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Os Caminhos de Biden: Como Restaura a Paz no Oriente Médio e Sua Própria Legado

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O Legado de Biden e a Questão Palestina: Uma Oportunidade de Mudança

Ao deixar o cargo em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pode levar consigo a já fraca possibilidade de um acordo de paz entre israelenses e palestinos. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não só se opõe ao conceito de uma solução de dois Estados, mas ganhou um aliado na figura de Donald Trump, o presidente eleito que, durante seu primeiro mandato, apoiou os desejos expansionistas de Netanyahu. Mesmo que Biden não tenha alcançado seus objetivos mais ambiciosos para o Oriente Médio, ele ainda possui uma rara oportunidade de redefinir a relação entre Israel e Palestina e, ao mesmo tempo, melhorar seu legado.

O Status Quo e suas Consequências

A situação atual é insustentável e prejudica tanto israelenses quanto palestinos. Os palestinos são, sem dúvida, os mais afetados: somente no último ano, mais de 40 mil pessoas em Gaza perderam a vida devido a ações das forças israelenses, além de cerca de 700 na Cisjordânia. Para Israel, existe um dilema: o país não pode se manter como uma democracia e um Estado judeu enquanto ocupa um território com cinco milhões de palestinos que não são cidadãos israelenses. E é aqui que entra o papel dos EUA, que ao fornecer apoio e armas à ocupação, comprometeu sua credibilidade internacional.

Biden tem um histórico de empatia, especialmente em relação ao povo israelense, mas é hora de aplicar essa mesma empatia aos palestinos, que têm sofrido enormemente. Durante sua presidência, Biden tem a chance de tomar medidas que possam aliviar essa situação ao mesmo tempo que preservam a viabilidade de uma solução de dois Estados.

Três Passos Cruciais para um Novo Começo

Existem três ações significativas que Biden pode realizar durante suas últimas semanas de mandato, todas por meio de medidas executivas, com o potencial de mitigar o sofrimento palestino e revitalizar a possibilidade de um acordo pacífico.

  1. Reconhecimento da Estado Palestina: Hoje, 146 dos 193 países da ONU já reconhecem a Palestina como um Estado. Se os EUA tomarem essa decisão, podemos ver outros países fazendo o mesmo rapidamente. A forma mais simples de implementar isso seria seguindo o exemplo do presidente Harry Truman, que reconheceu Israel poucos minutos após sua formação em 1948.

  2. Patrocínio de uma Resolução na ONU: Biden deveria promover uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que estabelecesse um consenso internacional sobre a solução de dois Estados. As resoluções existentes não mencionam explicitamente os palestinos e são limitadas. Um novo documento que reconheça a soberania da Palestina poderia abrir espaço para um diálogo real em torno deste tema.

  3. Aplicação de Leis de Controle de Armamentos: As leis americanas sobre transferência de armas têm sido ignoradas em relação a Israel. Biden deve garantir que essas leis sejam implementadas, especialmente em casos onde há “informações credíveis” sobre violações de direitos humanos, o que tem sido evidente com os relatórios sobre uso de armas em Gaza.

O Que Está em Jogo?

As ações que Biden tomar nesse período podem ter implicações profundas não só para a Palestina, mas para toda a região do Oriente Médio. Manter viva a possibilidade de uma autodeterminação palestina é fundamental para evitar que Israel anexe mais territórios ocupados, o que aprofundaria ainda mais o conflito. Além disso, essas ações poderiam influenciar a política interna em Israel, onde o governo de Netanyahu já enfrenta um descontentamento significativo.

Isso colocaria os EUA numa posição de influência, permitindo uma pressão sobre Israel em busca de um acordo histórico. Enquanto Trump demonstrou claramente um alinhamento com Netanyahu, Biden pode deixar um legado de equilíbrio e respeito pelos direitos humanos.

Um Fechamento Esperançoso

A retrospectiva do governo Biden é complexa. Há menos de dois anos, comparações com presidentes influentes como Franklin D. Roosevelt eram comuns. Hoje, a insatisfação com sua política externa em relação ao conflito palestino-israelense era palpável entre muitos progressistas. Porém, as ações audaciosas que ele pode tomar nas próximas semanas podem mudar essa percepção e oferecer uma nova orientação para sua presidência.

Biden tem a oportunidade de se tornar um líder que defende não apenas a liberdade e a democracia dos ucranianos, mas também dos palestinos. Embora tenha evitado movimentos radicais até agora, sua história mostra que ele é capaz de surpresas. O futuro é incerto, mas um gesto corajoso poderia garantir que seu legado não seja lembrado apenas por suas falhas, mas por suas tentativas de fazer a diferença em um mundo que anseia por paz e justiça.

Que Biden encontre inspiração e coragem para transformar esse momento em uma contribuição significativa ao diálogo por um futuro mais justo para todos. Isso não só beneficiaria os palestinos e israelenses, mas também solidificaria um caminho que muitos esperam ver trilhado com firmeza e compaixão. O tempo é agora, e a mudança está ao nosso alcance!

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