A Revolução da Sustentabilidade: Como a Energia Renovável e os Créditos de Carbono Podem Transformar Sua Empresa

A migração para o mercado livre de energia e a adoção de fontes renováveis têm sido um verdadeiro divisor de águas para as empresas que buscam ações mais sustentáveis. José Guilherme Amato, gerente de Negócios de Carbono da Auren (AURE3), defende que essa transição não só auxilia na otimização de custos, mas também impulsiona iniciativas que vão além do simples consumo de energia, como a negociação de créditos de carbono.

“Quando as empresas buscam soluções de energia, elas estão, sem dúvida, abrindo a porta para explorar formas de reduzir ou compensar suas emissões”, afirma Amato.

Como Funciona o Mercado Livre de Energia?

No mercado livre, a liberdade de escolha é a palavra-chave. Consumidores de média e alta tensão no Brasil têm a opção de selecionar seus fornecedores de energia elétrica, o que representa um passo significativo em direção à personalização e eficiência forçada. Essa concorrência saudável não só promove melhores práticas, mas também:

• Reduz os custos: Empresas podem economizar de 20% a 35% em suas contas de luz.
• Estimula a sustentabilidade: Há uma maior oferta de energia de fontes renováveis.

Importância das Fontes Renováveis

Amato ressalta que muitos dos projetos negociados no mercado livre são provenientes de fontes renováveis. Isso não apenas sensibiliza os consumidores, mas também estimula uma consciência coletiva sobre ações mais sustentáveis. “Temos incentivado pequenos e médios consumidores a se familiarizarem com iniciativas como inventários simplificados de gases de efeito estufa”, comenta.

Essas ações culminam em negócios mais sustentáveis, promovendo um ciclo virtuoso de responsabilidade e retorno financeiro.

A Grande Jogada da Auren no Mercado Livre de Energia

A Auren se destaca como uma das maiores comercializadoras de energia no Brasil, atendendo cerca de três mil clientes e com um portfólio robusto, que agora inclui 8,8 gigawatts (GW) de potência instalada, após a incorporação dos ativos da AES Brasil.

Além de vender energia, a Auren tem um foco crescente na comercialização de créditos de carbono, um segmento que tem se mostrado promissor e rentável. Em 2024, a empresa lançou uma plataforma digital que facilita a negociação de créditos de carbono, possibilitando a compra conjunta com energia elétrica ou de forma independente.

A Relevância dos Créditos de Carbono

Os créditos de carbono têm se tornado um importante ativo para empresas em todo o mundo. Eles representam o direito de emitir uma tonelada de dióxido de carbono e são vitais para a compensação das emissões geradas. A Auren, por exemplo, já negociou 1,6 milhão de créditos e pretende atingir a marca de 8 milhões até 2030.

Em um cenário onde a maturidade do mercado vem crescendo, a demanda por esses créditos é diversificada. Amato menciona que empresas de todos os tamanhos, de grandes multinacionais a microempreendedores individuais (MEIs), estão se interessando cada vez mais pela negociação desses certificados.

Aqui estão algumas estatísticas relevantes:

• 66% das transações na plataforma da Auren foram realizadas por pessoas físicas entre janeiro e setembro deste ano.
• 34% do volume foi negociado por pessoas jurídicas.

Essas cifras mostram que a preocupação com a sustentabilidade está se disseminando entre diferentes setores da sociedade.

Expansão e Variedade dos Projetos de Carbono

Originalmente, a Auren negociava apenas créditos gerados por seus próprios projetos, mas, com o tempo, começou a atuar como intermediária, comprando e vendendo créditos de outras fontes, como o Grupo Votorantim, um de seus acionistas.

“Embora o maior volume de créditos venha de energias renováveis, temos um portfólio diversificado que inclui projetos de restauração e manutenção florestal, além de iniciativas de troca de combustível,” explica Amato.

O Impacto da Legislação no Mercado de Carbono

A provável aprovação do projeto de lei que institui um mercado regulado de carbono no Brasil está prestes a mudar ainda mais o panorama. O PL 182/2024, que já passou pela Câmara dos Deputados, visa regulamentar a negociação de créditos de carbono, exceto para o setor agropecuário primário.

Amato observa que a legislação ainda apresenta falhas, mas acredita que será um passo crucial para desenvolver o mercado no Brasil. “A participação da sociedade civil e do setor privado será fundamental para discutir as regras”, destaca.

Após a sanção presidencial, será vital que as normas sejam equilibradas para evitar litígios e garantir que o mercado funcione de maneira justa e eficaz.

Conclusão: O Futuro da Sustentabilidade Empresarial

A transição para o mercado livre de energia e a adoção de práticas sustentáveis estão mais do que nunca ao alcance das empresas. O reconhecimento da importância de fontes renováveis e a negociação de créditos de carbono são não apenas tendências, mas estratégias essenciais para um futuro mais responsável e rentável.

O que você acha que sua empresa pode fazer hoje para se alinhar a essa nova realidade? A conversa sobre sustentabilidade está apenas começando, e sua voz é fundamental. Compartilhe suas ideias e reflexões nos comentários – vamos juntos construir um futuro mais verde e consciente!