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Mercado Agro: Quais as Dimensões no Brasil e EUA e o Impacto da Era Trump?

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A Vitória de Donald Trump e Seus Impactos na Economia dos EUA e Brasil

Na madrugada do dia 6 de novembro, Donald Trump celebrou sua vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos com um discurso que novamente destacou suas promessas de campanha. Entre as principais promessas, ele enfatizou a intenção de adotar uma política econômica protecionista, que inclui a implementação de tarifas sobre produtos importados. O lema de Trump deixa claro: fortalecer a economia americana e garantir a proteção de empregos locais é uma prioridade.

O Que Significa um Governo Protecionista?

Nesse contexto, Trump declarou que "tarifa é a palavra mais bonita do dicionário", uma afirmação que resonou com seus apoiadores durante a campanha. No entanto, a realidade que se desdobra agora pode ser diferente, dependendo das negociações a serem realizadas. Há preocupações sobre como isso pode afetar as relações comerciais, especialmente com países como o Brasil, um dos principais fornecedores de produtos agrícolas para os Estados Unidos.

O Comércio Agrícola entre EUA e Brasil

Os dados revelam um comércio extremamente favorável ao Brasil. Com os Estados Unidos como o segundo maior comprador do agronegócio brasileiro, atrás apenas da China, a balança comercial tem mostrado números impressionantes. Nos últimos dez anos, entre 2014 e 2023, os EUA importaram cerca de US$ 76,7 bilhões em produtos agrícolas brasileiros. Esse número inclui aproximadamente US$ 36,7 bilhões durante o primeiro mandato de Trump, que ocorreu entre 2017 e 2021.

Principais Produtos Exportados pelo Brasil:

  • Café
  • Carnes (bovina, aves e suína)
  • Cereais e farinhas
  • Produtos do complexo soja (farelo, óleo e grãos)
  • Sucos e bebidas
  • Frutas e hortaliças

Essas importações se destacam em um cenário onde, na mesma década, as importações brasileiras dos EUA alcançaram apenas US$ 11,8 bilhões. Em 2010, por exemplo, o Brasil alcançou um recorde, exportando US$ 10,5 bilhões para os EUA, enquanto as importações foram de apenas US$ 1 bilhão.

Expectativas para o Agronegócio Brasileiro

Café: Uma Relação Histórica

O café é um dos produtos mais significativos nessa balança comercial. No ano passado, o Brasil exportou 340,6 mil toneladas de café para os Estados Unidos, gerando US$ 1,3 bilhão. Conforme Márcio Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a relação comercial com os EUA é sólida, e ele expressou otimismo ao afirmar:

“Acreditamos que, mesmo com as mudanças prometidas durante a campanha, haverá racionalidade nas transações comerciais no novo governo.”

Além disso, a demanda global por café está em ascensão, refletindo uma crescente apreciação pela bebida e sua produção.

Sucos e Frutas: A Segurança do Comércio

Ibiapaba Netto, diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), também demonstra confiança. O suco de laranja, um produto de destaque, enfrenta uma tarifa de importação importante, mas as dificuldades enfrentadas pela produção na Flórida limitam a necessidade de proteção adicional. Com 1,35 milhão de toneladas de sucos variados exportadas em 2023, o Brasil continua a ser um fornecedor essencial.

Setores em Destaque: Desafios e Oportunidades

Outros setores que merecem atenção são os de carnes, sucos e produtos florestais. Em 2023, os EUA importaram US$ 894,2 milhões em carnes do Brasil, dos quais US$ 463,2 milhões foram de carne bovina in natura. No setor de suínos e aves, a expectativa é de que a relação pragmática entre os produtores brasileiros e americanos se mantenha forte.

Principais Resultados por Setor em 2023:

  • Carnes: US$ 894,2 milhões
    • Bovina: US$ 463,2 milhões
    • Industrializados: US$ 373,7 milhões
  • Sucroalcooleiro: US$ 829,9 milhões
    • Açúcar: US$ 580 milhões
  • Produtos Florestais: US$ 3,1 bilhões
    • Celulose: US$ 1,2 bilhão

Perspectivas Futuras e Considerações Finais

Enquanto Trump se prepara para assumir a presidência novamente, as incertezas pairam sobre o que isso significa para o comércio internacional e, especificamente, para as relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. Existe o otimismo dos setores do agronegócio em relação à continuidade dessas relações, embora as mudanças políticas costumem trazer desafios.

A pergunta que fica é: como serão moldadas essas interações sob um governo protecionista? Os líderes do agronegócio brasileiro continuam a expressar confiança de que, apesar das tarifas e das promessas protecionistas, a lógica comercial e a necessidade de produtos continuarão a prevalecer.

O futuro do comércio entre Brasil e EUA seguirá sendo um tema relevante, e as adaptações necessárias para enfrentar um novo cenário econômico serão uma constante. O que os consumidores e produtores devem fazer é acompanhar de perto essas mudanças e se preparar para um possível ajuste em suas estratégias comerciais.

Nesse contexto, é vital que as partes interessadas permaneçam informadas e engajadas nas discussões sobre políticas comerciais, promovendo um ambiente de cooperação mútua e crescimento. O que você pensa sobre essa nova fase na política econômica dos EUA? Deixe suas considerações abaixo!

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