Naming Rights: Uma Nova Era para os Estádios de Futebol no Brasil
No cenário vibrante do futebol brasileiro, parece que um segmento ainda resiste à onda de patrocínios massivos das casas de apostas: os naming rights dos estádios. Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, as fachadas dessas arenas continuam a brilhar com os nomes de empresas tradicionais, que abrangem desde o comércio varejista até o setor farmacêutico.
A Presença das Apostas no Futebol
Atualmente, existem seis arenas que abrigam clubes da Série A do Campeonato Brasileiro que concederam os direitos de naming para marcas. Adicionalmente, dois estádios – Mané Garrincha e Pacaembu – que não possuem clubes em elite, também vão sediar jogos desta primeira divisão.
Dentre essas, a Arena Fonte Nova, localizada em Salvador e que é o lar do Bahia, destaca-se por ter vendido seus naming rights para uma empresa do setor de apostas: a Casa de Apostas. Após uma nova negociação em 2023, o consórcio que gere a arena, formado por Novonor (ex-Odebrecht) e E² Arenas, conseguiu um contrato de R$ 52 milhões por quatro anos, em substituição ao Grupo Petrópolis, que era responsável pelo nome anterior.
A Visão do Especialista
Segundo Ivan Martinho, professor de marketing da ESPM, contratos de naming rights são, geralmente, de longa duração, exigindo que as marcas se comprometam com uma estratégia de marketing mais robusta. “Atualmente, muitas casas de apostas estão apenas começando a se estabelecer no mercado, focando em ações voltadas para aumentar o conhecimento da marca e utilizando alternativas de exposição que oferecem um alcance significativo e custo comparável”, observa.
O Crescimento do Setor de Apostas
Esse foco resultou em um aumento significativo do setor de apostas, que agora ocupa a posição de principal patrocinador em 18 dos 20 clubes da Série A. Além disso, essas empresas têm investido fortemente em cotas comerciais nas transmissões de eventos esportivos. É um novo tempo para o marketing no futebol, em que a presença digital e o reconhecimento da marca são cruciais.
A Influência dos Naming Rights nos Torneios
Embora ainda sejam minoria nas denominações de estádios, as empresas do segmento de apostas conquistaram os naming rights dos principais torneios organizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Marcas como Betano, por exemplo, são conhecidas por sua presença nas nomenclaturas da Série A, Série B e Copa do Brasil.
A Revolução das Arenas Multiuso
A transformação dos estádios, impulsionada pela Copa do Mundo de 2014, trouxe um novo fôlego ao mercado de naming rights no Brasil. A modernização dos estádios aumentou a atratividade para empresas consolidadas interessadas em adquirir essa forma de patrocínio. Estima-se que o valor total em contratos de naming rights para as arenas que receberão jogos da Série A seja próximo de R$ 2 bilhões.
Marcos da História dos Naming Rights no Brasil
- 2013: A venda do nome do estádio do Palmeiras para a seguradora Allianz foi um marco significativo.
- 2017: O Atlético-MG fez história ao nomear seu estádio em construção de acordo com a parceria com a MRV.
- 2020: O laboratório farmacêutico Neo Química garantiu os naming rights da casa do Corinthians.
- 2023: O Banco BRB e a Ligga Telecom fecharam acordos com o Mané Garrincha e o Athlético-PR, respectivamente.
Os Novos Nomes em São Paulo
Recentemente, os icônicos estádios de São Paulo também se modernizaram. O Morumbi, casa do São Paulo Futebol Clube, recebeu o nome de MorumBIS, numa parceria com a gigante do setor alimentício Mondelēz. O Pacaembu, por sua vez, virou Mercado Livre Arena Pacaembu após uma negociação com o renomado marketplace. Além disso, a Vila Belmiro foi renomeada para um patrocínio da Viva Sorte, uma empresa de capitalização.
O Valor dos Naming Rights
Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, enfatiza a importância dos naming rights como uma fonte de receita essencial. Ele destaca que este conceito demorou para ser adotado no Brasil, em grande parte devido à tradição de nomes antigos: “Os estádios e arenas eram históricos e já possuíam seus nomes e apelidos consagrados”.
Uma Reflexão Sobre o Futuro
À medida que o futebol brasileiro avança para uma era mais moderna, impulsionada por contratos de naming rights e parcerias estratégicas, podemos observar uma transformação significativa no cenário esportivo. A combinação de marketing digital e patrocínios inovadores pode não apenas aumentar a receita, mas também proporcionar novas experiências aos torcedores.
Perguntas para o Leitor
Diante de todas essas mudanças, o que você acha sobre a influência das casas de apostas no futebol? Será que essa é uma tendência que ficará para os próximos anos? Compartilhe suas opiniões e crie um diálogo sobre o futuro dos naming rights no Brasil!
Com esta nova era, o que nos aguarda? Um crescente envolvimento do público? A consolidação das casas de apostas? O importante é que o amor pelo futebol continua a movimentar tanto torcedores quanto investidores, criando um ambiente cada vez mais dinâmico e emocionante.
Considerações Finais
O fenômeno dos naming rights nos estádios de futebol brasileiros representa uma nova estratégia que se destaca no meio dos investimentos. Mais do que um simples nome, essas parcerias refletem uma era digital em expansão, onde marcas buscam não apenas reconhecimento, mas um lugar especial no coração dos torcedores. À medida que observamos essa transformação acontecer, é essencial se perguntar: qual será o próximo passo nessa história?
