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O Futuro de Taiwan: Como a Guerra Pode Chegar ao Fim e o Que Isso Significa para o Mundo

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A Complexidade da Defesa de Taiwan: Desafios e Estratégias

Nos últimos tempos, a atenção de Washington tem se concentrado em como evitar que a China invada Taiwan, um tema delicado e cheio de nuances. Elbridge Colby, ex-subsecretário de defesa dos EUA, destacou que Taiwan deve focar na “defesa de negação” contra possíveis invasões. Essa abordagem envolve a utilização de sistemas de armamento pequenos e acessíveis, que podem ser uma solução promissora para repelir um desembarque chinês.

Uma Estratégia de Defesa Necessária

A nova Estratégia de Defesa Nacional da administração Trump acerta ao priorizar a negação nas defesas de Taiwan. No entanto, é crucial entender que apenas impedir uma invasão não é suficiente para garantir a paz na região. Joel Wuthnow, especialista em forças armadas chinesas, observa que mesmo após uma invasão mal-sucedida, é improvável que a China reconheça seus erros ou altere seus objetivos políticos em relação a Taiwan. Em vez disso, líderes chineses poderiam interpretar uma falha como um sinal de que têm menos a perder e, portanto, prosseguiriam com o conflito.

Michael Beckley, um respeitado cientista político, reforça essa ideia ao afirmar que uma guerra por Taiwan provavelmente se prolongaria, semelhante a muitos conflitos entre grandes potências. A história mostra que guerras não terminam facilmente; a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, se encerrou somente após ações decisivas como a captura da capital alemã e os ataques nucleares ao Japão. Para os EUA, novas estratégias precisam ser desenvolvidas que não apenas previnam a invasão, mas também ofereçam formas de concluir um conflito prolongado.

Impedindo Invasões: O Papel da Projeção de Poder

O século XX ensinou aos EUA a arte de projetar poder. Através de uma combinação de bases avançadas e porta-aviões, os Estados Unidos garantiram uma presença militar significativa ao redor do mundo. A partir de 1991, após a queda da União Soviética, os EUA conseguiram aplicar duas formas de dissuasão simultaneamente: negação e punição.

Durante a crise do Estreito de Taiwan em 1996, os EUA demonstraram essa dualidade ao mover dois grupos de ataque de porta-aviões para a região. Essa manobra não apenas visou impedir um ataque chinês, mas também deixar claro que haveria consequências severas caso a China decidisse prosseguir com suas agressões.

Adaptando as Forças para Novos Desafios

Atualmente, os EUA e seus aliados estão focando na adaptação das suas forças para lidar com ameaças específicas. Apesar dos altos custos e vulnerabilidades das bases e porta-aviões, o Pentágono busca investir em sistemas de armamento mais baratos e descartáveis, que podem ser utilizados por pequenas unidades no Mar da China. David Berger, ex-comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, enfatiza a necessidade de se tornar confortável com recursos “descartáveis”.

Por outro lado, a defesa de Taiwan contra incursões aéreas chinesas requer jatos de combate robustos, e não drones de baixo custo. Além disso, a resposta às operações navais chinesas precisa incluir navios capazes de monitorar e desafiar presença naval adversária.

O Desafio de Fechar um Conflito

Após uma invasão fracassada, os custos de manter a luta devem ser abrandados para que os líderes chineses reconsiderem suas ações. Uma estratégia de negação serve como um primeiro passo, mas a ameaça de punição, com consequências severas, se torna fundamental. Essa dinâmica é bem exemplificada pela guerra na Ucrânia, onde a resistência inicial da Ucrânia não foi suficiente para desalinhar Putin em suas ambições territoriais, resultando em um prolongamento do conflito.

Pequim pode acreditar que tem recursos para resistir a uma guerra prolongada, já que sua capacidade industrial supera a dos EUA. A histórica evolução militar da China nas últimas três décadas a colocou em uma posição de vantagem em termos de reposição e manutenção de equipamentos. Além disso, as dificuldades logísticas de apoiar Taiwan durante um conflito poderiam favorecer a China, que tem investido em energia renovável e infraestrutura resistente.

A Vontade de Lutar: O Paradoxo da Escalada

O conflito por Taiwan pode rapidamente se transformar em uma competição de vontades, onde autoridades chinesas acreditam que a determinação pode levar à vitória. Para os EUA, a percepção de que o apoio popular pode ser limitado diante do desejo de evitar um conflito direto com a China é alarmante. Muitos americanos, por exemplo, expressaram ceticismo em relação a um comprometimento militar em defesa de Taiwan.

Além disso, uma derrota militar da China poderia ser perigosa para o regime de Xi Jinping, levando a um desejo de continuar lutando para evitar a percepção de fraqueza. Essa dinâmica se torna um fator crítico para a estratégia dos EUA, que deve incluir não apenas a dissuasão de um ataque inicial, mas também um plano para encerrar um conflito prolongado.

Considerações Estratégicas para uma Resolução

Uma resposta eficaz à situação exige não apenas medidas defensivas, mas estratégias de punição bem definidas. Administradores, como Colby, sugerem a implementação de “operações de punição seletiva”, que poderiam incluir embargos ou a apreensão de ativos chineses no exterior.

Entretanto, a China tem se isolado de pressões econômicas e políticas, o que limita as opções disponíveis para os EUA. Uma escalada militar que atinja infraestrutura crítica poderia elevar os custos do conflito, mas também apresenta seu próprio dilema estratégico.

Constrangimentos na Aplicação da Punição

Um dos maiores obstáculos na aplicação de uma estratégia de punição é o chamado “desafio Cachinhos Dourados”: as ameaças precisam ser suficientemente contundentes para forçar a China a recuar, mas não tão severas a ponto de provocar uma guerra total, especialmente considerando a possibilidade do uso de armas nucleares.

As lições históricas e as emoções envolvidas no futuro de Taiwan podem levar à escalada e ao fechamento de um conflito, dificultando a busca por uma resolução pacífica. Assim, enquanto o mundo observa as interações entre EUA e China, a necessidade de uma abordagem equilibrada torna-se evidente.

Conclusão: O Caminho à Frente

A defesa de Taiwan não é apenas uma questão de evitar uma invasão, mas de garantir uma resolução duradoura para o conflito. À medida que a dinâmica global muda, pensar em estratégias que integrem a negação e a punição será fundamental.

Os líderes dos EUA precisam abordar a situação com cautela, garantindo que suas táticas sejam bem formuladas e orientadas não apenas para garantir segurança em caso de conflito, mas também para promover a paz. Este é um momento crítico, e as decisões tomadas agora têm o potencial de moldar o futuro das relações internacionais na região.

Convido você a refletir sobre os caminhos possíveis para Taiwan e a relação com a China. Quais soluções você acredita que poderiam efetivamente criar um ambiente de paz duradoura? Compartilhe seus pensamentos e vamos juntos discutir esse tema tão relevante.

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