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Explorando a Sede de Mudanças da Rússia: O Que Motiva Sua Busca por Reviravoltas?

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A Complexa Relação Entre Rússia e Seus Aliados: Uma Análise do Papel do Ocidente

A relação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a Rússia, intensifica um tema que vem preocupando as capitais ocidentais ao longo do último ano: a formação de um conjunto coeso de adversários, incluindo China, Irã, Coreia do Norte e Rússia, que se unem em uma espécie de “eixo de desestabilização”. Esses quatro países compartilham uma visão revisionista, buscando mudar a ordem global que acreditam ser desfavorável a eles. A preocupação do Ocidente não se limita apenas ao apoio econômico, militar e político mútuo entre essas nações; existe também o receio de que isso pode gerar conflitos cujos efeitos desestabilizadores seriam difíceis de conter.

A Estratégia de Washington e a Resiliência Russa

Com a atual postura de Washington de se distanciar de seus aliados ocidentais e se engajar em negociações com Moscou sobre a guerra na Ucrânia, busca-se, de forma ilusória, criar divisões entre a Rússia e seus parceiros. No entanto, essa expectativa parece ingênua. A Rússia acredita que, eventualmente, vencerá na Ucrânia, com ou sem um acordo com os EUA. Por isso, não há motivos para que Moscou rompa laços com aliados valiosos, especialmente quando se trata de um relacionamento confiável com Pequim, em troca de uma relação com Washington que pode ser efêmera.

Se a administração Trump aliviar a pressão sobre Moscou, a Rússia pode, paradoxalmente, reforçar sua colaboração com países revisionistas e desfrutar de uma, até então, inimaginável tolerância de Washington em relação a suas políticas externas disruptivas.

Limites à Ambição Russa na Arena Global

Embora a Rússia busque instigar mudanças globais, sua capacidade tem limites. Novos conflitos nem sempre funcionam a seu favor. Com recursos finitos e uma guerra em curso na Ucrânia, a habilidade de Moscou para modelar eventos favoráveis em outras partes do mundo está severamente restringida. Por exemplo, na recente onda de violência no Oriente Médio, as tensões inicialmente pareciam beneficiar a Rússia. Contudo, a vulnerabilidade do Irã e a queda do regime de Assad, aliado de Moscou, ilustraram a fragilidade da posição russa.

Outro fator que inibe as ambições da Rússia são suas relações com parceiros como a Índia e a Arábia Saudita. Estes países são cruciais para Moscou e, portanto, a necessidade de manter um relacionamento estável com eles ameniza suas tendências mais agressivas. A Rússia, temendo perturbar países do Sul Global, navega pelos fóruns diplomáticos multilaterais, como o BRICS e as Nações Unidas, com cautela.

O Jogo de Longo Prazo da Rússia

A Rússia tem jogado um jogo de longo prazo e sabe que deve escolher suas batalhas com sabedoria. Em um mundo incerto, as nações que ainda se opõem à desestabilização russa também precisam analisar cuidadosamente onde e quando agir, especialmente na frágil frente europeia.

O Caos Global e a Resiliência do Ocidente

conflitos simultâneos em diferentes partes do mundo são geralmente vistos como um benefício para potências revisionistas às custas do Ocidente. A dependência de muitos países ocidentais dos EUA para sua defesa é um aspecto crucial nesse contexto, pois Washington é encarregado de estender garantias de segurança a seus aliados, especialmente na Europa e na Ásia. Com a disposição dos EUA em questionamento, parceiros ocidentais podem se sentir mais vulneráveis e preocupados em reforçar suas defesas em múltiplas frentes.

Recentemente, após o ataque do Hamas a Israel, Moscou pareceu inicialmente ver isso como uma distração da sua guerra na Ucrânia. No entanto, a intensidade e imprevisibilidade do conflito no Oriente Médio mostraram-se além do controle russo. A Rússia falhou em oferecer apoio eficaz a seu aliado Irã, cuja posição foi enfraquecida tanto por confrontos diretos quanto por ações indiretas. A queda do regime de Assad e a diminuição do Hezbollah evidenciam a limitação da Rússia em moldar eventos fora de suas fronteiras.

A Dupla Realidade da Política Externa Russa

Além de perturbar o cenário global, a Rússia deve equilibrar suas ações disruptivas com os interesses de parceiros que possuem uma visão diferente quanto à ordem mundial. A necessidade de manter relações amigáveis com potências como Índia e Arábia Saudita, que não compartilham os mesmos objetivos revisionistas, é uma consideração importante na formulação de sua política externa.

Por exemplo, quando a Rússia considerou fornecer armas aos houthis apoiados pelo Irã, a Arábia Saudita pressionou Moscou a desistir desse plano. Ao mesmo tempo, a Rússia está atenta à sua influência no BRICS, procurando promover agendas que não alienem seus parceiros reformistas.

O Futuro das Relações Multilaterais

A Russia continuará a fomentar a instabilidade global, mas seu foco estará em oportunidades que tragam ganhos estratégicos. Na Europa, onde a Rússia tem atacado infraestruturas civis e militares, a situação deve piorar, pois qualquer rutura no Ocidente pode ser vista por Moscou como um convite para intensificar suas ações. Em contraste, em regiões como a Península Coreana ou o Oriente Médio, a Rússia deve ser mais cautelosa. Um conflito nuclear envolvendo o Irã, por exemplo, seria uma situação delicada que poderia expor a impotência de Moscou, já que qualquer defesa prestada ao Irã poderia levar a conflitos diretos com os EUA.

O Caminho Adiante

O alinhamento da Rússia com outros poderes revisionistas não será sacrificado, portanto, países europeus e seus aliados precisam lidar com essa realidade ao priorizar suas próprias ameaças. Com o aumento da interferência russa em solo europeu, as ações de desinformação, sabotagem e ataques cibernéticos se intensificarão e exigirão uma resposta imediata.

Os países europeus devem reforçar as sanções e preparar-se para retaliar a ataques cibernéticos, além de monitorar e prevenir a consolidação da presença militar russa nas regiões do Sahel e no Norte da África, que representam um potencial sério para a segurança da Europa.

Embora a Rússia não seja o principal agente desestabilizador em muitas partes do mundo atualmente, sua colaboração com China, Irã e Coreia do Norte continua a ser uma preocupação significativa. A resposta ocidental deve ser pragmática, focando na contenção da capacidade da Rússia de desenvolver tecnologias sensíveis e promovendo a estabilidade em regiões vulneráveis.

Considerações Finais

A era de um governo Trump nos EUA pode trazer incertezas, mas também oportunidades para a Rússia expandir sua influência. Para que o Ocidente responda de maneira eficaz, é preciso um entendimento preciso tanto das limitações quanto das ambições da Rússia. Com isso, países da Europa e seus aliados podem construir uma estratégia coesa para enfrentar os desafios futuros, garantindo a segurança e estabilidade em um cenário global em constante mudança.

Refletindo sobre tudo isso, é vital pensar sobre o papel de cada nação nesse jogo geopolítico, sempre mantendo o diálogo aberto e buscando soluções que garantam a paz e o desenvolvimento sustentável. O futuro das relações internacionais está em constante evolução, e cabe a cada um de nós nos engajarmos nesse processo de construção colaborativa e pacífica.

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