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Por Que as Negociações de Paz na Ucrânia Sempre Fracassam?

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A Busca pela Paz na Guerra da Ucrânia: Lições do Passado e Desafios Atuais

Após quase três meses desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou uma significativa tentativa de encerrar a guerra na Ucrânia, os resultados das conversas diplomáticas ainda são insatisfatórios. Neste cenário complexo, Trump se depara com Vladimir Putin, um adversário astuto que procura explorar a impaciência do presidente americano para forçar a Ucrânia a aceitar termos que os russos não conseguiram obter no campo de batalha.

A Impaciência nas Negociações

Trump expressou diversas vezes seu descontentamento com a falta de progresso nas negociações, chegando a insinuar que poderia desistir dos diálogos. Enquanto isso, a Rússia avança lenta e dolorosamente em uma guerra de atrito, sem um fim à vista. Embora tenhamos propostas e contra-propostas surgindo, revisitar a última tentativa significativa de negociação pode iluminar o caminho atual.

Em 2024, no periódico Foreign Affairs, analisamos a história das conversas que começaram nas primeiras semanas do conflito e culminaram, em março de 2022, no que foi chamado de Comunicado de Istambul. Essa estrutura de acordo estava centrada na ideia de neutralidade permanente da Ucrânia e na renúncia à sua adesão à OTAN, em troca de garantias de segurança robustas. Infelizmente, as partes falharam em finalizar o acordo, e a guerra entrou em seu quarto ano.

Revisando as Lições de Istambul

Com novas rodadas de negociações sendo realizadas após três anos de hiato, é o momento ideal para refletir sobre as lições de Istambul. Embora o cenário tenha mudado bastante desde então, o que aconteceu naquela época oferece ensinamentos valiosos que podem enriquecer os diálogos atuais.

  1. Segurança em Primeiro Lugar
    O principal objetivo de qualquer acordo deve ser garantir a segurança a longo prazo para ambas as partes. A falta de garantias de segurança da parte ocidental para a Ucrânia tem sido um grande desafio nas negociações. Além disso, a crença de um lado sobre suas chances no campo de batalha pode influenciar a disposição de negociar.

  2. Questões Territoriais e Seus Limites
    A questão da ocupação e o status dos territórios disputados são importantes, mas devem ser abordados como questões secundárias em relação às preocupações primordiais de segurança. Durante as conversas de Istambul, ambos os lados priorizaram a segurança pós-guerra sobre os detalhes territoriais.

A Dinâmica de Longo Prazo

Para alcançar uma paz duradoura, é essencial abordar os medos de ambos os lados. A Ucrânia teme que, sem garantias de defesa, qualquer acordo temporário será apenas uma configuração para uma futura invasão russa. O Kremlin, por outro lado, teme que uma Ucrânia fortemente armada possa buscar retomar os territórios ocupados.

A Inclusão Todos os Interesses na Mesa de Negociações

Negociações bem-sucedidas requerem que todas as partes relevantes estejam envolvidas desde o início. O ditado "Nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia" é válido, mas também se aplica às potências ocidentais. Nas discussões em Istambul, a falta de participação dos EUA, Reino Unido e outros países ocidentais fez com que a adesão ao comunicado fosse problemática.

  • Riscos de Excluir Poderes Chave
    Negociações que não envolvem todos os afetados, como os parceiros ocidentais da Ucrânia, tendem a falhar. Os mediadores devem trabalhar em conjunto desde o início para formar uma coalizão unificada em prol da paz.

Compromisso Real Além da Teatralidade

As conversas de Istambul mostraram que os apoiadores ocidentais da Ucrânia hesitaram em oferecer as garantias necessárias à segurança que a Ucrânia considerava essenciais. Hoje, esse temor de uma possível intervenção militar direta ainda persiste, demonstrando que os líderes ocidentais precisam se comprometer verdadeiramente em oferecer garantias sólidas.

  1. As Desafios da Envolvimento Militar
    Discussões sobre a possibilidade de tropas ocidentais em solo ucraniano fogem da questão essencial sobre o compromisso real com a segurança da Ucrânia. A presença militar não deve ser vista como um ato simbólico, mas como um reforço sólido às garantias.

A Influência do Campo de Batalha

A realidade no campo de batalha influencia diretamente as concessões que cada lado está disposto a fazer. Se a Rússia acredita que a guerra está a seu favor, terá menos motivação para chegar a um acordo. Do lado ucraniano, se a situação melhorar, eles podem optar por continuar a luta em vez de negociar.

  • A Necessidade de Equilíbrio
    A solução não vem de um único lado, mas da capacidade de cada parte de ajustar suas expectativas e perceber que um impasse pode tornar as negociações mais atraentes do que a continuação do conflito.

Rumo a um Acordo

Tanto Putin quanto Zelensky demonstraram, no passado, disposição para ceder em questões delicadas, o que abre espaço para a possibilidade de um entendimento. A negociação é um processo em que ambos os lados buscam o que parece não negociável no início.

  1. Um Passo para Frente
    Aceitar que as posições aparentes são, muitas vezes, apenas pontos de partida pode facilitar o caminho para concessões e, consequentemente, para a paz.

Como podemos ver, a complexidade das negociações em curso na Ucrânia exige um entendimento profundo das lições do passado. A busca pela paz é um desafio contínuo, e as análises das tentativas anteriores nos ensinam que a colaboração, a inclusão de todas as partes interessadas e um comprometimento real são fundamentais para alcançar um futuro mais seguro e pacífico na região. O que você acha que pode ser a chave para desbloquear esse impasse? Comente suas ideias e compartilhe suas reflexões sobre este tema importante.

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