O Crescimento das Incorporadoras e o Impacto do Minha Casa, Minha Vida
As incorporadoras focadas na construção de moradias para as classes baixa e média encerraram o terceiro trimestre de 2025 com resultados impressionantes. O programa Minha Casa, Minha Vida, aliado a um cenário macroeconômico favorável — caracterizado por inflação controlada, aumento da renda e juros em níveis estáveis — tem sido um catalisador significativo para o desempenho do setor.
Resultados Notáveis no Setor Imobiliário
A Tenda (TEND3) destaca-se nesse panorama, alcançando recordes históricos. A companhia reportou uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão, refletindo um crescimento de 24,5% em relação ao ano anterior. Além disso, o EBITDA ajustado alcançou R$ 187 milhões, um marco notável para a empresa. O lucro líquido também apresentou um avanço expressivo, totalizando R$ 111,7 milhões, o que equivale a um aumento de 46,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Luiz Mauricio Garcia, CFO da empresa, vincula esses resultados a uma combinação de fatores favoráveis, como a saúde macroeconômica e a eficiência dos programas habitacionais. “O Minha Casa, Minha Vida está indo muito bem e os programas estaduais de cheques também estão presentes”, comenta.
Com um ambiente otimista, a Tenda planeja acelerar seus lançamentos no quarto trimestre, com a expectativa de atingir R$ 6 bilhões em VGV (Valor Geral de Vendas) até o final do ano.
Cury e Plano&Plano Sorriem Com Novas Perspectivas
Outra empresa que brilha nesse setor é a Cury (CURY3), que também reportou um aumento excepcional nas vendas, com expectativa de lançamento para 2026 variando entre R$ 9 bilhões e R$ 9,5 bilhões. Esse número representa um crescimento de até 11,8% quando comparado às previsões deste ano. Entre janeiro e setembro de 2025, as vendas somaram R$ 6,2 bilhões, um crescimento de 30,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
A empresa se posiciona como uma entidade em uma fase “mais madura de crescimento”, focando em geração de caixa e eficiência financeira.
Do mesmo modo, a Plano&Plano (PLPL3) se prepara para encerrar 2025 com o maior volume de vendas da sua história. A expectativa se baseia na retomada dos subsídios do programa Casa Paulista e na forte performance dos empreendimentos da Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, que têm demonstrado um ritmo de vendas acima da média.
Nos últimos 12 meses, a empresa teve um crescimento de 85% nos lançamentos e de 19% nas vendas, totalizando R$ 1 bilhão no terceiro trimestre, 12% a mais em comparação anual.
A Nova Onda nos Fundos Imobiliários
O aquecimento do setor habitacional, impulsionado pela eficácia do Minha Casa, Minha Vida, também está acompanhando uma onda positiva nos fundos imobiliários. A Ativo BRM lançou sua primeira oferta pública da 1ª emissão de cotas do BRM Minha Casa Minha Vida FII III (MCMV11 e MCMV15), um fundo focado em empreendimentos que se encaixam no programa habitacional. A oferta inicial busca levantar R$ 250 milhões, podendo chegar a R$ 312,5 milhões com a inclusão de um lote adicional de até 25%.
O valor estipulado para a cota foi de R$ 100, já incluindo os custos de distribuição, e a oferta é conduzida sob o regime de melhores esforços, com os bancos Itaú BBA, BTG Pactual e ARROZ atuando como coordenadores.
O fundo terá um prazo de duração de cinco anos, podendo ser prorrogado por mais dois. Com a proposta de operar como um condomínio fechado, as cotas serão listadas na B3, mas não poderão ser negociadas nos primeiros 36 meses, durante o período de captação, o que visa estabilizar o preço no mercado secundário.
Destinado a investidores qualificados, o fundo requer um investimento mínimo de R$ 50 mil. A estratégia visa se aproveitar do ciclo positivo do mercado habitacional e facilitar o acesso de investidores institucionais e profissionais ao ramo de habitação popular, em um momento de alta demanda e estabilidade econômica.
Um Panorama Esperançoso e Desafiador
À medida que avançamos, fica evidente que o setor imobiliário, especialmente nas faixas de renda mais baixa, apresenta um potencial significativo de crescimento. Com programas habitacionais estratégicos e um ambiente econômico mais estável, as previsões são promissoras.
Entretanto, é imperativo que tanto incorporadoras quanto investidores fiquem atentos às mudanças nas legislações e nas condições de mercado. A relevância do Minha Casa, Minha Vida e de programas semelhantes não pode ser subestimada, pois são fundamentais para que um número crescente de brasileiros realize o sonho da casa própria.
Reflexões Finais
O momento é de otimismo: os resultados financeiros robustos das incorporadoras e o surgimento de novas oportunidades indicam que o setor está se preparando para uma nova fase de crescimento. Como você vê o futuro do mercado imobiliário e os programas habitacionais? Compartilhe suas opiniões e reflexões.
No fim, a construção de um futuro mais acessível e sustentável está nas mãos de todos esses agentes, e observar as mudanças ao longo dos próximos meses pode revelar novas e interessantes oportunidades no horizonte.
