Resultados da Gerdau no 2T25: Um Mosaico de Desafios e Oportunidades
Na noite de quinta-feira (31), a Gerdau (GGBR4) divulgou seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2025. A companhia mostrou um EBITDA ajustado de R$ 2,6 bilhões, superando em 1,4% as estimativas do JPMorgan e em 0,6% as previsões do consenso de mercado. Embora os números tenham sido positivos, o desempenho da ação da siderúrgica foi impactado, apresentando uma queda de 4,69%, fechando a R$ 16,05.
Destaques Operacionais
América do Norte: O Ponto Brilhante
A Gerdau apresentou um desempenho robusto na América do Norte durante o 2T25, que se destacou como um verdadeiro motor de crescimento, compensando os desafios enfrentados no Brasil e na América do Sul. O EBITDA nesta região alcançou R$ 1,6 bilhão, embora tenha ficado 5,9% abaixo do que o JPMorgan previa. Essa discrepância se deveu a um custo de caixa por tonelada que ultrapassou o esperado.
- Principais Fatores:
- A sólida recuperação das margens operacionais.
- O mercado interno nos EUA se mostra relativamente protegido por tarifas, criando um ambiente favorável.
Brasil: Um Terreno Desafiador
Por outro lado, a operação no Brasil apresentou um desempenho que, embora tenha sido considerado um pouco fraco, superou as estimativas do banco. A pressão sobre os resultados foi suavizada pela diminuição da participação das exportações, permitindo a realização de preços mais elevados no mercado interno.
- Desafios Enfrentados:
- Enfraquecimento sequencial da operação.
- Aumento das importações que pressiona a rentabilidade.
América do Sul: Resultados Abaixo do Esperado
Na América do Sul, o cenário foi diferente. O EBITDA da unidade somou R$ 149 milhões, apresentando uma queda significativa de 19,8% em relação ao trimestre anterior e também 21,0% abaixo das projeções do JPMorgan. Isso foi principalmente influenciado por preços inferiores ao esperado.
Análise de Fluxo de Caixa e Expectativas Futuras
O Que Diz o JPMorgan
Com um fluxo de caixa livre (FCF) negativo em R$ 1 bilhão, o JPMorgan reiterou sua classificação “overweight” para as ações da Gerdau, com um preço-alvo definido em R$ 27,50. Para o banco, a força da operação na América do Norte deverá continuar a ser um fator de destaque.
Expectativas do Goldman Sachs
O Goldman Sachs se alinha ao JPMorgan e menciona que, apesar das dificuldades no Brasil, o desempenho na América do Norte permanece firme. A expectativa é de que o terceiro trimestre de 2025 traga resultados ainda melhores. A instituição aponta, no entanto, para riscos associados à manutenção das tarifas elevadas.
- Recomendações:
- Classificação de compra com preço-alvo de R$ 26.
- A posição competitiva da companhia e a perspectiva de forte geração de caixa são vistas de forma otimista.
Opiniões do Mercado
Análises da Monte Bravo
A Monte Bravo classificou os resultados da Gerdau como fracos, mas ainda assim melhores do que o esperado. A operação nos Estados Unidos teve um bom desempenho, recuperando margens após períodos complicados. No entanto, a geração de caixa ficou bem abaixo do esperado, o que pode se tornar um ponto de atenção.
- Recomendações:
- Mantém a compra com um preço-alvo de R$ 23,50, mas destacou a complexidade da situação a curto prazo.
O Olhar da XP Investimentos
A XP Investimentos percebeu que os resultados da Gerdau estavam em linha com as expectativas, evidenciando um cenário desafiador no Brasil, enquanto a América do Norte mostrou uma performance sólida. A corretora reafirmou a recomendação de compra, baseada em três principais fatores:
- Expectativa de inflexão no fluxo de caixa livre em 2025.
- Iniciativas de redução de custos para recuperação de rentabilidade no Brasil.
- Continuação do bom momento na América do Norte.
Perspectivas da Genial
A Genial enxerga um potencial crescimento no terceiro trimestre de 2025, com a normalização dos pagamentos e uma recuperação na dinâmica de capital de giro. A empresa elevou seu preço-alvo de R$ 19,00 para R$ 20,00, prevendo uma valorização de 20,5%.
Considerações Finais sobre o Desempenho da Gerdau
Enquanto a análise do Bradesco BBI sugere cautela em relação ao setor siderúrgico no Brasil, a Gerdau teve um desempenho misto. Embora o EBITDA do 2T25 tenha sido compatível com as expectativas, a geração de fluxo de caixa livre permaneceu uma preocupação para os investidores.
Reflexão Final
A Gerdau continua a ser uma empresa observada de perto por analistas e investidores, devido às suas operações diversificadas. O desempenho em regiões como a América do Norte contrasta com os desafios enfrentados no Brasil e na América do Sul. A gestão das incertezas econômicas, a competição acirrada e as flutuações de mercado são fatores que exigem atenção contínua.
O que você acha do desempenho da Gerdau neste trimestre? Comente suas opiniões e previsões sobre o futuro da siderúrgica e como você avalia as recomendações do mercado!