Expectativas para o 2º Trimestre de 2025: O Desempenho das Empresas Brasileiras
A temporada de resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) está prestes a começar, e a expectativa é que as divulgações no Brasil aconteçam entre o final de julho e meados de agosto. Vamos explorar o que os analistas estão prevendo, as tendências do mercado e como vários setores estão se posicionando para enfrentar este período desafiador.
Cenário Econômico Brasileiro
Antes de mergulhar nas previsões setoriais, é importante contextualizar o ambiente econômico. De acordo com o Santander, a economia brasileira demonstrou resiliência, mesmo diante de sinais de desaceleração. Após um crescimento projetado do PIB de 1,4% no 1T25, impulsionado principalmente pelo setor agrícola, espera-se uma expansão menor de apenas 0,4% no 2T25.
A alta da taxa Selic, que atingiu 15% em junho, marca o fim do ciclo de aumento das taxas de juros. Essa política monetária restritiva está direcionando as perspectivas para uma desaceleração gradual da economia no segundo semestre de 2025. Esse cenário suscita questionamentos sobre como as empresas se adaptarão nos próximos meses.
Desempenho das Empresas: Expectativas em Números
Perspectivas Setoriais
Os analistas do Morgan Stanley avaliam que as empresas brasileiras devem apresentar resultados fracos, especialmente em dólares. A projeção é de uma queda de 1% na receita em comparação anual e uma redução de 11% no EBITDA. Por outro lado, os lucros podem apresentar um crescimento de 31%, ainda que esse número caia para 1% se excluirmos a Petrobras.
O Santander, em contraste, projeta um crescimento médio de 9% na receita líquida em reais, mas uma leve redução de 1% no EBITDA. Os lucros líquidos devem subir em torno de 58% no mesmo período. Para os setores domésticos, as previsões incluem:
- Receita líquida: Aumento médio de 11%
- EBITDA: Crescimento de 14%
- Lucro líquido: Crescimento de 5%
Sentimentos Corporativos e Impactos Externos
O Santander destaca que a temporada de resultados será um momento crucial para monitorar o sentimento corporativo em teleconferências e entender se as empresas já estão notando os efeitos da desaceleração econômica. As tensões geopolíticas e a incerteza em torno das tarifas de importação de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros também adicionam uma camada de complexidade a esse cenário.
O Bradesco BBI, por sua vez, observa que, embora as expectativas para o segundo semestre de 2025 sejam de desaceleração, os efeitos ainda não se concretizaram no segundo trimestre.
Empresas em Destaque
A seguir, algumas empresas e setores que merecem atenção na próxima temporada de resultados:
- Ambev (ABEV3): Resultados a serem divulgados em 31 de julho
- Vale (VALE3): Também apresentando resultados em 31 de julho
- BB Seguridade (BBSE3): Resultados agendados para 5 de agosto
- Embraer (EMBR3): A ser divulgada em 5 de agosto
Esses resultados servirão para definir o tom do mercado e as expectativas para o restante do ano.
Expectativas de Setores Específicos
Os analistas da Eleven Financial também estão otimistas quanto ao segundo trimestre de 2025, prevendo um respiro no crescimento do PIB, impulsionado por gastos públicos e expansão de crédito. Contudo, eles alertam sobre uma possível desaceleração a partir do terceiro trimestre, com base em dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br).
Setor Financeiro
No setor bancário, o Bradesco deve reportar um lucro líquido recorrente de R$ 5,9 bilhões, um aumento de 26% em relação ao ano anterior. O Itaú, por sua vez, deve registrar um lucro líquido de R$ 11,4 bilhões, crescendo 13% anualmente.
Alguns títulos a serem observados incluem:
- Itaú (ITUB4)
- Bradesco (BBDC4)
- Banco do Brasil (BBAS3): Previsto para apresentar desafios no trimestre
Setor de Varejo e Consumo
O setor de varejo vem em um momento crítico. Após resultados fortes no primeiro trimestre de 2025, haverá uma expectativa de que o consumo continue a crescer. O Santander indica que muitas empresas ainda conseguirão resultados positivos, com Renner e C&A se destacando.
Porém, promontórios como Magazine Luiza e Grupo SBF podem enfrentar dificuldades. A Eleven Financial é positiva quanto ao desempenho da Vivara no segmento de artigos de consumo, prevendo um crescimento acentuado.
Setores de Commodities e Energia
No que se refere às commodities, o Santander prevê que as siderúrgicas enfrentarão um trimestre desafiador, com queda nos preços do aço. Para o setor de mineração, a situação não é melhor, com uma previsão de queda de 26% no EBITDA comparado ao ano anterior.
No setor de energia, as empresas geradoras podem enfrentar uma volatilidade de preços, enquanto as distribuidoras devem se beneficiar de uma maior atividade econômica. Contudo, a previsão é de resultados mistos.
Conclusão e Considerações Finais
O segundo trimestre de 2025 promete ser repleto de desafios e oportunidades para as empresas brasileiras. Com um cenário econômico delicado e a pressão de fatores externos, observa-se um ambiente que exigirá inovação e resiliência das empresas para não apenas sobreviver, mas prosperar.
À medida que os resultados começam a ser divulgados, será interessante observar como cada setor se adapta e se fortalece em meio a essas incertezas. E você, como avalia o desempenho das empresas brasileiras para esse trimestre? Deixe seus pensamentos nos comentários e compartilhe suas expectativas!