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Queda nos Lucros das Companhias Aéreas Chinesas: O Que Diz o Tráfego Recorde de Passageiros?

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Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Desafios das Companhias Aéreas Chinesas: Um Olhar sobre o Terceiro Trimestre

As três principais companhias aéreas estatais da China, conhecidas por dominarem o setor, enfrentaram uma queda acentuada em seus lucros no terceiro trimestre deste ano. Curiosamente, essa diminuição ocorre mesmo em meio a um aumento recorde no tráfego de passageiros. O que será que está por trás dessa aparente contradição?

Queda nos Lucros em um Cenário de Crescimento de Passageiros

A China Eastern Airlines, um dos grandes players do setor, informou que seu lucro líquido foi de 2,63 bilhões de yuans, cerca de US$ 369 milhões. Esse número representa uma queda de 28,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, a China Southern Airlines, a maior companhia aérea do país, reportou um lucro líquido de 3,19 bilhões de yuans (US$ 448 milhões) em 28 de outubro. Esta cifra representa uma redução de 23,9% em relação ao ano anterior, apesar do fato de ter transportado mais passageiros.

Os dados da China Southern mostraram um incremento de 11% na capacidade de voos em relação ao ano passado. No entanto, a receita operacional aumentou apenas 4,6%, sugerindo uma queda nas tarifas aéreas e, por conseguinte, um impacto negativo nos lucros.

A Air China e a Dinâmica de Tarifas

Em 30 de outubro, a Air China, baseada em Pequim, anunciou que seu lucro líquido para o terceiro trimestre caiu ligeiramente para 4,14 bilhões de yuans (US$ 581,34 milhões), abaixo dos 4,24 bilhões de yuans (US$ 595 milhões) do ano passado, o que representa uma queda de pouco mais de 2%.

Estatísticas da ForwardKeys, uma empresa de dados de aviação, destacam que, entre janeiro e setembro, os preços das passagens aéreas internacionais saindo da China caíram impressionantes 39% em relação ao ano anterior. Qual o reflexo desse panorama no setor?

Concorrência e Tarifas em Queda

As companhias aéreas chinesas estão agora competindo agressivamente com empresas europeias, algumas das quais reduziram suas rotas para a China, mencionando concorrência desleal devido aos subsídios do governo chinês. Um exemplo notável é a Spring Airlines, a maior companhia aérea privada de baixo custo da China, que conseguiu retomar a lucratividade antes das grandes empresas estatais após a pandemia. Apesar disso, também registrou uma queda de 32,4% em seu lucro líquido no terceiro trimestre, com um total de 1,2 bilhão de yuans (US$ 168 milhões).

Impactos nas Tarifas Aéreas e Comportamento do Consumidor

Pesquisas da FlightMaster indicam que as tarifas aéreas domésticas médias na China em julho e agosto estavam 17% inferiores em comparação ao ano passado, e 1% abaixo de 2019. Já as tarifas internacionais apresentaram uma redução ainda mais acentuada, com uma queda de 25% em relação ao verão do ano passado.

No terceiro trimestre, as companhias aéreas chinesas transportaram 200 milhões de passageiros, número recorde. Todavia, o crescimento no número de passageiros parece não se traduzir em aumento de lucros. Isso indica um cenário econômico complexo, conforme apontado por analistas do setor.

Perspectivas Econômicas e Dilemas nas Companhias Aéreas

Frank Xie, professor de Administração na Universidade da Carolina do Sul Aiken, analisou a situação em 31 de outubro, destacando que a principal razão para essa diminuição nos lucros está vinculada ao mercado interno. Ele afirmou: “Embora o número de passageiros tenha aumentado, a diminuição nas tarifas resultou em perdas para as companhias aéreas”.

Esse fenômeno pode ser atribuído a um comportamento cauteloso dos consumidores, que estão redobrando esforços para economizar. Segundo Xie, “as pessoas estão optando por alternativas mais baratas, como trens de alta velocidade ou viagens de carro, o que pressionou as companhias aéreas a reduzirem seus preços para manter a competitividade”.

Erros Estratégicos na Expansão Pós-Pandemia

O economista sino-americano Davy J. Wong também comentou sobre a situação, indicando que as companhias aéreas fizeram uma leitura equivocada do mercado de turismo. “Houve uma expectativa de recuperação rápida do consumo, que levou as empresas a expandirem suas frotas consideravelmente”. Contudo, esse crescimento pode ter exacerbado os custos operacionais.

  • Aumento de Frotas: As companhias aéreas aumentaram suas frotas em cerca de 8% em 2023, elevando gastos fixos e custos de manutenção.
  • Concorrência Interna: A competição acirrada entre as grandes estatais aumenta ainda mais a pressão sobre os lucros, uma vez que todos estão tentando conquistar o mesmo grupo de passageiros.

Além disso, Wong destaca que as dificuldades no mercado internacional são exacerbadas por fatores como políticas de visto restritivas, riscos geopolíticos e uma demanda fraca. “A capacidade da China de atrair visitantes estrangeiros está em declínio, o que não só limita as oportunidades de negócio, mas também afeta a influência do país no cenário internacional”.

Um Futuro Incerto para a Aviação Chinesa

A situação atual ilustra um desafio crítico para as companhias aéreas chinesas. Com a economia estagnada, taxas de desemprego elevadas e uma população em envelhecimento, há uma pressão crescente sobre o consumo. Os cidadãos estão se mostrando mais relutantes em gastar em passagens aéreas, optando por alternativas mais acessíveis.

Esses fatores, aliados à concorrência feroz e à necessidade de redução de preços, geram um cenário complexo. As companhias aéreas, portanto, se encontram em um ciclo vicioso onde precisam reduzir preços para atrair passageiros, mas isso acaba corroendo seus lucros.

Reflexões Finais e Chamado à Ação

A análise dos lucros em queda das companhias aéreas estaduais da China revela muito mais do que simplesmente números. É um retrato de uma economia em transformação, onde as antigas certidões de crescimento não se aplicam mais da mesma maneira. À medida que os desafios se acumulam, a necessidade de inovação e adaptação se torna clara.

Estamos entrando em um novo capítulo no setor de aviação, onde a capacidade de adaptação e a compreensão do comportamento do consumidor serão cruciais para a sobrevivência das companhias aéreas. Como você vê o futuro da aviação na China? Quais estratégias você acredita que poderiam ser implementadas para reverter essa situação? Sinta-se à vontade para compartilhar seus pensamentos!

Luo Ya e Reuters contribuíram para este relatório.

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