O Passado e o Mercado: Lições de Thamara Di Lauro
Antes de mergulhar no universo das ações e gráficos, Thamara Di Lauro enfrentou um desafio muito mais profundo: seu próprio passado. Ao longo do tempo, ela percebeu que suas reações frente ao mercado não eram apenas gripe dos candles, mas reflexo de feridas emocionais que a acompanharam desde a infância.
No primeiro episódio da quarta temporada do programa Mapa Mental, no canal GainCast, Thamara compartilhou um episódio revelador que a ajudou a entender seus padrões de autossabotagem. “Meu ambiente familiar sempre esteve permeado pela escassez, não necessariamente financeira, mas de mentalidade”, conta. “Temos pessoas extremamente capazes, mas que muitas vezes não se sentem merecedoras”, explica.
Ela destacou que o contexto familiar cultivava uma crença de que perder era sinônimo de fracasso. “Cresci ouvindo que perder dinheiro é algo negativo. Imagine a situação: você entra em um mercado onde o principal instrumento de trabalho é lidar com a perda”, comenta.
Um Ciclo Perigoso
Esse tipo de mentalidade criou um ciclo vicioso. “Era um gatilho que dizia: ‘preciso recuperar o que perdi’. E quanto mais eu tentava, mais eu me afundava”, recorda. Para Thamara, compreender sua herança emocional foi fundamental para quebrar esse ciclo vicioso.
“Esses padrões não se curam. A gente enfraquece eles. Eu precisei reconhecer que isso existia pra conseguir me remodelar.”
Superando o Trauma: A Autossabotagem em Questão
Durante a conversa, Thamara compartilhou um episódio que nunca havia revelado. “Esta é a primeira vez que falo sobre isso publicamente, mas sinto que agora é seguro”, diz com emoção. O que ela compartilha é revelador: “Fui vítima de abuso na infância. Sempre carreguei uma sensação interna de que não era suficiente e um sentimento estranho de desmerecimento, como se tivesse que provar meu valor constantemente. Isso se refletia em todas as áreas da minha vida, inclusive no trading”, desabafa.
Ela comentou sobre como a busca por aprovação manifestava-se em decisões impulsivas, na necessidade de “recuperar” o que havia perdido, e na dificuldade para aceitar erros.
“Toda vez que eu operava querendo provar que eu era capaz, eu repetia os mesmos padrões do passado. O mercado apenas refletia isso de volta.”
Reconhecimento: O Primeiro Passo para a Transformação
Para Thamara, o processo de cura não surgiu do mercado, mas da sua própria consciência. “Os comportamentos tóxicos não desaparecem, eles apenas se enfraquecem. Se eu voltar a alimentá-los, as novas conquistas podem ser rapidamente abaladas”, observa.
Por isso, ela acredita que a consistência vai além da técnica. “A minha jornada é diária. Não estou apenas consistente, mas me esforçando para ser. Isso é o resultado do que trabalhamos internamente”, conclui Thamara.
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