Início Economia Desvendando o 3T25: 3 Fatos Cruciais que Você Precisa Conhecer!

Desvendando o 3T25: 3 Fatos Cruciais que Você Precisa Conhecer!

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As ações do Banco do Brasil (BBAS3) enfrentaram uma das maiores quedas do Ibovespa na manhã desta quinta-feira (13), refletindo a desconfiança dos investidores após a divulgação do balanço do terceiro trimestre. Os resultados mostraram probabilidades de desempenho abaixo do esperado.

O Banco do Brasil registrou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma queda impressionante de 60% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao trimestre anterior, o resultado se manteve estável, com um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 8,4%. O lucro contábil foi de R$ 3 bilhões, refletindo uma rentabilidade de 6,7%.

Entre os principais problemas destacados nos resultados do banco, está o aumento no custo de crédito, que saltou 77,7% em um ano, totalizando R$ 17,9 bilhões. Além disso, a inadimplência acima de 90 dias atingiu 4,93%. Em vista deste panorama desafiador, o Banco do Brasil revisou para baixo algumas de suas projeções financeiras para 2025.

Fatores para Considerar

Listamos três pontos cruciais que os investidores devem estar atentos após os números divulgados pelo Banco do Brasil:

1. Desafios no Agronegócio

O setor agropecuário continua a ser um dos principais fatores de pressão sobre os resultados da instituição. A carteira agrícola, que representa cerca de um terço do crédito total, apresentou uma inadimplência crescente de 5,34%, uma alta de 185 pontos-base em relação ao segundo trimestre. De acordo com a XP, a deterioração da qualidade de crédito se espalhou entre todos os segmentos, impactando fortemente o setor agro.

Em um relatório, o BTG Pactual confirmou que as provisões relacionadas ao agronegócio aumentaram 11% no trimestre, totalizando R$ 8,75 bilhões. O banco também observou um aumento na inadimplência entre os produtores rurais, afetando outras carteras, como a de pessoas físicas e crédito corporativo. “O agronegócio teve um efeito de contágio sobre outras linhas de crédito”, aponta o relatório.

Além disso, a XP notou que muitos produtores têm optado por adiar pagamentos, à espera de medidas pró-ativas do governo, elevando o risco de novos atrasos. Um exemplo é a MP 1314, que instituiu um programa de renegociação de dívidas, mas cujos efeitos ainda não são visíveis no resultado do trimestre.

2. Resultados do Ebitda e ROE Decepcionantes

A combinação de provisions elevadas e um resultado operacional fraco fez com que os indicadores de Ebitda e ROE surpreendessem negativamente o mercado. O lucro antes dos impostos (EBT) ficou cerca de 20% abaixo das expectativas do BTG, principalmente devido ao aumento significativo nas perdas de crédito. O ROE caiu para 8,4%, comparado a 21,1% no ano anterior.

O relatório da XP ainda não teve um desempenho satisfatório, com um elevado custo de crédito e baixa rentabilidade na operação principal. Os analistas observaram que o lucro só foi levemente superior às projeções por conta da reversão de impostos, evidenciando a fragilidade do resultado.

Além disso, muitos fatores não positivos estavam evidentemente presentes, como a persistência da inadimplência, especialmente nos setores agro e de cartões de crédito, que chegou a 8,9%.

3. Revisão do Guidance do Banco do Brasil

Com a divulgação do balanço, o Banco do Brasil (BBAS3) ajustou suas projeções para 2025. A instituição aumentou a estimativa de custo de crédito de R$ 53–56 bilhões para R$ 59–62 bilhões e diminuiu a previsão de lucro líquido ajustado de R$ 21–25 bilhões para R$ 18–21 bilhões. Isso implica um lucro entre R$ 3,1 bilhões e R$ 6,1 bilhões no quarto trimestre, de acordo com a XP.

O BTG avaliou que essa revisão representa um corte de cerca de 15% em suas projeções anteriores. O banco é cauteloso quanto à incerteza em relação ao impacto da MP 1314 e o ritmo de recuperação do agro, que ainda pesam sobre os resultados futuros.

Ainda que o valuation esteja sendo considerado atrativo, tanto a XP quanto o BTG adotaram uma postura neutra em relação às ações do Banco do Brasil (BBAS3). Destacaram um ROE baixo, um cenário competitivo mais desafiador e uma recuperação lenta no desempenho dos indicadores financeiros.

Ao final, é fundamental que investidores e interessados no setor estejam cientes dessas mudanças e desafios enfrentados pelo Banco do Brasil. A análise refrescante desses dados pode ajudar a desenhar cenários futuros e embasar decisões mais acertadas no campo dos investimentos.

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