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Início da COP29, em Baku, Azerbaijão
Hoje, 11 de novembro, dá-se início à COP29, a conferência anual da ONU dedicada ao clima, que se realiza em Baku, capital do Azerbaijão. Durante essas duas semanas, líderes de cerca de 200 nações se reunirão para discutir medidas e compromissos em relação ao Acordo de Paris, buscando novos caminhos na luta contra as mudanças climáticas.
Focos da Conferência
Um dos principais tópicos em pauta será o financiamento destinado ao combate das mudanças climáticas. As discussões se concentrarão nos recursos financeiros necessários para que os países em desenvolvimento possam se adaptar às novas realidades climáticas e sejam capazes de implementar ações concretas para atingir as metas estabelecidas no Acordo de Paris.
A Meta de 1,5 °C
A COP29 terá uma maior atenção voltada para as estratégias que os países pretendem adotar para limitar o aumento da temperatura global a longos prazos em 1,5 °C, meta definida em 2015. Este ano já é esperado que as temperaturas atinjam níveis recordes, o que reforça a urgência das discussões.
O Cenário Azeri
O Azerbaijão, sendo um grande produtor de petróleo, desempenha um papel crucial nas discussões ambientais. Em 2022, o país extraiu cerca de 33 milhões de toneladas de petróleo e 35 bilhões de metros cúbicos de gás natural, com aproximadamente 60% da sua receita proveniente de combustíveis fósseis. A expectativa é de um aumento significativo na produção de petróleo e gás nos próximos anos, o que cria um dilema entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental.
A Questão Financeira
Um dos pontos críticos para os debates durante a conferência é a questão do financiamento climático. Os países desenvolvidos, como os Estados Unidos e Japão, bem como os membros da União Europeia, prometem mobilizar US$ 100 bilhões para ajudar as nações em desenvolvimento. Porém, esse compromisso termina este ano, e seu cumprimento tem sido inconsistente, tendo sido alcançado apenas em algumas ocasiões desde 2020.
- Empréstimos altos: Grande parte do financiamento atual tem sido na forma de empréstimos com juros elevados.
- Pressão por financiamento: Países em desenvolvimento, como a Índia e várias nações africanas, estão exigindo um aumento significativo, solicitando até US$ 1 trilhão anualmente.
Por outro lado, nações industrializadas consideram estas demandas exageradas e defendem que países como a China e estados ricos em petróleo, como os do Golfo, também compartilhem a responsabilidade financeira.
O Que Esperar das Negociações
A expectativa é que as negociações nas próximas semanas sejam desafiadoras. Um fator importante é a possível reeleição de Donald Trump, que poderia reverter as políticas climáticas dos EUA e, assim, afetar os acordos internacionais. Há temores de uma nova onda de perfurações minerais global, o que pode comprometer as discussões sobre compromissos e datas limites para a redução das emissões.
Avanços da COP28
No ano passado, durante a COP28 em Dubai, um marco significativo foi alcançado: a negociação de um compromisso que enfoca a transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos. Este avanço gerou expectativas de aumento no investimento em energia limpa, estimando-se que as aplicações chegarão a US$ 2 trilhões até o final de 2023, dobrando em relação ao investimento em combustíveis fósseis.
Investimentos em Energia
Embora o investimento em energia limpa esteja crescendo, a produção de petróleo e gás também deve aumentar, com uma expectativa de crescimento de 7% em 2024, alcançando US$ 570 bilhões. Entretanto, os investimentos em energia limpa por parte das empresas de petróleo e gás são ainda modestos, totalizando apenas US$ 30 bilhões em 2023, representando 4% do total das despesas de capital da indústria.
- Crescimento no carvão: Em 2023, foram autorizados mais de 50 gigawatts de energia de carvão, o maior número desde 2015.
Reflexões Finais
O que se espera da COP29 é que, mesmo com os desafios à frente, haja um avanço significativo nas conversas sobre como financiar ações climáticas eficazes. A troca de ideias entre as nações deve continuar sendo um passo crucial para a construção de um futuro sustentável. Assim, cabe a cada um de nós refletir sobre nosso papel nesta luta coletiva. O que você pensa sobre a posição dos países produtores de petróleo nas negociações climáticas? Comente e compartilhe suas opiniões!