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Queda na Exportação de Soja em Janeiro: O Que Anec Revela?

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Jorge Adorno/Reuters Mais
Apesar da queda nas exportações, o volume registrado é maior que o de dezembro. Foto: Jorge Adorno/Reuters

Exportações de Soja: Um Panorama Atual

As previsões para as exportações de soja do Brasil em janeiro apontam para um total estimado de 1,71 milhão de toneladas. Essa cifra representa uma queda de quase 30% se comparada ao mesmo mês do ano anterior. No entanto, a expectativa de uma safra recorde pode impulsionar os embarques em 2025, alcançando a marca impressionante de 110 milhões de toneladas, de acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Se a previsão se confirmar, a quantidade exportada em janeiro ficará abaixo das 2,4 milhões de toneladas que foram embarcadas no mesmo período de 2024. Contudo, haverá um aumento em comparação com dezembro, onde as dificuldades na entressafra resultaram em embarques reduzidos. O início da colheita na maior safra de soja do mundo está em andamento e deve se intensificar em fevereiro, o que traz expectativas otimistas para o setor.

“Em relação às exportações, nossa estimativa é que temos potencial para alcançar até 110 milhões de toneladas, o que seria um verdadeiro desafio logístico”, declarou a Anec. Se concretizado, esse volume indicaria um crescimento de aproximadamente 13 milhões de toneladas em relação às 97 milhões de toneladas de 2024, superando também o recorde de 101,3 milhões de toneladas conhecido em 2023.

Principais Destinos da Soja Brasileira

A China continua a ser o principal importador da soja brasileira, com 74 milhões de toneladas, o que representa 76% de todas as exportações do país. Outros destinos significativos incluem a Espanha, com 4,1 milhões de toneladas, e a Tailândia, com 3 milhões de toneladas.

Farelo de Soja: Expectativas e Desafios

Para o farelo de soja, a Anec projeta um volume de 1,43 milhão de toneladas para janeiro, o que marca uma queda em relação ao ano passado, quando foram embarcadas 1,75 milhão de toneladas. Em comparação com dezembro, o volume também é menor, já que o Brasil fechou o ano anterior com um recorde de 2,17 milhões de toneladas.

As exportações de farelo de soja registraram um total de 23,2 milhões de toneladas em 2024, superando as 22,4 milhões de toneladas de 2023. O principal mercado para o farelo brasileiro continua a ser a União Europeia, seguida por países da Ásia, como Indonésia, Tailândia e Vietnã.

A recente decisão da União Europeia, que adiou por um ano a aplicação de uma nova lei de combate ao desmatamento, trouxe um alívio para o mercado. Isso dá mais tempo aos produtores para se adaptarem às novas exigências. Contudo, a Anec ainda expressa preocupação quanto à continuidade do fornecimento, devido ao impacto dessa regulação sobre os custos de conformidade que podem causar um aumento de 5% a 10% no preço do farelo de soja para o consumidor europeu.

Exportações de Milho: O Que Esperar?

As previsões para as exportações de milho em janeiro apontam para 2,9 milhões de toneladas, um volume inferior às 3,5 milhões de toneladas do mesmo mês do ano passado. Esse resultado também é menor que as 3,62 milhões de toneladas exportadas em dezembro.

Apesar disso, assim como no caso da soja, a Anec prevê um crescimento nas exportações de milho em 2025. Essa expectativa se dá mesmo diante de um mercado interno aquecido, impulsionado pelo avanço das usinas de etanol que utilizam o milho como matéria-prima.

  • O consumo interno de milho deve continuar em expansão.
  • É provável que registremos o maior consumo interno de milho da história, devido aos preços favoráveis para os agricultores.
  • Os excedentes do milho produzido poderão ser direcionados para as exportações, que devem ter potencial para atingir 42 milhões de toneladas.

A exportação de milho do Brasil, o segundo maior exportador mundial do cereal, encerrou 2024 com um total de 37,8 milhões de toneladas. Esse número é inferior ao recorde de 55,6 milhões de toneladas alcançado em 2023. Contudo, é importante notar que o aumento do consumo para a produção de etanol resultará em mais subprodutos para exportação, como o DDG (farelo de milho), o que traz um viés positivo para o mercado.

O Futuro do Trigo e Outras Culturas

Para o trigo, a Anec projeta que as exportações totalizem 519.290 toneladas em janeiro. Isso representa uma queda em relação às 685.171 toneladas do mesmo mês de 2024, além de ser menor do que as 305,4 mil toneladas registradas em dezembro.

A sustentabilidade dessas exportações dependerá de uma série de fatores, incluindo a continuidade das condições climáticas favoráveis e as dinâmicas de mercado no exterior. É crucial que os agricultores e exportadores estejam atentos a essas variáveis para otimizar a produção e atender às demandas globais.

O cenário das exportações agrícolas do Brasil, em particular da soja e milho, reflete não só a saúde econômica do setor, mas também a capacidade do país de se adaptar às exigências globais e às condições de mercado. As previsões podem mudar, mas uma coisa é certa: o Brasil seguirá como um pilar na produção de alimentos para o mundo.

Quais são suas expectativas em relação ao futuro das exportações agrícolas brasileiras? Você acredita que o país conseguirá superar os desafios logísticos? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões!

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