Motiva e a Venda de Aeroportos: O Que Isso Significa para o Futuro?
A Motiva, conhecida no mercado de ações pelo código MOTV3, fez waves nesta terça-feira ao anunciar a venda de 20 aeroportos localizados no Brasil e na América Latina para a mexicana Asur. Este movimento está avaliado em R$ 11,5 bilhões, conforme divulgado em um fato relevante. No entanto, o mercado não reagiu bem à notícia, com as ações da Motiva registrando uma queda de 2,26%, atingindo R$ 15,54 às 10h55.
Detalhes do Negócio: Avaliação e Reação do Mercado
O BTG Pactual destacou que esse negócio foi avaliado em 8,8 vezes o múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos últimos 12 meses. Para se ter uma ideia, a Motiva apresentava um múltiplo mais baixo, de 6,8 vezes. Com a transação, o valor de mercado da Motiva é considerado em R$ 11,5 bilhões, com R$ 5 bilhões referente ao valor em capital, um pouco acima da expectativa inicial, que era de R$ 4,5 bilhões.
Um dos pontos positivos que a Motiva vê nessa venda é a redução da sua alavancagem em mais de 0,5 vez. Na prática, isso pode levar a uma diminuição da sua dívida líquida consolidada, que deve passar de R$ 5,6 bilhões para cerca de R$ 1,0 bilhão. Essa nova configuração financeira deve permitir que a Motiva capitalize em cima dos muitos leilões de rodovias e projetos de mobilidade urbana que estão programados para os próximos meses.
A Nova Rota da Motiva: Foco e Simplicidade
O acordo não apenas melhora a posição financeira da Motiva, mas também reduz a complexidade do seu portfólio. Com essa venda, a empresa passará a operar em apenas um país e seu número de ativos cairá de 37 para 17. Essa simplificação é vista como um gesto estratégico, que vai permitir à Motiva uma atuação mais focada e eficiente.
O Que o Mercado Está Dizendo?
Entre os analistas, as reações são diversas. O Bradesco BBI, por exemplo, menciona que novos contratos estão em negociação com diferentes governos, além da adjudicação de novos projetos, dada a quantidade de leilões futuros. Já o Goldman Sachs, por meio de conversas com investidores, afirma que a venda era amplamente esperada e, portanto, não deve provocar grandes alterações no valor das ações.
Embora a notícia não tenha causado surpresa, o BTG Pactual ressalta que este é um passo importante na otimização do portfólio da empresa. O impacto no mercado tende a ser neutro, uma vez que os investidores já precificavam a transação. Ao longo do ano, as ações da Motiva acumularam uma alta impressionante de 58%.
Perspectivas e Oportunidades Futuras
A Genial é uma das casas que vê a transação como positiva, especialmente após um intenso ciclo de investimentos em aeroportos, que se mostraram desafiadores ao longo do tempo. A corretora acredita que a Motiva deverá continuar a investir na área de rodovias. Por outro lado, a XP Investimentos destaca que o acordo reforça três principais pontos:
- Alinhamento Estratégico: A simplificação do portfólio é um passo na direção certa.
- Eficiência Fiscal: O pagamento à vista pode permitir uma significativa redução da dívida.
- Fortalecimento do Balanço: A relação entre dívida líquida e EBITDA deve melhorar, possivelmente caindo de 3,5 vezes para menos de 3,0 vezes.
Recomendações dos Analistas: Uma Visão Divergente
Em relação às recomendações, o BBI manteve sua classificação de “outperform” (desempenho acima da média do mercado) e um preço-alvo de R$ 19,00 para o final de 2026. Segundo eles, a Motiva continua a ser uma das principais escolhas no setor de transportes, já que a atual avaliação não reflete totalmente a nova configuração do portfólio e o potencial de novos contratos.
Por outro lado, o Goldman Sachs manteve sua recomendação de venda, definindo um preço-alvo de R$ 14,30, enquanto a Genial reiterou uma classificação neutra, fixando um preço-alvo de R$ 18.
Conclusão: Um Novo Capítulo para a Motiva
A venda dos aeroportos é, sem dúvida, um movimento significativo na trajetória da Motiva. Ao focar em um portfólio mais simples e reduzir sua alavancagem, a empresa se posiciona para uma nova fase de crescimento e investimentos, especialmente no setor de rodovias. Com essas mudanças, a expectativa é que a Motiva se torne uma empresa com maior capacidade financeira e mais voltada para oportunidades futuras.
Essa transição pode muito bem ser um divisor de águas para a Motiva, refletindo uma mudança no cenário de negócios que promete oferecer novas oportunidades e desafios. O que você acha desse movimento estratégico da Motiva? Deixe suas opiniões nos comentários e compartilhe esse artigo com quem mais possa se interessar pelo tema!
