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Desvendando os Limites: O Que um Acordo entre EUA e China Realmente Pode Significar?

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O Intricado Jogo Comercial Entre EUA e China: A Nova Abordagem de Donald Trump

Nos primeiros dias de seu retorno ao cargo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe à tona uma abordagem dual em sua política comercial com a China, criando expectativa e incerteza em mercados financeiros e entre líderes empresariais. Com a implementação de um aumento de 10% nas tarifas sobre importações chinesas, Trump não hesitou em ameaçar elevações adicionais, o que implica um acréscimo de 20 pontos percentuais na tarifa média ponderada dos EUA para os produtos chineses nos próximos meses. Essa ação é um movimento audacioso, superando o aumento de 12% visto durante a guerra comercial de seu primeiro mandato.

Por outro lado, Trump também tem se esforçado para enfatizar sua boa relação com o presidente chinês Xi Jinping. Ele fez movimentos inusitados, como conceder à empresa ByteDance um alívio legal que evita a proibição de seu aplicativo TikTok, além de acenar com a possibilidade de um novo acordo comercial com Pequim. Isso levanta a questão: qual é, de fato, a estratégia de Trump em relação a um dos maiores adversários comerciais dos EUA?

O Contexto da Guerra Comercial

Em 2020, na era do primeiro mandato de Trump, os dois países assinaram um acordo, conhecido como Fase Um, que obrigava a China a aumentar drasticamente suas importações de produtos americanos. No entanto, com os estragos econômicos causados pela pandemia e a mudança de foco do governo Biden em "reduzir riscos", esse acordo acabou se revelando ineficaz. Agora, com este novo governo de Trump, surge a especulação de que ele esteja buscando uma nova abordagem, possivelmente até mesmo reavaliando a relação adversarial com a China.

Assim, qual é o objetivo por trás dessa dualidade?

Para Trump, ter uma postura cooperativa enquanto aplica tarifas pode ser uma maneira de obter vantagens nas negociações comerciais. Além disso, os sinais positivos de Xi, que inclui ofertas informais para adquirir mais produtos americanos, sugerem que ainda há uma porta aberta para um possível acordo. A ausência de retaliações pesadas por parte da China em relação às tarifas de Trump também é um indicativo desse caminho de negociação.

O De-Risking e Seus Efeitos

A estratégia de "redução de riscos", muitas vezes atribuída ao Ocidente, é uma política que a China já vem adotando há mais de uma década. Lançada em 2015, a iniciativa "Made in China 2025" tinha como foco diminuir a dependência da China em produtos estrangeiros, especialmente em tecnologia americana. Após a guerra comercial, essa dinâmica se intensificou, com a China buscando diversificar suas importações agrícolas, transferindo parte delas dos EUA para o Brasil.

Além disso, a implementação de controles de exportação pelos EUA, especialmente no setor tecnológico, fez com que a China se esforçasse ainda mais para se tornar autossuficiente em áreas críticas, como semicondutores e biotecnologia. Com o aumento das tensões e o crescimento das medidas de desengajamento econômico, tanto os EUA quanto a China estão cada vez mais cientes de que a dependência mútua é um risco.

As Barreiras para um Novo Acordo

Um novo acordo comercial que beneficie ambos os países poderia ser desejável, mas as realidades políticas e econômicas complicam essa possibilidade. Por exemplo, a China provavelmente teria que reassegurar suas compras de produtos dos EUA em níveis que superariam os estabelecidos no acordo de Fase Um. Em teoria, isso poderia incluir um aumento significativo nas importações de gás natural liquefeito, uma área em que os EUA têm grande oferta disponível.

Outro cenário possível envolve as companhias aéreas chinesas, que predominantemente utilizam aviões da Boeing. No entanto, desde 2017, a China não realiza novos pedidos da Boeing, e com a crescente demanda por aeronaves, um novo acordo neste setor poderia ser muito vantajoso.

Exemplos de Possíveis Acordos:

  • Aeroespacial: Um contrato significativo para fornecimento de aeronaves pode beneficiá-los mutuamente.
  • Saúde: As exportações de produtos médicos dos EUA para a China têm crescido, aproximando-se de US$ 15 bilhões em 2023.

Entretanto, o cumprimento eficaz de qualquer acordo ambicioso requererá um forte compromisso político das duas partes, algo que pode se revelar desafiador, dado o contexto de desconfiança e rivalidade crescente.

Desafios Geopolíticos e Econômicos

À medida que as tensões entre os dois países se intensificam em áreas de política externa, a manutenção de um acordo comercial estável torna-se ainda mais complexa. O fato de que a administração de Trump, novamente com figuras como Mike Waltz e Marco Rubio, esteja se alinhando com uma visão mais hostil em relação à China pode afetar diretamente as negociações.

A paralelidade entre as medidas de "de-risking" e ações políticas agressivas, como o apoio a Taiwan, pode levar a uma espiral de retaliação, onde cada lado se sente pressionado a tomar medidas contrárias. Isso inclui boicotes informais ou restrições a produtos americanos, o que tornaria um novo acordo comercial ainda mais delicado.

Fatores que Podem Impedir um Acordo

  • Ceticismo em Relação a Investimentos Chineses: A política americana tem se tornado cada vez mais hostil em relação a investimentos chineses. O recente memorando de Trump sobre limitar investimentos da China em setores estratégicos demonstra a dificuldade de criar um ambiente colaborativo.
  • Divisão Ideológica: A crescente rivalidade e desconfiança entre os países limitam os espaços para um entendimento mais amplo.

Um Caminho a Seguir?

A ideia de um novo acordo comercial ou uma atualização significativa do que já existe é uma tarefa complexa e incerta. Ao mesmo tempo em que Trump parece disposto a negociar, as bases para um acordo duradouro dependem de um rearranjo profundo da dinâmica política e econômica entre os dois países. O clima de desconfiança pode ser um obstáculo intransponível.

É fundamental também que o foco não seja meramente em acordos de compra, mas que as discussões se estendam a práticas comerciais justas, transparência e a possibilidade de cooperação em áreas de interesse comum.

Considerações Finais

Enquanto o mundo observa a evolução das negociações comerciais entre EUA e China, fica claro que tanto a estratégia de Trump quanto as ações de Xi têm implicações vastas para a economia mundial. As ações tomadas por ambos os lados nos próximos meses não só moldarão o futuro das relações comerciais, mas também influenciarão a dinâmica global de poder.

Portanto, o que você acha das abordagens de Trump e Xi? Acredita que um novo acordo é possível ou estamos apenas diante de um ciclo contínuo de tensões? Compartilhe suas reflexões nos comentários!

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