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R$ 1,5 Bilhões à Vista: Investidores Apostam na Proteção da Amazônia através de Mercados de Carbono

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Folheto REUTERS/NASA/JPL Caltech

Folheto REUTERS/NASA/JPL Caltech

Essa iniciativa surge em resposta ao aumento das temperaturas, uma situação crítica que está fazendo da Amazônia um potencial emissor líquido de carbono.

Iniciativa de US$ 1,5 bilhão visa proteger a Amazônia

Recentemente, um investidor do mercado de carbono, com apoio da renomada casa de comércio suíça, Mercuria, anunciou uma ambiciosa parceria com duas organizações sem fins lucrativos. O objetivo? Levantar um impressionante montante inicial de US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 9 bilhões na cotação atual) para proteger a Amazônia. Este projeto inovador envolve a colaboração com governos estaduais brasileiros, agricultores e comunidades locais, engajando todos para a preservação da maior floresta tropical do mundo.

A Corrida para Belém: Um Compromisso com a Sustentabilidade

Batizada de “Corrida para Belém”, esta iniciativa referencia a cidade que sediará a próxima rodada de negociações climáticas globais, marcada para novembro. O foco é a venda de créditos de carbono ligados à proteção da Amazônia, uma estratégia vital em tempos de crescentes preocupações ambientais.

Essa ação representa a primeira grande campanha da Silvania, um fundo de investimento criado com um aporte inicial de US$ 500 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões) voltado para a natureza e a biodiversidade. Paralelamente, a Silvania trabalha em parceria com a Conservation International e The Nature Conservancy, organizações renomadas dedicadas à proteção ambiental.

Uma Abordagem Consciente para Minimizá-Criticas

Com o intuito de evitar os problemas enfrentados por projetos anteriores relacionados ao impacto real sobre o meio ambiente, o novo plano da Corrida para Belém busca garantir o envolvimento de diferentes níveis de governo, agricultores e comunidades. A proposta será desenvolvida em uma área significativamente maior do que iniciativas anteriores, assegurando que todos os envolvidos tenham voz no processo.

A necessidade dessa ação se torna ainda mais premente em um mundo onde recordes de altas temperaturas têm sido registrados e a Amazônia se aproxima de se tornar um emissor líquido de carbono. Essa transformação teria sérias implicações na luta global contra as mudanças climáticas, dificultando a meta acordada de limitar o aquecimento global.

A Repercussão no Cenário Internacional

Esse aviso urgente vem em um momento delicado, especialmente após a decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar o país do Acordo de Paris. Além disso, observamos um quadro de compromisso corporativo enfraquecido, enquanto as ações governamentais para implementar políticas eficazes têm avançado lentamente.

Keith Tuffley, CEO da Corrida para Belém, expressou esperança ao lançar o projeto em Tocantins. Ele acredita que outros estados brasileiros se unirão à causa e que a meta inicial de financiamento de US$ 1,5 bilhão possa ser superada já neste ano.

>“O consenso atual é que a participação do setor privado é mais crucial do que nunca. A urgência em enfrentar os desafios climáticos só aumenta e a Corrida para Belém enfatiza essa necessidade ao buscar investimentos transformadores”, declarou Tuffley durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Um Investimento Direto na Natureza

Para dar impulso ao projeto, a Silvania anunciou que irá investir um dólar em capital inicial para os Estados a cada tonelada de créditos comprados. Esse valor pode atingir até US$ 100 milhões (cerca de R$ 613 milhões). O preço por tonelada de crédito será negociado com potenciais compradores e o projeto promete uma economia de carbono de centenas de milhões de toneladas.

A implementação dará início imediato, com fases adicionais a serem incorporadas ao longo de três a cinco anos, ampliando o alcance e o impacto da iniciativa.

Uma Nova Classificação para Créditos de Carbono

Os créditos gerados neste plano serão categorizados como JREDD+ (Redução Jurisdicional de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal). Projetos JREDD+ já estão em andamento em outras nações como Guiana, Gana e Costa Rica, mostrando a viabilidade e importância dessa abordagem global.

M. Sanjayan, diretor executivo da Conservation International, declarou que esses créditos representam uma “oportunidade de geração” para reverter os fatores econômicos que levam ao desmatamento.

“Este ano será crucial para o futuro da Amazônia. Estamos diante da oportunidade de revisitar o histórico de proteção da floresta em duas eras distintas: antes e depois da COP30”, acrescentou.

O Caminho à Frente

Este projeto marca um passo significativo na luta pela preservação da Amazônia e na mitigação das mudanças climáticas. A disposição de unificar esforços entre governos, setor privado e a sociedade civil é essencial para a criação de um futuro sustentável. Ao manter um diálogo aberto e buscar soluções inovadoras, é possível construir uma frente robusta na proteção desse patrimônio global. Além disso, a conscientização sobre a importância da preservação ambiental deve ser um compromisso de todos. A reflexão sobre como cada um pode contribuir positivamente para esta causa é mais do que necessária — é urgente.

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