Desempenho Recentes da Natura & Co: Análise das Ações e Perspectivas Futuras
Após algumas promessas de recuperação, a Natura & Co, conhecida por suas marcas icônicas como Aesop e The Body Shop, enfrentou uma drástica queda em suas ações, com uma perda de aproximadamente 30% somente na última sexta-feira seguinte à divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024. Neste artigo, vamos desvendar o que ocorreu, as reações do mercado e o que o futuro pode reservar para a empresa.
Reações Agudas do Mercado
Expectativas Desfeitas
As perspectivas para a empresa eram otimistas antes da divulgação dos resultados. O mercado esperava melhorias significativas, impulsionadas por iniciativas de simplificação operacional e a venda de ativos estratégicos. No entanto, os resultados decepcionantes geraram uma queda acentuada no valor das ações e uma resposta cautelosa por parte de analistas.
Os bancos emitiram recomendações diferentes, refletindo a incerteza que tomou conta dos investidores. De acordo com o BBI, a queda das ações pode ser explicada por três principais fatores:
- Revisão para baixo das estimativas: Após a decepção com os números apresentados, muitos analistas estão ajustando suas previsões.
- Desconexão das expectativas: As perspectivas de desancoragem diminuíram, reduzindo a margem para dúvida.
- Uma nova abordagem de mercado: A mentalidade de "vender primeiro, perguntar depois" parece dominar.
O Que Aconteceu na Sexta-feira?
Na sessão de sexta-feira, as ações da Natura despencaram em um dia de negociações que deixou muitos investidores em estado de choque. O BBI, apesar de perceber a reação como exagerada, reconheceu os motivos por trás desse desempenho negativo e optou por manter a recomendação de compra para os ativos da empresa. A cautela é evidente, já que as expectativas dos investidores estão mais baixas, e a falta de “benefício da dúvida” pode impactar negativamente a confiança.
Análise das Causas
Resultados Poluídos e Expectativas Atecadas
Os analistas do BBI observam que, após anos de resultados voláteis, as expectativas dos investidores ficaram ancoradas nas métricas operacionais da unidade de negócios da Natura na América Latina. Apesar de já existirem sinais de fragilidade, a percepção de risco se intensificou após os resultados do 4T24, marcando um retrocesso significativo na trajetória de recuperação esperada.
A luta da Natura contra a perda de lucratividade no último trimestre, aliada à falta de clareza sobre os próximos passos da empresa, elevou a desconfiança e, por consequência, diminuiu a valorização das ações.
Perspectivas e Recomendações
Especialistas Mantêm Cautela
Embora os resultados do último trimestre tenham levantado incertezas, instituições como a XP Investimentos decidiram manter a recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 15 por ação. A XP acredita que as futuras melhorias operacionais, especialmente com a implementação da chamada "Onda 2", que visa ajustes comerciais no México e na Argentina, ajudarão a desbloquear a expansão das margens.
Os principais pontos levantados pela XP incluem:
- A implementação de ajustes no modelo de negócios.
- O potencial aumento nas margens operacionais.
- A negociação das ações abaixo de 8 vezes o índice de Preço/Lucro para 2026.
Desafios em 2025: O Que Esperar?
Para o futuro próximo, os analistas apontam uma desaceleração nas vendas, refletindo um crescimento limitado e uma combinação de fatores, como aumentos moderados nos preços e uma variedade de produtos menos atrativa. Um exemplo prático pode ser visto na “ressaca” de vendas após o forte quarto trimestre anterior, que parecia estabilizar-se em março.
Possibilidades de Expansão
Apesar das dificuldades, ainda existem alavancas para suportar a rentabilidade, como:
- A "Onda 2": ajustes que deverão impulsionar as margens.
- Oportunidades de otimização de capital de giro, especialmente na gestão de estoques.
- Sinergias de custos com a Avon, que prometem ajudar a mitigar as dificuldades enfrentadas na Argentina.
A Reação do Mercado: Ajustes de Recomendações
Mudanças nas Visões dos Analistas
O JPMorgan e o Goldman Sachs também reagiram à queda abrupta das ações. O JPMorgan, por exemplo, rebaixou sua recomendação de "overweight" para neutro, reduzindo o preço-alvo de R$ 21 para R$ 11. Essa decisão se baseou nas surpresas negativas dos resultados do 4T24, que claramente não estavam dentro das expectativas.
Os analistas do JPMorgan notaram que a volatilidade nas ações é rara para empresas com um balanço patrimonial saudável, levando-os a reavaliar sua tese. Embora reconheçam que reviravoltas são esperadas no processo de integração da Avon, a frustração com resultados abaixo do esperado é palpável.
A Perspectiva do Goldman Sachs
O Goldman Sachs também decidiu rebaixar suas recomendações para a Natura, citando a queda de margem maior do que o esperado no 4T24 e a consequente redução da visibilidade sobre lucros futuros. Os principais fatores mencionados incluem:
- Margens brutas mais baixas.
- Aumento das despesas em marketing e tecnologia.
- Gastos adicionais relacionados à transformação interna.
Conclusão: O Caminho à Frente
Em um cenário repleto de desafios, a Natura & Co se encontra em uma encruzilhada com muitos caminhos a seguir. A volatilidade das ações e a variedade de opiniões de analistas refletem tanto a incerteza quanto o potencial de recuperação que a empresa ainda pode explorar.
Os próximos meses serão cruciais para a Natura. A implementação efetiva de suas estratégias de comercialização e gestão de custos, aliadas a um ambiente econômico em adaptação, podem oferecer a oportunidade de recuperação. Se você é um investidor, é essencial manter-se informado e preparado para as flutuações desse mercado, que, embora desafiador, ainda pode surpreender com oportunidades.
Pensando nisso, como você avalia as ações da Natura neste momento? Compartilhe suas percepções e vamos debater sobre o futuro da empresa e as estratégias a serem adotadas!
