Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Shein e as Acusações de Trabalho Forçado: Uma Questão Delicada
A Shein, uma importante varejista de moda chinesa, tem estado sob os holofotes devido a alegações graves sobre o uso de trabalho forçado em sua cadeia de fornecimento de algodão. Recentemente, seu advogado, Yinan Zhu, participou de uma reunião no Comitê de Negócios e Comércio do Parlamento britânico, onde se viu cercado por perguntas sobre este tema polêmico.
O Desafio da Transparência
Durante a sessão, os parlamentares questionaram repetidamente se a Shein utiliza algodão proveniente da província de Xinjiang, na China, onde há denúncias de trabalho escravo contra a população uigur. No entanto, Zhu rejeitou tais perguntas, alegando que não poderia fornecer informações operacionais detalhadas, pedindo para enviar uma resposta por escrito posteriormente.
“Compreendo que a discussão envolve cadeias de suprimentos internacionais e direitos trabalhistas, mas só posso responder perguntas que se relacionam ao meu cargo e responsabilidades. Farei o possível para fornecer as informações que puder,” afirmou Zhu, evidenciando uma posição que deixou muitos parlamentares frustrados.
A Reação dos Parlamentares
O presidente do comitê, Liam Byrne, expressou a indignação dos membros ao afirmar que a falta de respostas deixou a equipe “bastante horrorizada”. Ele destacou que a Shein não ofereceu provas suficientes para garantir a integridade de suas operações, resultando em uma confiança quase nula nas suas cadeias de suprimento.
As acusações contra a marca não são novas. Há um clima de desconfiança crescente em torno da Shein, especialmente devido às alegações de que parte do algodão que utiliza pode estar vinculado a práticas de trabalho escravo na região de Xinjiang.
Estratégias de Fornecimento e Auditorias
Zhu explicou que a Shein, embora tenha sido fundada na China, opera a partir de Cingapura e não possui fábricas próprias. Em vez disso, colabora com uma rede de fornecedores que inclui países como Brasil e Turquia. Segundo ela, a empresa exige que seus fornecedores sigam rígidos padrões de responsabilidade. Até agora, mais de 4.000 auditorias já foram realizadas, baseadas em uma lista de 140 itens que garantem diligência e conformidade com os direitos trabalhistas.
- Rede de fornecedores: A empresa utiliza hortas de fornecedores em diversos países.
- Auditorias rigorosas: Quase 4.000 auditorias foram conduzidas para assegurar conformidade com as normas trabalhistas.
Perplexidade e Demandas por Informações
Entretanto, quando os deputados questionaram se a proibição de fornecedores que adquirem algodão de Xinjiang estava incluída nessa lista de 140 itens, a resposta foi outra recusa. Zhu reiterou o pedido para responder à questão por escrito, o que aumentou a frustração do comitê.
Durante a audiência, ficou claro que os representantes da Shein não tinham informações suficientes para tranquilizar os legisladores sobre o processo de abastecimento da empresa, especialmente em um contexto onde a marca busca listar suas ações na Bolsa de Valores de Londres.
Avisos Sobre a Importância da Ética Empresarial
Byrne comentou: “Para uma empresa que fatura bilhões no Reino Unido e que está tentando abrir capital, é inaceitável a falta de evidências. Estamos muito preocupados com a falta de clareza sobre como seus produtos são feitos.” Isso levanta questões sobre a ética nos negócios e a responsabilidade das empresas em garantir práticas de trabalho justas em suas cadeias de suprimento.
Propostas de Legislação e Conformidade
Uma preocupação adicional se refere à necessidade de o Reino Unido estabelecer sua própria versão da Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uyghur (UFLPA) dos EUA, que presume que todos os produtos provenientes ou produzidos na região de Xinjiang foram feitos sob condições de trabalho forçado, tornando sua importação proibida. A proposta sugere que as empresas que operam no Reino Unido sejam regulamentadas de acordo com padrões rígidos para prevenir a exploração trabalhista.
Repercussão das Declarações do governo
Jonathan Reynolds, Secretário de Negócios do Reino Unido, reforçou a necessidade de as empresas, como a Shein, adotarem metas éticas e morais rigorosas. “Se uma empresa possui trabalho forçado em sua cadeia de suprimento, ela não tem lugar no Reino Unido, independentemente de sua origem”, enfatizou, destacando a importância de regulamentações locais para garantir que esses padrões sejam cumpridos.
A Resposta da Shein e Compromissos com Direitos Humanos
Diante de todas essas alegações, a Shein afirmou ter uma “política de tolerância zero para trabalho forçado”. Em um comunicado, a empresa reiterou seu compromisso com a transparência e a responsabilidade em sua cadeia de suprimentos, prometendo que os fabricantes contratados adquiririam apenas materiais de regiões que não envolvessem exploração.
“A visibilidade em toda a nossa cadeia de suprimentos é essencial, e estamos totalmente comprometidos em respeitar os Direitos Humanos”, enfatizou a companhia, deixando claro que a verificação independente é uma parte fundamental de sua estratégia.
Encaminhando para um Futuro Ético
Esse caso da Shein é apenas a ponta do iceberg em um debate maior sobre as responsabilidades das grandes marcas em um mundo globalizado. Cada vez mais, consumidores e legisladores estão exigindo maior transparência e ética nas práticas de abastecimento, especialmente quando práticas laborais questionáveis estão envolvidas. À medida que o público se torna mais consciente e exigente, as empresas poderão precisar se adaptar a um novo padrão de conformidade e responsabilidade dentro de suas operações.
Com essa situação, o que podemos aprender? A pressão pela ética nas decisões de compra e consumo nunca foi tão forte. As empresas são diretamente responsáveis por garantir correntes de suprimento livres de exploração e práticas injustas. No fim das contas, consumidores bem informados podem ser os grandes agentes de mudança.
Todos temos um papel a desempenhar nessa jornada. O que você pensa sobre a responsabilidade das marcas em garantir que seus produtos sejam fabricados de forma ética? Compartilhe sua opinião e continue a conversa!
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