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Impacto dos Estoques Recordes de Soja na China: O Que Isso Significa para as Exportações dos EUA?

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Estoques Recordes de Soja na China Diminuem Perspectiva de Exportação dos EUA

Imagens NurPhoto/Getty

Operação de descarregamento de commodities no porto de Yantai, na China, em 22 de maio de 2024

Desafios nas Exportações de Soja dos EUA: A Realidade do Excesso na China

A China está enfrentando um desafio inesperado: excessos de soja. Após um período de importações recordes, a demanda de Pequim por novos envios dos Estados Unidos começa a encolher, complicando as perspectivas para os exportadores norte-americanos. Recentes acordos comerciais, embora promissores, não têm se traduzido em compras significativas.

O Excesso de Estoques e suas Consequências

Comerciantes e analistas têm observado que os altos estoques nos portos e reservas estatais da China estão influenciando negativamente a vontade do país de importar mais soja. Johnny Xiang, CEO da AgRadar Consulting, ressaltou que as empresas estatais podem estar aguardando uma recuperação nas margens de lucro antes de realizar compras mais robustas. “Mesmo com tarifas isentas, as margens continuam a ser desafiadoras, e a soja brasileira permanece como uma opção mais econômica,” afirmou Xiang.

Após uma reunião entre o então presidente dos EUA, Donald Trump, e Xi Jinping, surgiram promessas de que a China compraria 12 milhões de toneladas de soja até o fim do ano. O compromisso era de 25 milhões de toneladas por ano nos três anos seguintes. No entanto, embora Pequim tenha suspendido tarifas sobre importações norte-americanas, as grandes compras não se materializaram. A estatal Cofco, por exemplo, planejou apenas algumas reservas para dezembro e janeiro, de acordo com especialistas no setor.

Os Números Falam por Si

Os dados são reveladores. Em 7 de novembro, os estoques de soja nos portos chineses alcançaram um recorde de 10,3 milhões de toneladas, um aumento de 3,6 milhões de toneladas em comparação ao ano anterior. Além disso, os processadores mantêm uma quantidade semelhante, 7,5 milhões de toneladas, o maior volume desde 2017, conforme informações da Sublime China Information.

  • Os preços do farelo de soja, essencial na alimentação animal, caíram mais de 20% desde seu pico em abril.
  • As margens de moagem têm sido desafiadoras, apresentando perdas significativas para os esmagadores.

A Demanda Fraca e suas Implicações

Além do excesso nos estoques, a demanda do setor de rações tem se mostrado fraca, o que tem levado a uma situação crítica para os compradores. Um trader de uma multinacional que opera no setor de sementes oleaginosas comentou: “Com os estoques tão altos, não há espaço para que a China aumente as importações.”

A Esperança das Grandes Compras

Apesar da situação atual, o mercado ainda esperava que as empresas estatais, como a Cofco e a Sinograin, realizassem compras significativas após as recentes discussões comerciais. Contudo, tais atividades ainda não foram observadas. Um funcionário do governo dos EUA reiterou a necessidade de que os parceiros comerciais cumpram seus compromissos.

Uma Visão Secretiva dos Estoques

Embora os estoques de grãos e sementes oleaginosas na China sejam considerados uma questão de estado, estima-se que as reservas estatais de soja variem entre 40 milhões e 45 milhões de toneladas. Esse volume é suficiente para cobrir o equivalente a cinco meses de demanda típica no início do ano e é mais que o dobro das importações realizadas dos EUA no último ano.

Perspectivas Futuras: O Que Esperar?

Os importadores privados continuam a garantir cargas brasileiras para embarque em dezembro. O preço da soja brasileira gira em torno de US$480 por tonelada, em comparação com US$540 a US$550 para as cargas dos EUA. Isso gera um incentivo adicional para que os compradores chineses priorizem as importações da América do Sul.

  • Os compradores reservaram cerca de 2 milhões de toneladas de soja para embarque em dezembro, representando mais de 40% da demanda projetada para o mês.
  • Reservas para janeiro, no entanto, ainda estão lentas, indicando um comportamento cauteloso do mercado.

Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da StoneX, comentou sobre a lentidão nas compras das empresas estatais, ressaltando que não há indicações claras de que a China cumprirá as promessas feitas em termos de volume.

Reflexões Finais

A realidade do mercado de soja entre os EUA e a China continua a ser uma dança complexa de expectativas e realidades. O país asiático enfrenta um momento de incerteza, balanceando estoques abundantes e preços em queda contra a necessidade de novas importações. O futuro das exportações de soja norte-americana depende não apenas de acordos comerciais, mas também da capacidade do mercado de se ajustar a essas novas realidades.

Como o cenário continuará a se desenvolver? As opiniões estão divididas, e as próximas semanas serão cruciais para determinar se a China finalmente abraçará as compras conforme prometido. Convidamos você a pensar sobre esse tema e a compartilhar suas opiniões e insights. O que você acredita que acontecerá no futuro das exportações de soja?

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