A Crescente Ameaça Chinesa: O Que Isso Significa Para Taiwan e Para os EUA?
A cada dia que passa, a tensão entre os Estados Unidos e a China aumenta, principalmente no que diz respeito à questão de Taiwan. O cenário atual é alarmante: as tropas chinesas estão se concentrando na Província de Fujian e uma armada está posicionada no mar, mirando diretamente a ilha de Taiwan. As informações dos serviços de inteligência dos EUA indicam que esse movimento não é apenas uma manobra de distração, mas sim uma preparação tangível para um possível conflito armado. Para piorar, as reações no mercado global demonstram que os economistas estão prevendo um choque econômico que pode chegar a impressionantes 10 trilhões de dólares. O governo norte-americano se vê, assim, diante de uma pergunta crucial e angustiante que vinha há tempos evitando: será que os EUA estão prontos para usar a força militar para defender Taiwan?
A Realidade da Ameaça Chinesa
Não se trata de um mero exercício de imaginação. O presidente Xi Jinping, da China, deixou claro que a reaquisição de Taiwan é fundamental para o que o governo chinês chama de “grande rejuvenescimento da nação chinesa”. Além disso, esse movimento militar se insere em um contexto mais amplo, no qual os EUA enfrentam desafios não apenas da China, mas também da Rússia, que está ameaçando os aliados da OTAN na Europa Oriental, e do Irã, que acelerou seu programa nuclear. As chances de uma grande guerra envolvendo potências mundiais estão mais elevadas agora do que em qualquer outro momento deste século.
A Preparação do Exército dos EUA
Embora o exército norte-americano seja considerado o mais poderoso do planeta, está longe de estar preparado para um conflito dessa magnitude. Sua tecnologia é avançada, seus soldados são altamente treinados, mas o país enfrenta sérias limitações. O estoque de munições é alarmantemente baixo, enquanto os navios e aviões da marinha americana são, em média, mais antigos do que os da China. Além disso, a capacidade industrial dos EUA de repor esses ativos é bastante limitada. Por exemplo, os mísseis de precisão que os EUA possuem seriam suficientes para cerca de algumas semanas em um conflito intenso, levando anos para serem reabastecidos. Durante simulações de guerra no Estreito de Taiwan, os EUA esgotam suas munições críticas em questão de semanas.
O Reconhecimento das Deficiências
Os oficiais americanos estão cientes das carências. Em resposta, o Congresso e o Departamento de Defesa começaram a ampliar as linhas de produção de defesa existentes e, em alguns casos, reiniciar antigas. No entanto, esses esforços não são suficientes para corrigir mais de 30 anos de complacência e retrocesso. O orçamento de defesa dos EUA foi elevado a impressionantes 825 bilhões de dólares, um nível nominal recorde. No entanto, isso representa menos de 3% do PIB dos EUA, o menor índice deste século e um dos mais baixos desde a Segunda Guerra Mundial. Apenas 21% desse montante é destinado à aquisição de novas munições e equipamentos.
O Caminho a Seguir
Para reverter essa situação crítica, Washington deve agir urgentemente. A administração Trump, em parceria com o Congresso, precisa implementar seis iniciativas fundamentais:
- Modernização dos ativos existentes: Atualizar equipamentos e tecnologias.
- Aumento das capacidades de defesa: Investir em novas tecnologias.
- Expansão dos estoques e da capacidade de fabricação: Garantir que não faltem munições.
- Aumento da concorrência e redução de vulnerabilidades dos fornecedores: Diversificar a base industrial.
- Mudança na forma como o Pentágono faz negócios: Facilitar processos de aquisição.
- Aumento dos níveis de financiamento e continuidade: Garantir um orçamento previsível.
Essas iniciativas precisam ser executadas em conjunto. Uma abordagem fragmentada será insuficiente. Por exemplo, ainda que o aumento do orçamento de defesa seja essencial, não servirá de muito se não houver um aumento na diversidade de empresas na base industrial de defesa e na introdução de novas capacidades, como sistemas não tripulados e sensores espaciais.
A Necessidade de Reformas Estruturais
Aumentar o orçamento de defesa pode ser um desafio em Washington, especialmente com a administração Trump e progressistas no Congresso tentando reduzir a presença militar dos EUA. Porém, é crucial lembrar que prevenir uma guerra custa muito menos do que lutar em uma. Com um aumento substantivo nos gastos militares, os EUA poderão tornar uma invasão chinesa mais custosa e arriscada, gerando incertezas sobre a probabilidade de sucesso da China.
Aprendizados dos Conflitos Recentes
A guerra na Ucrânia expôs as deficiências do arsenal militar dos EUA e a dificuldade de fornecer apoio suficiente à Kyiv. O número exato de mísseis que os EUA possuem é confidencial, mas estima-se que seja de apenas algumas dezenas de milhares, enquanto a Rússia disparou quase 12 mil mísseis nos últimos dois anos.
Veja, por exemplo, o caso dos mísseis Stinger. Esses mísseis, fundamentais para a defesa aérea e que demonstraram sua eficácia na Ucrânia, foram projetados na década de 1970 e não são fabricados desde 2003. Um verdadeiro desafio de reaprendizado que demonstra a importância de manter o estoque e a produção em níveis adequados.
O Futuro da Indústria de Defesa
Para enfrentar esses desafios, Washington necessita de uma reforma no setor de defesa. O número de fornecedores está reduzido e a falta de competitividade faz com que os preços aumentem e a qualidade diminua. Com apenas cinco empresas dominando o mercado de defesa, a situação se torna crítica. Essa concentração prejudica, e muito, a capacidade do Pentágono de adquirir os sistemas armamentistas necessários.
Na década de 1990, o governo incentivou a fusão de empresas, acreditando que a diminuição das despesas com defesa tornaria inviável a manutenção de tantas empresas independentes. Hoje, no entanto, a realidade é outra, com menos concorrência e maiores custos.
O Que Fazer Para Reverter isso?
- Expandir o acesso a contratos de longo prazo: Proporcionar mais previsibilidade às empresas de defesa.
- Facilitar a aquisição de produtos de empresas estrangeiras: Ampliar a base de fornecimento ao invés de restringi-la.
- Focar em inovações e tecnologia: Investir em pesquisa e desenvolvimento, aproveitando a expertise do setor privado.
Reconhecendo essas necessidades, o governo pode não apenas revitalizar sua capacidade de defesa, mas também garantir que os EUA se mantenham competitivos em um cenário global de crescente rivalidade.
Fomentando um Futuro Seguro
Os desafios que o EUA enfrenta no momento são vastos e variados, mas não intransponíveis. É essencial que o país adote medidas decisivas agora e intensifique seus esforços para se preparar para um possível conflito no futuro. Proteger Taiwan e os aliados dos EUA é fundamental para a segurança global. Com a adoção de tais medidas, os EUA podem reforçar sua posição no palco mundial e, ao mesmo tempo, fazer frente à crescente ameaça da China.
A história já ensinou que esperar até que o problema se torne iminente pode ser desastroso. O que você acha? O que os EUA deveriam priorizar para garantir que estejam prontos para o que está por vir? É um tema que merece reflexão e discussão em diferentes esferas da sociedade.