O Despertar da Crise Climática: O Que Está em Jogo?
É chegado o momento de uma reflexão profunda sobre a crise climática. Desde a assinatura da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) em 1992, a comunidade global tem se esforçado para combater as mudanças climáticas. Em 2015, o Acordo de Paris foi adotado com a meta de limitar o aumento da temperatura média global a 2 graus Celsius, idealmente a 1,5 graus. No entanto, conforme os países se preparam para o COP30 no Brasil, o Acordo de Paris e a própria UNFCCC estão à beira da irrelevância.
O Que Temos Conquistado?
Após uma década do Acordo de Paris, alguns avanços foram feitos, como:
- Planos Nacionais: 67 países apresentaram seus planos de redução de emissões.
- Adaptação Climática: Um quadro para avaliar a adaptação climática foi criado.
- Fundo de Compensação: Novo fundo para compensar países em desenvolvimento pelos danos causados pelas mudanças climáticas.
Porém, esses passos são ainda muito limitados. O Brasil, anfitrião deste ano, é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e enfraqueceu regras de licenciamento ambiental, o que pode acelerar o desmatamento da Amazônia.
Um Cenário Alarmante
Enquanto isso, os sinais da emergência climática são cada vez mais evidentes. O mundo já ultrapassou o limite de aquecimento de 1,5 graus Celsius, e fenômenos climáticos extremos se tornam rotineiros; como o furacão Melissa, uma das tempestades mais intensas já registradas no Caribe. O secretariado da UNFCCC já reconheceu que os níveis atuais de poluição por gases de efeito estufa podem levar a uma crise econômica e humanitária sem precedentes.
Por Que o Acordo de Paris Não Está Funcionando?
A abordagem atual, que consiste em “gerir toneladas” de emissões, cria espaço para que as maiores emissões continuem. Isso permite que os governos se sintam confortáveis em ignorar o cerne do problema: a dependência de políticas que sustentam a economia de combustíveis fósseis.
Falhas Estruturais: O Que Não Está Funcionando?
As políticas criadas sob a UNFCCC foram ineficazes na verdadeira descarbonização. Vamos dar uma olhada mais de perto:
- Compensações de Carbono: Empresas e países compram créditos de carbono para cumprir suas obrigações, mas muitos projetos de compensação falham em reduzir emissões efetivamente.
- Precificação de Carbono: Apenas 28% das emissões globais estão sujeitas a um preço de carbono, e a média global é absurdamente baixa.
Essas abordagens, na prática, têm apresentado falhas profundas que permitem que emissores continuem operando sem mudanças significativas em suas práticas.
O Papel da UNFCCC: O Que Fazer Agora?
A UNFCCC deve deixar de ser a principal instituição para políticas climáticas globais. O que precisamos é de um foco em um modelo mais eficaz de ação climática que redirecione investimentos de combustíveis fósseis para alternativas mais verdes. Aqui estão algumas sugestões para essa transição:
Estruturar a Tributação de Forma Eficaz
Mudar a forma como as empresas são tributadas pode ser um excelente ponto de partida. Atualmente, estimativas indicam que trilhões em ativos corporativos estão em contas offshore, sem penar impostos. Abaixo estão algumas implicações:
- Redução da Riqueza de Emissores: Repatriar esses fundos ajudaria a financiar a transição para energia renovável.
- Equidade Fiscal: Garantir que grandes emissores paguem sua parte ajuda a equilibrar o poder político.
Reformar Proteções de Investimento
Os tratados de investimento frequentemente protegem empresas de combustíveis fósseis de perdas financeiras, muitas vezes fazendo com que governos hesitem em implementar políticas climáticas.
-
Revisão de Tratados: Países podem:
- Retirar-se do Centro Internacional para Resolução de Disputas sobre Investimentos.
- Excluir a indústria de petróleo e gás das proteções de arbitragem.
Essas ações poderiam liberar recursos financeiros para investimentos verdes e desencorajariam a obstrução das políticas climáticas.
O Que Esperar Futuramente?
Defensores do processo COP frequentemente argumentam que ele é a única via possível. Mas isso não é verdade. Chegou a hora de redirecionar a vontade política e os recursos para iniciativas que realmente funcionem.
A Importância da Colaboração e Ação Ativa
A UNFCCC pode continuar servindo como um fórum de aprendizado e compartilhamento de tecnologia, mas a ação de mudança estrutural deve ocorrer em instituições que facilitem a inovação e a implementação efetiva das políticas.
- Fornecimento de Dados e Compartilhamento de Tecnologias: Isso é crucial para medir o progresso e apoiar a adaptação climática.
Neste contexto, é fundamental reforçar a participação e o engajamento de todos os países, especialmente os em desenvolvimento, que são os mais afetados. É preciso encontrar um novo equilíbrio que leve em conta a urgência das ações para mitigar os danos climáticos.
O que Você Pode Fazer?
Reflita sobre as informações deste artigo e considere:
- Compartilhar o Conhecimento: Quanto mais pessoas souberem sobre a crise climática, maior a pressão para mudanças reais e significativas.
- Apoiar Iniciativas Locais: Envolva-se em projetos comunitários que visam a sustentabilidade e a proteção ambiental.
À medida que a crise climática se agrava, a necessidade de mudanças significativas e eficazes se torna cada vez mais urgente. Portanto, não se deixe enganar por soluções temporárias que não resolvem os problemas estruturais da crise climática. Vamos agir agora para garantir um futuro melhor para todos!
