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Japão e Peru: Uma Aliança Estratégica no Setor de Minerais Críticos para APEC 2024

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Japão e Peru: Uma Nova Parceria na Mineração de Minerais Essenciais

A recente colaboração entre Japão e Peru na mineração de minerais críticos é um desdobramento significativo neste contexto global complexo. Este acordo, estabelecido durante a cúpula da APEC em 17 de novembro, representa não apenas um passo estratégico para ambos os países, mas também uma resposta ao crescente domínio da China na América do Sul. Vamos mergulhar nos detalhes desta parceria e suas implicações.

Acordo Estratégico para o Futuro

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e a presidente peruana, Dina Boluarte, assinaram um roteiro de cooperação estratégica que se estende por uma década. Essa iniciativa não tem apenas a finalidade de fortalecer as cadeias de suprimentos, mas também de fomentar o desenvolvimento econômico por meio da tecnologia japonesa, abordando a crescente dependência das nações em relação aos minerais essenciais.

O Contexto Geopolítico

Três dias antes da assinatura do acordo, Xi Jinping, líder do Partido Comunista Chinês, participou remotamente da inauguração do novo Porto de Chancay, um empreendimento onde a China investiu US$ 1,3 bilhão na primeira fase. Esse porto é uma peça central na Iniciativa Cinturão e Rota, que visa estabelecer novas rotas comerciais para aumentar a influência chinesa na região. A situação é preocupante, pois a China já detém uma grande fatia do processamento de minerais raros, levantando bandeiras vermelhas para países como o Japão, que buscam alternativas.

Por Que Essa Parceria É Crucial?

Minerais como cobre, zinco e manganês são fundamentais para a produção de baterias de veículos elétricos e outras tecnologias de energia verde. O Japão, com recursos naturais limitados, vê nesse acordo uma oportunidade imperativa para garantir acesso a essas matérias-primas essenciais, que são cada vez mais vitais para sua economia.

Detalhes da Cooperação Até 2033

O roteiro de colaboração entre Japão e Peru não se limita somente à mineração. Ele abrange um eixo mais amplo de diálogo em áreas como defesa e comércio, promovendo um intercâmbio mais consistente de ideias e recursos. O envolvimento das comunidades nikkeis, formadas por cerca de 200.000 imigrantes japoneses e seus descendentes, é um aspecto relevante dessa dinâmica, que serve como ponte cultural entre os dois países.

A Realidade Doméstica dos Recursos Naturais

Os vastos recursos naturais da América do Sul atraem investimentos estrangeiros de forma significativa. No entanto, o cenário atual é marcado pela dominação chinesa em muitos desses setores. Isso nos leva a algumas perguntas:

  • Como o Japão poderá medir sua dependência dos recursos minerais?
  • Essa nova parceria será suficiente para neutralizar a influência chinesa?

Desafios em um Mundo Interconectado

Nos últimos anos, a China tem exercido um controle quase monopolista sobre o processamento de metais essenciais, o que tem gerado preocupações significativas em várias nações que dependem desses recursos. Em dezembro de 2023, o governo chinês impôs restrições às exportações de tecnologias de extração de terras raras, citando preocupações de segurança nacional, o que provocou um caos nas cadeias de suprimento globais.

O professor Lee Deng-ker, especialista em política internacional, alerta que o crescente controle da China sobre minerais críticos não só ameaça a segurança das cadeias de suprimento, mas também coloca o Japão em uma posição vulnerável diante da rivalidade com o regime chinês.

O Alerta dos EUA e a Resposta Necessária

A crescente influência da China na América do Sul não tem passado despercebida pelos Estados Unidos. Com a China superando os EUA como principal parceiro comercial da região, a disputa por comércio e investimentos está mais acirrada do que nunca. Entre 2000 e 2022, o comércio entre a China e a América Latina aumentou de US$ 12 bilhões para impressionantes US$ 450 bilhões.

Uma Logística de Risco e Oportunidades

Em meio a esse cenário, a construção de segurança em recursos minerais críticos tornou-se uma prioridade para os EUA. Gracelin Baskaran, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), exemplifica essa urgência, indicando que a dependência dos minerais críticos da China representa um risco significativo à segurança nacional, energética e à competitividade econômica do país.

As sugestões de Baskaran para o governo americano incluem:

  • Estimular a capacidade de processamento doméstico.
  • Formar parcerias estratégicas com países ricos em minerais.

Essas ações podem ser cruciais para reduzir a influência da China e equilibrar o terreno de competição internacional.

O Caminho a Seguir

As perspectivas para o futuro demandam que Japão e EUA trabalhem em conjunto com os países da América Latina para promover o desenvolvimento econômico. Isso não apenas reduzirá a influência da China, mas também abrirá novas oportunidades de comércio e cooperação.

De acordo com Lee Deng-ker, uma estratégia que envolva ajudar as nações latino-americanas pode levar a um cenário benéfico para todos. “Uma abordagem ganha-ganha é a chave para um desenvolvimento sustentável e uma resistência mais robusta à influência da China”, argumenta.

Reflexões Finais

À medida que o Japão e o Peru avançam nessa parceria, o mundo observa com interesse. Será que esse novo acordo será suficiente para contrabalançar a influência da China em um dos mercados mais ricos em recursos naturais? Essas questões trazem à tona a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre o papel que cada país desempenha no cenário global dos minerais.

O que você pensa sobre essa nova aliança? Quais são os riscos e as oportunidades que você visualiza no horizonte? Compartilhe sua opinião e engaje-se nessa conversa crucial sobre o futuro das relações internacionais e o impacto da mineração nas economias do mundo.

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