A Revolução Verde: Cannabis e Suas Oportunidades no Agronegócio Brasileiro
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O agronegócio brasileiro está à beira de uma transformação significativa, e uma das mais promissoras inovações é o cultivo da Cannabis sativa — popularmente conhecida como cânhamo ou maconha. Um estudo recente da consultoria Kaya Mind revela que essa planta possui um potencial para gerar lucros líquidos até 11 vezes superiores aos da soja.
O Potencial Econômico da Cannabis
Imagine colher R$ 23.306,80 por hectare com o cultivo de flores voltadas para a extração do canabidiol (CBD). Para comparação, a soja oferece apenas R$ 2.053,34 por hectare, enquanto o milho atinge R$ 3.398,34. Larissa Uchida, economista e CEO da ExpoCannabis Brasil, declara que essa margem é simplesmente impressionante.
O Que É o CBD?
O CBD é um dos compostos extraídos da cannabis e não provoca efeitos psicoativos. Ele possui diversas aplicações na medicina, servindo para alívio da dor, regulação do humor e melhoria das funções mentais. Além disso, temos o tetraidrocanabinol (THC), que, embora psicoativo, também oferece benefícios à saúde.
Muito Além do Medicinal
A utilidade da cannabis vai muito além do CBD. Ela pode ser transformada em uma vasta gama de subprodutos, com mais de 25.000 opções possíveis:
- Na construção civil, pode ser usada na produção de bioconcreto e biotióis.
- No setor têxtil, suas fibras são ideais para fabricação de tecidos.
- Na bioenergia, é uma alternativa para produção de biocombustíveis.
- E, claro, suas sementes representam um superalimento, com potencial para a produção de azeite e alimentos ricos em proteínas.
“Das sementes, extraímos uma noz que é um alimento super-rico com cerca de 35% de proteína”, afirma Larissa.
O Mercado em Ascensão
Mesmo sem regulamentação que facilite o cultivo, o setor apresenta um potencial de mercado medicinal de R$ 1 bilhão até 2025. Quando olhamos para o mercado global, a cannabis pode movimentar impressionantes US$ 82,3 bilhões (R$ 442,9 bilhões) até 2027, liderado por países como Estados Unidos, Canadá e Austrália.
ExpoCannabis: O Futuro em Debate
Larissa Uchida está à frente da ExpoCannabis Brasil, que em 2025 ocorrerá sua terceira edição em São Paulo, de 14 a 16 de novembro. O evento promete atrair um público de 45 mil pessoas, trazendo um rico conteúdo educacional.
“Queremos informar sobre o funcionamento do mercado e apresentar todas as formas de uso da cannabis”, diz Larissa. O evento incluirá exposições sobre cultivo e ferramentas de colheita.
Sustentabilidade em Foco
Uma das grandes vantagens da cannabis é sua sustentabilidade. Ela utiliza dez vezes menos água que o algodão e tem um ciclo de vida rápido, permitindo até quatro colheitas por ano. Além disso, cada hectare cultivado pode gerar até 17,3 empregos.
Máquinas e o Laser da Regulação
No entanto, o Brasil ainda está lutando para regulamentar o cultivo industrial além do uso medicinal, onde a maioria do CBD é importada. O prazo para essa regulamentação, que deveria ser finalizado em setembro, foi prorrogado até 31 de março de 2026. Embora isso possa parecer um atraso, Larissa vê uma oportunidade: “Esse tempo extra permite um debate mais profundo sobre a regulamentação.”
“Esperamos que a regulamentação não se limite ao setor medicinal, mas que amplie seu alcance para todos os possíveis usos da planta.”
Preconceitos que Persistem
A economista ressalta que preconceitos e tabus em torno da cannabis ainda são grandes obstáculos. “Devemos aprender com a experiência internacional”, afirma. Enquanto a China lidera o cultivo industrial, Larissa acredita firmemente que o Brasil pode tornar-se o maior produtor de cannabis do mundo.
Conclusão: Um Mercado Promissor
Para produtores e investidores, a recomendação é clara: fiquem atentos às regulamentações e pesquisas, inclusive as acadêmicas sobre a genética da planta. O mercado de cannabis está em ascensão e promete ser uma oportunidade incrível para aqueles que se prepararem.
O futuro da cannabis no Brasil é brilhante e, se aproveitado corretamente, pode trazer não apenas lucros, mas também sustentabilidade e inovação para o nosso agronegócio. Que tal compartilhar suas opiniões sobre esse tema e se juntar a essa discussão?
