Reajuste dos Planos de Saúde: O Que Você Precisa Saber
A recente decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de permitir um reajuste de até 6,06% nos planos de saúde individuais e familiares no Brasil, válido de maio deste ano até abril de 2026, vem gerando diversas reações entre especialistas e analistas do setor. Essa movimentação já era aguardada e se alinha a uma tendência de desaceleração nos aumentos, considerando os altos índices registrados em anos anteriores.
Entendendo o Reajuste: Expectativas e Realidade
Para muitos analistas, como os do Itaú BBA, o reajuste estava dentro das previsões do mercado. Os cálculos que fundamentam essa decisão consideram fatores como a variação dos custos assistenciais, a inflação (IPCA) e também os ganhos de eficiência do setor. Esse percentual, segundo os especialistas, reflete a trajetória observada nos últimos dois anos, quando as operadoras começaram a recuperar a rentabilidade após uma fase de pressão nos custos.
Análise das Expectativas
O banco Goldman Sachs também aponta que o índice de 6,06% está em linha com o que se esperava, dentro da faixa projetada de 6% a 7%. Esse aumento é menor do que o autorizado no ano passado, que foi de 6,91%, e bem abaixo do patamar de 9,63% de 2023. Os analistas acreditam que essa redução reflete um contexto de desaceleração dos custos médicos pós-pandemia e o retorno gradativo da demanda por serviços de saúde.
Metodologia do Cálculo: Como é Definido o Reajuste?
Um ponto interessante sobre o reajuste é a metodologia utilizada para seu cálculo. O Goldman Sachs destaca que ele é baseado no Índice de Valor das Despesas Assistenciais (IVDA), que mede a variação real dos custos médicos e hospitalares por beneficiário, pesando 80% no cálculo final. Os 20% restantes são referentes ao IPCA, excluindo os itens de saúde. Essa abordagem visa fornecer uma visão mais clara dos custos reais do setor, evitando duplicidades na inflação.
Impactos Diferenciados nas Operadoras
Vale a pena observar que as operadoras não são afetadas da mesma forma por esse reajuste. Por exemplo, na Hapvida, cerca de 18% da base de beneficiários está em contratos individuais, enquanto na SulAmérica esse número é reduzido a aproximadamente 4%. Essa diferença faz da decisão da ANS uma questão crucial com impactos variados entre as empresas.
Perspectivas para a Hapvida
Os analistas do Goldman Sachs afirmam que, para a Hapvida, esse reajuste não altera significativamente suas projeções de investimento. O foco da empresa permanece na melhoria das margens operacionais, na integração da operação da NDI em São Paulo e na redução de contingências judiciais, aliadas a uma maior eficiência nas despesas administrativas.
O Olhar do Mercado: Reações e Análises
As operadoras estão se adaptando a essas novas dinâmicas de mercado. O Itaú BBA, por exemplo, observa que o reajuste segue o mesmo padrão já identificado nos aumentos para planos coletivos, indicando uma tendência de moderação. Essa decisão da ANS é reflexo da recuperação das margens das operadoras, que enfrentaram considerável pressão nos custos pós-pandemia.
Histórico de Reajustes: Uma Comparação Necessária
O percentual de 6,06% é o menor desde 2021, quando se registrou um reajuste negativo de 8,19%, consequência da redução na utilização de serviços médicos durante a pandemia. Desconsiderando essa anomalia, este índice é o mais baixo desde 2008, quando foi registrado um aumento de 5,48%.
A Importância dos Planos Individuais e Familiares
Atualmente, os planos individuais e familiares representam 16,5% dos contratos de assistência médica no Brasil, o que equivale a cerca de 8,6 milhões de beneficiários, segundo dados da ANS. As operadoras frequentemente argumentam que o aumento dos custos está ligado à introdução de novas tecnologias, ao envelhecimento da população e ao aumento na demanda por serviços de saúde.
Desempenho Financeiro das Operadoras
No primeiro trimestre deste ano, as operadoras de saúde reportaram um lucro líquido de R$ 6,9 bilhões, mais do que o dobro em relação ao mesmo período de 2024, quando o lucro foi de R$ 3,1 bilhões. Esse desempenho sinaliza que o setor está se recuperando, após anos de pressão significativa nos custos e nas margens.
O Que Esperar do Futuro
O Goldman Sachs, por sua vez, estabelece um preço-alvo de R$ 63 para as ações da Hapvida, considerando um modelo de fluxo de caixa livre para a firma (FCFF) a 10 anos, utilizando um custo médio ponderado de capital (WACC) de 13,5% e uma taxa de crescimento de 4,5% a longo prazo. Contudo, eles alertam para possíveis riscos, como a deterioração da economia, aumento do desemprego, atrasos na integração de operações e um aumento inesperado nos custos médicos.
Reflexões e Próximos Passos
Diante desse panorama, é essencial que beneficiários e trabalhadores do setor de saúde estejam cientes de suas escolhas e direitos. O reajuste autorizado pela ANS traz consigo preocupações e oportunidades. Com o aumento gradual na demanda por cuidados de saúde, entender o custo e a qualidade dos serviços prestados se torna cada vez mais relevante.
Convite à Reflexão
O que você acha desse reajuste? Acredita que ele é justificado pelas mudanças recentes no setor? Compartilhe sua opinião em comentários e não hesite em discutir suas experiências com os planos de saúde. A sua voz é importante e pode contribuir para uma leitura mais ampla do tema.