Análise de Ações no Setor Automotivo: O Que Esperar de Mahle-Metal Leve e Outras Empresas?
O setor automotivo nos Estados Unidos tem enfrentado incertezas devido às tarifas de importação, mas o que isso significa para as empresas do Brasil? O JPMorgan, uma das principais instituições financeiras globais, revisou sua recomendação para as ações da Mahle-Metal Leve (LEVE3), promovendo-as de neutras para um status de “desempenho acima da média do mercado”, o que pode ser interpretado como um sinal de compra. Na manhã desta quinta-feira (22), as ações de LEVE3 apresentavam um aumento de 6,31%, sendo negociadas a R$ 30,14.
Por Que o JPMorgan Veja Potencial na Metal Leve?
Alguns fatores contundentes levaram o JPMorgan a essa nova avaliação:
- Exposição ao Mercado Doméstico: Aproximadamente 70% da receita da Metal Leve provém do Brasil, incluindo a Argentina, o que a torna menos vulnerável a oscilações no mercado externo.
- Dividendos Atrativos: A expectativa de rendimento de dividendos para 2025 é de surpreendentes 10%.
- Valorização Atraente: A avaliação das ações é considerada em condições favoráveis no contexto atual.
Além disso, o JPMorgan expressou preferência por empresas que têm uma forte presença no segmento de veículos pesados no Brasil. Exemplos disso são Marcopolo (POMO4) e Randoncorp (RAPT4), ambas recebendo recomendações de “desempenho acima da média” com preços-alvo definidos, tal como R$ 10 e R$ 11, respectivamente.
Perspectivas para os Próximos 12 Meses
A ordem de preferência do JPMorgan para o setor automotivo nos próximos 12 meses é a seguinte:
- Marcopolo
- Metal Leve
- Randoncorp
- Tupy
- Iochpe-Maxion
Vale destacar que o setor, atualmente, é negociado a 5,1 vezes o Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2025, uma leve queda em relação à média dos últimos cinco anos, que era de 5,6 vezes.
Destaque: Marcopolo (POMO4)
O JPMorgan vê a Marcopolo como uma ação robusta, mantendo sua recomendação de desempenho acima da média. As perspectivas para os resultados operacionais são otimistas, com uma expectativa de crescimento na margem EBITDA, que deve subir para 18,1%, comparado aos 15,6% do primeiro trimestre.
Fatores Favoráveis para Marcopolo
- Portfólio de Pedidos: A empresa possui uma carteira robusta, o que ajuda a garantir uma receita estável.
- Operações Internacionais: A performance das operações fora do Brasil mostra sinais de recuperação e crescimento.
Adicionalmente, as ações da Marcopolo são consideradas baratas, com um múltiplo Preço/Lucro estimado em 5,5 vezes para 2026. A previsão de rendimento de dividendos é de 8% para o próximo ano, assumindo um payout de 50%. Além disso, a realização de novas audiências públicas para o programa Caminhos da Escola pode oferecer oportunidades adicionais de valorização.
Radar: Randoncorp (RAPT4)
A Randoncorp também tem sua recomendação elevada para compra pelo JPMorgan, com o banco alertando para a avaliação excessivamente descontada das suas ações. No cenário atual, suas ações estão com valor de mercado negativo ao se desconsiderar a participação de 53% na Fras-le Mobility (FRAS3).
Oportunidades e Desafios para a Randoncorp
A empresa está fortemente posicionada para aproveitar o ciclo positivo do agronegócio no Brasil e deve se beneficiar da esperada queda na taxa Selic, com um outlook otimista. A Randoncorp também busca maximizar valor por meio de parcerias estratégicas, como a recente colaboração com a Pátria no segmento de consórcios.
Entre suas várias subsidiárias, a Addiante e a Nione se destacam, trazendo diversidade e resiliência ao modelo de negócios da companhia.
Expectativas para Tupy (TUPY3)
O JPMorgan, por outro lado, manteve uma recomendação neutra para a Tupy, diante da sua significativa dependência do mercado americano, que representa 41% de suas receitas. O banco projeta um desempenho fraco para 2025 nesse mercado, e eventuais mudanças na regulação de emissões nos EUA podem impactar o crescimento da empresa em 2026.
Análise Crítica: Iochpe-Maxion (MYPK3)
No que diz respeito à Iochpe-Maxion, a recomendação do JPMorgan é de venda, com um preço-alvo estipulado em R$ 14. O banco demonstra preocupação com as perspectivas do mercado de veículos leves, prevendo uma queda de 8,2% na produção nos Estados Unidos e 3,2% na Europa em 2025.
A empresa, que depende fortemente desses mercados, poderá enfrentar desafios significativos, especialmente considerando que mais de 60% de sua receita vem dessas regiões. A valorização do real também pode pressionar seus resultados negativos.
Caminhos à Frente
A atual revisão das perspectivas para essas empresas no setor automotivo ilustra a complexidade e dinâmica do mercado. Investidores devem estar atentos às mudanças nos contextos econômico e regulatório, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, que podem influenciar os desempenhos financeiros.
Se você está considerando investimentos neste setor, agora é uma boa hora para refletir sobre estas análises e o que esperam os especialistas. Que tal compartilhar suas próprias perspectivas e debater as possibilidades com outros leitores nos comentários abaixo? Sua opinião pode enriquecer a experiência de todos. Vamos juntos explorar o futuro do setor automotivo!