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Eletrobras em Alta: O Que Esperar Após o Acordo que Mudou o Jogo?

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Acordo Histórico entre Eletrobras e Governo Federal Impulsiona Ações da Empresa

Na última sexta-feira, dia 28, as ações da Eletrobras, representadas pelos papéis ELET3 e ELET6, tiveram um movimento positivo no mercado financeiro, registrando aumentos notáveis, ainda que abaixo dos picos do dia. A explicação para esse otimismo? A elétrica anunciou que, finalmente, chegou a um consenso com o governo federal quanto às condições para a assinatura de um acordo que visa encerrar um controverso litígio sobre os limites de votação.

A validação deste termo de compromisso indica que os detalhes finais do contrato serão elaborados em breve, e isso trouxe um sopro de ânimo ao mercado. As ações ELET3 subiram 2,60%, alcançando R$ 38,22, enquanto as ELET6 tiveram um desempenho ainda melhor, com um crescimento de 1,70%, precificando-se a R$ 41,97. Em um certo momento, ambas as ações chegaram a registrar ganhos superiores a 5%, demonstrando a carga positiva que a notícia gerou entre os investidores.

A Importância do Acordo

Esse acordo foi especialmente relevante, pois marcou o fim de um conflito jurídico sobre a limitação do poder de voto de acionistas, fixada em 10%. Essa questão estava em debate no Supremo Tribunal Federal (STF) e sua resolução afeta diretamente a governança da Eletrobras. Embora a restrição de votos tenha sido mantida, a União terá o poder de nomear três dos dez membros do Conselho de Administração e um dos cinco representantes do Conselho Fiscal da empresa, conforme os critérios estabelecidos no estatuto da Eletrobras.

É importante notar que, caso a participação da União no capital votante da empresa diminua para menos de 30%, o número de indicações será reduzido. A Eletrobras, além disso, não precisará mais investir capital na construção da usina nuclear Angra 3, um ponto crucial, visto os altos custos associados ao projeto.

O Futuro da Usina Nuclear Angra 3

Na sequência do entendimento, foi acordado que será feita uma nova modelagem do projeto para Angra 3, em colaboração com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esse aspecto não interferirá na homologação do termo de conciliação, o que sugere que a empresa poderá se desviar dos problemas financeiros que cercavam a obra.

O compromisso da União em apoiar a Eletrobras na eventual venda de sua participação na Eletronuclear também é um ponto favorável. Além disso, o acordo de investimentos entre Eletrobras e ENBPar — a estatal controladora da Eletronuclear e de Itaipu — estará suspenso a partir da assinatura do termo de conciliação.

Próximos Passos

O processo segue com a redação do acordo que será apresentado à assembleia geral da Eletrobras, programada para ocorrer em 29 de abril. Para que isso aconteça, o STF precisará validar o contrato final em um período estimado de 30 dias, sendo a assembleia convocada com antecedência obrigatória de 30 dias.

Esse cronograma apertado é um reflexo da urgência em selar a paz sobre questões que atormentaram o cenário da Eletrobras, que, se não solucionadas, poderiam afastar investidores internacionais.

Sentimento do Mercado: Expectativas em Alta

Os analistas do Bradesco BBI enxergam esse desfecho como um passo significativo rumo à estabilidade. A expectativa é que a resolução desse litígio permita que os investidores se voltem novamente para os fundamentos da empresa, que têm mostrado sinais de melhoria, como redução de custos operacionais e uma gestão mais eficiente dos ativos.

Segundo o Bradesco, o preço-alvo para as ações ELET3 é de R$ 53, enquanto para ELET6, a meta é de R$ 58, evidenciando a confiança da instituição no potencial de crescimento da companhia após essas mudanças.

Análise dos Riscos

Entretanto, mesmo com os ventos favoráveis, não podemos ignorar os riscos ainda existentes. A Eletrobras segue com uma participação financeira de 68% na Eletronuclear, cuja avaliação pode ser influenciada pela continuidade ou não do projeto Angra 3. Os analistas do JPMorgan alertam para questões como surpresas nos gastos com a construção do projeto, que somam números expressivos — cerca de R$ 23 bilhões, de acordo com informações mais recentes.

Se o projeto for cancelado, isso poderia acarretar um impacto negativo nos R$ 6 bilhões em empréstimos que a Eletrobras garantiu. Além disso, custos com fornecedores e com obras civis já contratadas se tornariam um peso na contabilidade da empresa, que atualmente apresenta cerca de R$ 7 bilhões de valor contábil em sua participação na Eletronuclear.

O Papel do Governo e do Mercado

A análise do Itaú BBA reforça a perspectiva positiva sobre o acordo, destacando que ele elimina a obrigação de que a Eletrobras capitalizasse a Eletronuclear caso a construção de Angra 3 siga em frente. A limitação do direito de voto se mantém, garantindo uma governança mais estável. O compromisso do governo em indicar três diretores respeita as expectativas de mercado.

A XP Investimentos considera esses desdobramentos encorajadores, uma vez que minimizam os riscos associados à litigância, que poderia ter resultado em uma participação maior do governo no conselho da empresa.

Considerações Finais

Diante de todas essas movimentações, é evidente que a situação da Eletrobras passou por uma transformação significativa. A possibilidade de um acordo iminente é vista não apenas como uma solução para conflitos legais, mas como um passo em direção a uma nova era para a companhia, que pode finalmente focar em sua gestão e operações.

Ao considerarmos toda essa evolução, ficamos curiosos: como você vê o futuro da Eletrobras após esse acordo? Será que finalmente podemos esperar uma melhora contínua nos resultados financeiros da empresa? Compartilhe sua opinião e vamos debater sobre o que esperar nos próximos capítulos dessa história que envolve um dos protagonistas do setor elétrico brasileiro.

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