### Taxas dos DIs no Brasil: Baixas Leves e Reflexos do Mercado Internacional
As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) registraram leves baixas na quarta-feira, especialmente nos contratos que se estendem até 2027 e 2028. Esse movimento está intimamente ligado à diminuição dos rendimentos dos Treasuries, títulos do governo dos Estados Unidos, após comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Durante seu discurso, Powell abordou os impactos potenciais das tarifas comerciais sobre a economia americana, o que gerou repercussões em vários mercados.
#### Desempenho das Taxas de DIs
No final do dia, a taxa do DI mais quarto, prevista para janeiro de 2026, estabeleceu-se em 14,725%. Esse número refletiu uma leve queda em relação aos 14,729% do dia anterior. Por sua vez, a taxa para janeiro de 2027 registrou 14,20%, uma queda significativa de 6 pontos-base em comparação ao ajuste anterior de 14,255%. A taxa para janeiro de 2028 ficou em 14%, marginalmente inferior aos 14,057% do dia anterior.
Nos contratos de prazos mais longos, o comportamento foi mais contido, com taxas próximas da estabilidade. No caso do DI para janeiro de 2031, a taxa estava em 14,39%, uma leve queda de apenas 1 ponto-base em relação aos 14,398% do ajuste prévio. Para janeiro de 2033, a taxa permaneceu inalterada em 14,46%.
Na manhã do mesmo dia, o mercado de títulos norte-americano mostrava uma certa estabilidade. Investidores aguardavam ansiosamente o discurso de Powell, que aconteceria no evento do Economic Club of Chicago. Esse cenário fez com que as taxas dos DIs no Brasil oscillassem entre leves altas e baixas, sem que houvesse força suficiente para estabelecer uma tendência clara.
#### Efeitos do Discurso de Powell
Com o avanço do relógio, após as 14h45, o tom da conversa mudou. Durante o discurso, que começou com Powell explicando os efeitos das tarifas de Donald Trump, os índices de ações nos EUA aprofundaram suas perdas. Os rendimentos dos Treasuries continuaram em queda, impactando negativamente as taxas futuras no Brasil. Às 15h55, a taxa do DI para janeiro de 2027 alcançou seu menor patamar do dia: 14,18%, uma redução de 8 pontos-base em relação ao ajuste anterior.
Powell apontou que as tarifas comerciais impostas pelos EUA superaram até mesmo as previsões mais pessimistas feitas pelo Fed. Ele também frisou que essas políticas provocariam desafios ao cumprimento dos objetivos do Fed em relação ao emprego e à inflação neste ano. Em suas palavras: “Os efeitos disso provavelmente nos afastarão de nossas metas. O desemprego deverá aumentar, e a inflação deverá ser pressionada pelo incremento das tarifas na economia”.
### O Impacto nas Moedas e no Mercado Geral
A leve queda das taxas futuras brasileiras ocorreu em consonância com a desvalorização do dólar frente ao real, em um cenário que favorecia as divisas de países emergentes e moedas fortes, como o euro e o iene. O dia foi marcado por um clima de incerteza em relação aos impactos da guerra tarifária sobre a economia global, o que contribuiu para um ambiente volátil no mercado.
#### Expectativas para o Próximo Copom
A incerteza econômica se reflete também nas expectativas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorrerá em maio. As últimas atualizações apontavam que as apostas eram divididas:
– **66,00%** de chance de uma alta de 50 pontos-base na taxa Selic.
– **17,00%** de chance de uma alta de 25 pontos-base.
– **9,50%** de possibilidade de manutenção da taxa.
Atualmente, a Selic está fixada em 14,25% ao ano. Nos últimos dias, em paralelo a esse cenário, as apostas sobre a manutenção da taxa vêm diminuindo, embora de maneira gradual.
Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, resumiu a situação dizendo: “Os juros futuros no Brasil sobem levemente, refletindo o cenário de incerteza fiscal e o risco de inflação mais pressionada por causa dos desdobramentos externos. O mercado está começando a reavaliar a trajetória de cortes na Selic, e o prêmio de risco retorna à curva de juros”.
### Desafios Orçamentários e a Recepção do PLDO
O governo do presidente Lula, por sua vez, apresentou ao Congresso o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026. O projeto prevê um superávit primário de R$38,2 bilhões, superando a meta estabelecida de R$34,3 bilhões. No entanto, analistas receberam a proposta com ceticismo, indicando a necessidade de uma abordagem mais realista frente aos desafios fiscais e à necessária confiança do mercado.
### O Cenário Internacional e Seus Reflexos
Às 16h41, o rendimento do título do governo americano a dez anos, considerado referência global para investimentos, apresentava uma queda de 5 pontos-base, fixando-se em 4,277%. Esse movimento no exterior é fundamental para a formação das expectativas em mercados internacionais e também no Brasil.
Esse cenário complexo e dinâmico que envolve a economia brasileira e a internacional se traduz em uma dança de taxas e expectativas que exigem atenção constante dos investidores e analistas. Com as incertezas fiscais e os riscos de inflação à vista, cabe ao mercado seguir atento às movimentações tanto no país quanto no exterior, mantendo-se informado e pronto para ajustes rápidos nas estratégias de investimento.
Por fim, ao discutirmos a evolução das taxas dos DIs e das influências globais, somos convidados a refletir sobre as implicações que isso traz para a nossa economia e para nossas escolhas financeiras do dia a dia. O que você pensa sobre as perspectivas futuras? Como você avalia o impacto das taxas e das políticas comerciais na sua vida? Compartilhe suas opiniões e vamos conversar sobre isso!