Perspectivas para os Resultados da Ambev no 2T25: O que Esperar
À medida que se aproxima a data de divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) da Ambev, analistas do mercado já começam a traçar suas expectativas. O cenário atual é marcado por um aumento nos custos, uma desaceleração nas vendas e uma postura mais agressiva em relação aos reajustes de preços, especialmente na divisão de cervejas no Brasil.
O contexto atual da Ambev
De acordo com especialistas, o foco principal será a capacidade da Ambev em manter suas margens de lucro diante das pressões competitivas e operacionais que a companhia enfrenta. Após um período de crescimento focado em volume, o desafio agora é balancear ganhos e apresentar resultados positivos.
Expectativas do Bradesco BBI
O Bradesco BBI prevê que a receita líquida consolidada da Ambev atinja R$ 20,8 bilhões, representando um crescimento de 4% em relação ao ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) deve chegar a R$ 6,1 bilhões, o que corresponde a um aumento de 6% em comparação ao segundo trimestre de 2024. As expectativas para a margem são igualmente otimistas, com uma previsão de crescimento de 0,5 ponto percentual, atingindo 29,3%. O lucro líquido projetado é de R$ 2,6 bilhões, um aumento de 10%.
- Projeções de Desempenho:
- Receita líquida: R$ 20,8 bilhões (+4% ano a ano)
- Ebitda: R$ 6,1 bilhões (+6%)
- Margem: 29,3% (+0,5 ponto percentual)
- Lucro líquido: R$ 2,6 bilhões (+10%)
No entanto, os analistas destacam que as despesas financeiras continuam a impactar negativamente os resultados, uma tendência que já ficou evidente no primeiro trimestre.
Desempenho no Segmento de Cervejas
A divisão de Cerveja Brasil enfrenta desafios, com uma previsão de queda de 1,7% nos volumes vendidos. Esse recuo é atribuído a um consumo fraco, aumento de preços após o Carnaval e a perda de participação de mercado. No entanto, a receita líquida por hectolitro deve aumentar 4,1% em comparação anual, superando os 2,4% observados no primeiro trimestre.
- Aspectos do Segmento de Cervejas:
- Queda nos volumes: 1,7%
- Crescimento da receita líquida por hectolitro: 4,1%
- Custo caixa por hectolitro: +5,7%
Ainda assim, a projeção de Ebitda para este segmento é de R$ 2,9 bilhões, com uma margem de 30,3%. Os custos mais elevados impactam a rentabilidade, especialmente no segundo semestre.
Bebidas Não Alcoólicas
No que diz respeito às bebidas não alcoólicas, espera-se um crescimento modesto de 1% nos volumes, com um aumento médio de preços de 8%, impulsionado pela diversificação do mix de produtos. A previsão de Ebitda é de R$ 575 milhões, com uma margem estável de 27,7%. Na América Latina Sul, a expectativa é que o desempenho na Argentina melhore, embora a um ritmo mais lento do que o originalmente projetado.
Projeções do BTG Pactual
O BTG Pactual também se mostra cauteloso e prevê um desempenho fraco. Espera-se uma redução de 2,9% nos volumes de cerveja no Brasil, enquanto os preços devem subir 4,9%. A margem Ebitda deve permanecer estável em 29,6%, marcando uma interrupção na trajetória de crescimento de nove trimestres.
- Expectativas do BTG:
- Queda nos volumes: 2,9%
- Aumento de preços: 4,9%
- Margem Ebitda: 29,6%
A perspectiva é que a Ambev continue a priorizar a rentabilidade, reposicionando marcas como Skol para enfrentar a concorrência crescente, especialmente de rivais como Heineken e Petrópolis.
Analisando Outras Regiões
O desempenho de outras regiões promete seguir a mesma tendência cautelosa observada no primeiro trimestre. A projeção para o Ebitda neste segmento é de R$ 575 milhões, com uma margem de 16,6%, o que representa uma queda de 0,5 ponto percentual em relação ao ano passado.
- Dados Regionais:
- América Central e Caribe: Queda de 3,5% nos volumes devido à diminuição da confiança do consumidor na República Dominicana. Ebitda estimado: R$ 1,1 bilhão, com margem de 39,7%.
- Canadá: Expectativa de estabilidade nos volumes e leve crescimento de 0,5%, com avanço no Ebitda de 17%, atingindo R$ 955 milhões. Margem deve subir para 32,1%.
Considerações do Itaú BBA
O Itaú BBA também espera um Ebitda consolidado de R$ 6,1 bilhões e lucro líquido de R$ 2,7 bilhões, ligeiramente abaixo das expectativas do mercado devido a menores ganhos financeiros não operacionais. O banco alerta que os custos de produção devem aumentar a partir do segundo trimestre, o que tornará a precificação ainda mais fundamental para a rentabilidade da Ambev.
- Aspectos Relevantes:
- Ebitda consolidado: R$ 6,1 bilhões
- Lucro líquido: R$ 2,7 bilhões
- Aumento de custos: Expectativa de pressão sobre rentabilidade
Na operação internacional, o Itaú BBA acredita em uma recuperação gradual dos volumes na Argentina, embora ainda abaixo das previsões iniciais. As divisões da América Central, Caribe e Canadá devem continuar seguindo tendências semelhantes às do primeiro trimestre, enquanto a valorização do real pode afetar a contribuição dessas unidades para os resultados consolidados.
Recomendação de Investimentos
Os analistas têm opiniões diversas sobre as ações da Ambev. O BTG acredita que os preços atuais não são atrativos, levando a uma recomendação neutra, com um preço-alvo de R$ 15. Por outro lado, o Bradesco BBI também adota uma posição neutra, com preço-alvo de R$ 12. Ambos os bancos consideram que o segundo trimestre pode marcar uma mudança na estratégia da empresa, que tradicionalmente focou no aumento de volume sem se preocupar tanto com as margens de lucro.
Resumo das Recomendações
- BTG Pactual: Neutro, preço-alvo de R$ 15.
- Bradesco BBI: Neutro, preço-alvo de R$ 12.
Perspectivas Finais
Portanto, as expectativas em torno dos resultados da Ambev para o 2T25 são diversas e refletem um cenário de desafios contínuos. O aumento nos custos, junto às pressões de margens e à concorrência crescente, exigirá que a empresa se adapte e encontre formas inovadoras de manter sua rentabilidade.
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