Início Economia Agronegócio Onda de Ovos Livres: Por que Supermercados Ainda Estão Atrás na Sustentabilidade?

Onda de Ovos Livres: Por que Supermercados Ainda Estão Atrás na Sustentabilidade?

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Desafios do Setor Supermercadista na Venda de Ovos e o Compromisso com o Bem-Estar Animal

O setor supermercadista brasileiro está enfrentando grandes desafios para cumprir as promessas de bem-estar animal relacionadas à venda de ovos. De acordo com o relatório divulgado pela Alianima, estas questões se tornaram cada vez mais prementes, especialmente em um momento em que o consumidor busca produtos que respeitem princípios éticos. Vamos explorar este cenário complexo e entender quais são os passos que precisam ser dados para garantir que o compromisso com o bem-estar animal seja honrado.

O Compromisso com Ovos Livres de Gaiolas

O estudo da Alianima analisou 17 redes de varejo que se comprometeram a comercializar apenas ovos de galinhas livres de gaiolas até 2030. Essa meta é uma resposta à crescente demanda por produtos que garantam melhor qualidade de vida para os animais. Embora quatro empresas já tenham completado sua transição, a realidade ainda é preocupante.

  • Empresas que já completaram a transição:
    • Casa Santa Luzia
    • Empório Varanda
    • Cia Beal de Alimentos
    • St. Marche

Situação Atual e Desafios

Atualmente, 79% das redes ainda têm metas a cumprir até 2028. Notavelmente, a taxa de resposta ao questionário da Alianima aumentou para 41%, mas isso ainda é considerado baixo, especialmente dada a urgência da questão. O estudo observou a transparência dos dados e a execução dos prazos assumidos.

Maria Fernanda Martin, gerente de relações corporativas e bem-estar animal da Alianima, destaca:

“Ser transparente nas políticas assumidas é crucial. As redes devem fazer relatórios anuais para mostrar seus avanços para consumidores e a sociedade.”

Os Números Falam

Infelizmente, algumas grandes redes não demonstraram nenhum progresso. Por exemplo, Carrefour, GPA e Hippo não aumentaram a porcentagem de ovos livres de gaiolas em comparação com os dados de anos anteriores. Outras, como Big Box e Grupo DIA, não reportaram nenhuma informação nesta edição do relatório. O silêncio de algumas redes, como Záffari e Mercadinhos São Luiz, dificulta acompanhar seu estágio de transição.

O Brasil apresenta 160 compromissos públicos de empresas dos setores alimentício e hoteleiro para a adoção de ovos livres de gaiolas até 2030. Comparando os avanços entre as redes:

  • Carrefour: 39% de ovos cage-free
  • GPA: 44%
  • Pague Menos: Aumento de 35% para 46%

Em contrapartida, algumas redes, como Savegnago e Sonda, não têm compromisso estabelecido, o que gera preocupação. Em 2024, o setor supermercadista representou 9,12% do PIB nacional, atendendo a mais de 30 milhões de consumidores.

Os Quatro Principais Impedimentos

As redes de supermercados enfrentam uma série de desafios para a transição para a venda de ovos livres de gaiolas. Vamos ver quais são os principais:

  1. Custo Elevado: O preço dos ovos de galinhas livres de gaiolas tende a ser mais alto, devido a fatores como a inflação dos insumos utilizados na produção, como milho e soja.

  2. Logística de Abastecimento: Regiões como o Norte e o Nordeste do Brasil enfrentam dificuldades na abastecimento, já que a oferta de fornecedores qualificados é escassa.

  3. Baixa Demanda: Na visão de algumas redes, a demanda local por ovos livres de gaiolas ainda é baixa, desestimulando os produtores a atuarem nessa direção.

  4. Falta de Compromissos Públicos: Redes que não se comprometem publicamente dificultam a transparência e a evolução do setor.

Maria Fernanda enfatiza a importância da pressão da sociedade civil:

“O engajamento de algumas empresas demonstra que há um caminho a ser seguido. Contudo, para avançar de maneira consistente, é fundamental que os compromissos se tornem realidade e ganhem escala, com transparência e envolvimento de toda a cadeia.”

Avaliação do Desempenho das Redes

Ao analisar o desempenho das redes supermercadistas, podemos observar algumas que se destacam. As quatro redes com nota máxima (A+) incluem:

  • Casa Santa Luzia
  • Empório Varanda
  • Festval/Super Beal
  • St. Marche

Em contraste, o Oba Hortifruti recebeu uma nota D, e redes como Savegnago e Sonda foram reprovadas com notas F. Para os atacadistas, o Atacadão lidera com nota B+, apresentando 3,33% de ovos cage-free em suas vendas.

Conhecimento Sobre Certificações

O estudo também analisou o grau de conhecimento dos supermercadistas sobre selos de certificação em bem-estar animal. Notavelmente, sete em cada dez afirmam conhecer pelo menos uma certificadora, com a Certified Humane sendo a mais mencionada. Apesar disso, a percepção do consumidor sobre esses selos ainda é limitada, com o preço dos ovos certificados sendo um desestímulo.

O Caminho à Frente

O futuro da venda de ovos livres de gaiolas no Brasil depende de uma série de fatores, incluindo a concretização das promessas feitas pelas redes e o engajamento ativo da sociedade. As empresas precisam ser transparentes e estabelecer metas claras para que os consumidores se sintam seguros em suas escolhas.

Open questions to ponder:

  • Como a pressão popular pode influenciar as mudanças no setor?
  • Quais estratégias podem ser implementadas para aumentar a demanda local?

As respostas a essas perguntas poderão moldar o futuro do setor supermercadista no Brasil, tornando-o mais ético e consciente, ao mesmo tempo que atende às necessidades dos consumidores e do meio ambiente.

A mudança é possível, e com a determinação e o engajamento corretos, é viável que o mercado de ovos livres de gaiolas cresça e se torne uma realidade na vida diária dos brasileiros. Que possamos todos nos envolver nesse movimento, promovendo práticas que respeitem os direitos dos animais e promovam um consumo mais responsável.

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