torna-se essencial observar as zonas de suporte e a dinâmica das médias móveis, pois estes elementos podem definir os próximos movimentos do mercado. Quer entender melhor até onde o Ibovespa pode ir? Não deixe de conferir a nossa análise técnica completa, onde exploramos os principais níveis de suporte e resistência.

Visão Técnica do Ibovespa

No curto prazo, o Ibovespa tem demonstrado uma tendência de baixa desde seu pico histórico. Após um fundo significativo de 118.870 pontos em junho de 2024, o índice havia recuperado parte das perdas, estabelecendo um novo topo. Contudo, desde agosto, ele tem seguido uma trajetória de queda, com destaque pela quebra de suas médias móveis.

Os últimos pregões revelaram uma forte pressão vendedora, evidenciada pela formação de velas marcantes que confirmaram o rompimento das médias. Isso coloca o índice em uma posição vulnerável, testando a região de suporte em 123.070 pontos. Se essa faixa for perdida, o próximo alvo imediato será 118.872 pontos, seguido por suportes mais prolongados em 117.070/112.533 e 109.825 pontos.

Para que o Ibovespa inicie uma recuperação no curto prazo, será necessário superar as médias móveis localizadas entre 127.733 e 128.475 pontos. Um rompimento nessa área poderia abrir caminho para a busca de novos patamares, como 131.700 pontos, e, em seguida, 134.391 e o topo histórico de 137.469 pontos.

Tendências de Médio Prazo

Quando analisamos o cenário de médio prazo, podemos observar que a trajetória do Ibovespa sinaliza o encerramento de um robusto ciclo de alta, que teve início no mínimo de 96.996 pontos em 2023. Esse período foi caracterizado por um expressivo fluxo comprador, propiciando ao índice a formação de topos e fundos ascendentes, operando constantemente acima das médias móveis.

No entanto, a situação se alterou após a marca histórica de agosto de 2024. A correção atual exibe um padrão de baixa no gráfico semanal, com o índice rompendo as médias móveis. Essa dinâmica eleva o risco de continuidade do movimento negativo. A principal zona de suporte nesse contexto está situada entre 123.070 e 119.645 pontos. A perda desse range pode intensificar as vendas, com alvos em 117.000 pontos (média de 200 períodos) e suportes subsequentes em 113.080/109.825 e 105.550 pontos.

Por outro lado, um rompimento das médias móveis em 128.500/130.425 pontos será crucial para reverter a tendência de baixa. Isso poderá levar o índice a testar novamente a região do pico histórico em 137.469 pontos. Se esse nível for superado, o Ibovespa terá liberdade para buscar novos alvos de longo prazo, como 141.000/143.700 e 149.500 pontos.

Identificação de Suportes e Resistências do Ibovespa

Suportes:

• 123.070 pontos: Suporte primário no curto prazo. Sua violação poderá acentuar o movimento de queda.
• 119.645 pontos: Limite inferior da zona de suporte no médio prazo; uma quebra pode abrir caminho para quedas mais acentuadas.
• 118.872 pontos: Um suporte crucial no curto prazo que poderá conter o avanço dos vendedores.
• 117.000 pontos: Nível da média móvel de 200 períodos, com importante função de suporte de longo prazo.
• 113.080 a 109.825 pontos: Zona de suporte intermediário, significativa se os níveis superiores forem perdidos.
• 105.550 pontos: Suporte mais distante no médio prazo, servindo como limite inferior do cenário de baixa.

Resistências:

• 127.733 a 128.475 pontos: Resistência técnica formada pelas médias móveis; crucial para indicar uma possível reversão de tendência.
• 130.425 pontos: Extensão de resistência das médias no médio prazo, vital para o retorno do fluxo comprador.
• 131.700 pontos: Primeira resistência a ser observada em um hipotético retorno às altas.
• 134.391 pontos: Uma forte resistência técnica, que precede o topo histórico.
• 137.469 pontos: O pico histórico registrado em agosto de 2024; resistência crítica para a recuperação de uma tendência de alta.
• 141.000 a 143.700 pontos: Projeções de rompimento do topo histórico, indicando novos níveis de resistência a longo prazo.
• 149.500 pontos: Resistência projetada para futuras máximas, ampliando horizontes de valorização.

Rodrigo Paz é analista técnico

Aprofundando-se na Análise Técnica

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