O Ibovespa e a Caminhada Rumo ao Novo Recorde
Um Olhar Sobre o Mercado
Depois de uma pequena pausa, o Ibovespa voltou a flertar com a marca dos 158 mil pontos nesta última sexta-feira, dia 14. O dia foi marcado por uma recuperação no preço do petróleo, o que acabou por favorecer as blue chips e aumentou o volume de negócios na B3. Durante a manhã, o índice até ultrapassou essa barreira simbólica, mas perdeu um pouco de força nos momentos finais, fechando em alta de 0,37%, a 157.738,69 pontos. Essa valorização deixou o índice apenas um ponto abaixo do recorde que foi registrado no dia 11.
A Sustentação do Ibovespa
A sessão de sexta-feira devolveu a força que tinha levado o Ibovespa a uma impressionante sequência de 15 altas, com 12 recordes de fechamento nas semanas anteriores. Essa trajetória foi interrompida por pequenos ajustes nas quartas e quintas-feiras, com quedas de 0,30% e 0,07%, respectivamente. Com o avanço do dia, o índice acumula um ganho de 2,39% na semana, uma alta de 5,48% na primeira metade de novembro e impressionantes 31,14% de valorização ao longo do ano.
O suporte para essa proeza veio do petróleo, que subiu mais de 2% tanto em Londres quanto em Nova York, fortalecendo ações da Petrobras (PETR3 +0,78% / PETR4 +0,65%) e influenciando o fluxo cambial. Nos EUA, as movimentações foram mistas: enquanto o Dow Jones teve uma queda de 0,65%, o Nasdaq registrou uma leve alta de 0,13%. Aqui no Brasil, os juros futuros se mantiveram estáveis.
Entre as instituições financeiras, o Santander (+0,60%) e o Itaú (+0,40%) colaboraram para o desempenho positivo do índice, mas o Banco do Brasil enfrentou uma queda após uma recepção negativa de seu balanço do terceiro trimestre. Já a Vale, uma das ações mais relevantes na carteira teórica, recuou 0,61%.
Destaques do Pregão
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Maiores altas:
- MBRF (+11,98%)
- Braskem (+7,85%)
- Magazine Luiza (+5,85%)
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Maiores quedas:
- Yduqs (-6,94%)
- Hapvida (-5,82%)
- Cemig (-5,31%)
Christian Iarussi, da The Hill Capital, destaca que o Ibovespa mantém seu movimento de alta devido a uma combinação de fluxo de investimentos estrangeiros, a valorização do petróleo e a desvalorização do dólar. Para ele, a entrada de capital internacional em ações de empresas relevantes, como Petrobras e grandes bancos, é crucial para a aproximação dos 158 mil pontos.
O Papel das Commodities e o Fluxo Estrangeiro
A influência das commodities no mercado ficou clara ao longo da sessão. A alta nos preços do petróleo reforçou a confiança nas empresas exportadoras e aumentou o apetite por risco voltado ao Brasil, enquanto o dólar teve uma queda, consequência da maior oferta no mercado.
Iarussi frisa que “o petróleo continua a ser o principal vetor desse avanço, já que sua valorização melhora a percepção sobre as empresas exportadoras e reforça a atratividade do Brasil no cenário internacional”.
Expectativas do Mercado
No Termômetro Broadcast, as expectativas para a próxima semana estão divididas. A proporção de pessoas que apostam em uma alta para o índice subiu de 45,45% para 57,14%, enquanto a previsão de queda avançou para 28,57%.
Cesar Mikail, da Western Asset, vê boas perspectivas e acredita que há chances reais de o Ibovespa atingir a marca de 158 mil e até mesmo buscar os 160 mil pontos. Ele menciona a rotação de capital global, o carry trade favorável e as recentes decisões do Fed sobre cortes de juros, sugerindo que mesmo com o bom desempenho das empresas de tecnologia nos EUA, emergentes, especialmente o Brasil, ainda têm muito a oferecer.
Fatores que Influenciam o Mercado
Movimentações no Cenário Internacional
O recente término do shutdown nos EUA reorganizou a divulgação de dados econômicos e ajudou a reduzir a incerteza. Bruno Shahini, da Nomad, observa que “o dólar voltou a cair durante a sessão, impulsionado pela alta do petróleo, que atraiu fluxo comercial, e pelo alívio proporcionado pela reprogramação dos indicadores americanos que haviam sido atrasados”.
Ele acrescenta que “esse ambiente, combinado com o carry trade ainda favorável ao Brasil e a melhora do cenário das commodities, limitou o avanço da moeda norte-americana”. A sessão também refletiu uma desaceleração nos juros futuros após o IPCA de outubro ter ficado abaixo das expectativas, além de uma ata do Copom que trouxe uma leitura mais branda, o que segue estimulando setores domésticos, como o varejo, representado por empresas como Magazine Luiza.
Destaques e Quedas
Na bolsa, o destaque ficou com a MBRF, que teve um forte rali técnico, impulsionado por um balanço considerado sólido e uma das maiores posições vendidas da B3, resultando em um short squeeze. Essa movimentação também beneficiou os frigoríficos Minerva e JBS, que reagiram bem aos resultados corporativos e ao clima otimista no setor.
Entre as quedas no Ibovespa, a Hapvida renovou mínimas em meio a revisões baixistas do mercado, enquanto a Cemig apresentou lucros muito aquém das expectativas, perdendo tração no mercado.
Considerações Finais
Em suma, o movimento ascendente do Ibovespa reflete um conjunto de fatores, incluindo o suporte do petróleo, a entrada de capital estrangeiro e a dinâmica econômica interna. Com os investidores atentos ao desempenho das commodities e à política monetária nos EUA, as próximas semanas prometem ser de grandes expectativas e oportunidades.
Acompanhar o mercado e entender suas nuances é essencial para quem busca investir de forma consciente e estratégica. E você, quais são suas expectativas para o futuro do Ibovespa? Compartilhe suas opiniões!
