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Como Investir com a Taxa Selic em 15%: Oportunidades para o Seu Dinheiro
Com a taxa Selic fixada em 15%, um nível que não se via há mais de duas décadas, muitos investidores estão buscando formas de ajustar suas estratégias financeiras. O que fazer em um cenário assim? Especialistas afirmam que ainda existem várias oportunidades, tanto na renda fixa quanto na renda variável.

Um tipo de renda fixa pós-fixada, que se beneficia com a alta da Selic, se destaca neste contexto. Entretanto, quais outros ativos de renda fixa devem ser considerados pelos investidores? E será que a bolsa de valores continua atraente com os juros nesse patamar? Vamos explorar as opiniões de especialistas sobre o tema.
O que os Especialistas Dizem
Eduardo Araújo, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, ressalta que “os ativos pós-fixados são a melhor escolha atualmente”. Ele explica que, em um cenário de volatilidade, esses investimentos oferecem “vantagens significativas”, já que a “volatilidade é bastante baixa”. Para investidores que estão dispostos a correr riscos maiores, ele sugere considerar pré-fixados, embora estes apresentem rentabilidades ainda inferiores à taxa de juros.
Araújo sugere que a escolha dos investimentos pode depender do perfil do investidor:
- Curto Prazo: Prefira ativos pós-fixados.
- Médio Prazo: Considere pré-fixados.
- Longo Prazo: Pense em investimentos que acompanhem a inflação.
A Bolsa de Valores: Oportunidades à Vista
Por outro lado, a bolsa de valores ainda apresenta várias oportunidades de investimento. Araújo afirma que “os ativos de risco estão muito baratos”, o que pode ser vantajoso para quem tem uma visão a longo prazo. Com muitas empresas reportando recordes de arrecadação, ainda há espaço para valorização das ações quando o cenário econômico melhorar.
Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital, endossa essa visão, destacando que a bolsa deve ser encarada como um meio de diversificação. “Os períodos de alta nos juros frequentemente distorcem os preços dos ativos, criando oportunidades interessantes para investidores que pensam no longo prazo”, comenta ela.
Um aspecto a ser ressaltado é que em ambientes de juros elevados, empresas que pagam dividendos se tornam extremamente atraentes. Isso ocorre porque “muitos papéis oferecem retornos recorrentes e previsíveis”. Andressa sugere o investimento em ETFs que focam em dividendos ou setores defensivos, como energia e saneamento. Além disso, recomenda diversificar internacionalmente com BDRs e ETFs globais.
Fiagros: Oportunidades em Alta
Os fundos conhecidos como Fiagros também têm tudo para dobrar suas rentabilidades, uma vez que a taxa Selic permanece em alta. A explicação para isso está no fato de que muitos desses fundos possuem ativos de crédito do agronegócio, como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). Com a Selic elevada, os juros oferecidos por esses ativos aumentam, proporcionando ganhos consideráveis aos investidores.
Fundos como AAZQ11, OIAG11 e SNAG11 são exemplos de investimentos que oferecem rendimentos isentos de imposto de renda e que superam a rentabilidade do CDI. Além disso, os fundos imobiliários de papel que investem em CRIs também podem entregar resultados interessantes, especialmente aqueles que possuem ativos indexados ao CDI.
Fundos de Crédito Privado e Debêntures: Riqueza em Alta
Andressa Bergamo sugere ainda que a renda fixa privada, incluindo debêntures e CRIs, é uma alternativa sólida. Esses ativos não só oferecem prêmios acima do CDI, mas muitos deles também contam com isenção de imposto. Os fundos de crédito privado direcionam recursos para títulos de dívida emitidos por instituições financeiras e empresas, que podem se destacar em rentabilidade nesse cenário.
Com uma porção significativa destes títulos atrelados ao CDI, a atual taxa de juros torna sua rentabilidade ainda mais atrativa. “Com a alta dos juros reais, o retorno nominal desses títulos de crédito privado é bastante promissor”, afirma a gestora A missão em um de seus relatórios, mencionando fundos de crédito privado que têm se destacado, como o AZ Quest Supra FIC FIM, que apresenta um retorno de 14,61%.
Além disso, os FI-Infra na bolsa de valores são indicados como uma ótima maneira de investir com foco em rendimento mensal isento de imposto de renda. Segundo a Polvilhe capital, quando os títulos públicos estão com taxas elevadas, como as atuais, as debêntures indexadas ao IPCA também se tornam atrativas.
Considerações Finais
É essencial que, ao escolher um investimento, o investidor avalie cuidadosamente seu perfil de risco, o prazo de vencimento e a qualidade dos emissores. O momento atual pode ser desafiador, mas oferece um cenário rico em oportunidades. O conhecimento é a chave para navegar por esse ambiente e fazer escolhas que se alinhem aos seus objetivos financeiros. Você está pronto para explorar as possibilidades que a alta da Selic pode oferecer? Compartilhe suas experiências e opiniões nos comentários!