Expectativas da Super Quarta: Selic e Juros nos EUA
Na tão aguardada Super Quarta, marcada para essa quarta-feira (30), tanto o Brasil quanto os Estados Unidos devem manter suas taxas de juros. No entanto, o que realmente interessa para os investidores é a forma como os Comitês de Política Monetária, o Copom (Banco Central brasileiro) e o Fomc (Federal Reserve americano), comunicarão seus posicionamentos.
O Cenário Brasileiro
No Brasil, a expectativa é que a Selic permaneça em 15%. Especialistas da XP Investimentos, Bradesco, JPMorgan, Safra, Genial e Citi concordam que essa manutenção é praticamente certa, mas divergem em suas projeções sobre quando deverá iniciar o ciclo de cortes. Algumas análises indicam que isso pode ocorrer apenas em 2026, enquanto outras apostas para mudanças podem surgir ainda neste ano, dependendo do ambiente econômico.
Fatores que Influenciam a Manutenção da Selic
- Inflation Pressure: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025 ainda se mantém acima do teto da meta, exigindo um viés conservador.
- Mudanças no Câmbio: O comportamento do dólar e os reajustes nas tarifas de energia previstos para agosto elevam a pressão sobre os preços.
Joaquim Neto, especialista em investimentos, ressalta que se o comunicado do Copom demonstrar um tom mais severo, mesmo com a manutenção da Selic, os contratos futuros de juros podem se elevar. Em contrapartida, uma abordagem mais leve poderia provocar reações adversas nas curvas de juros, gerando incertezas sobre a disposição do Copom em seguir seu mandato.
Comunicações e Expectativas
Ao se aproximar da reunião, a principal dúvida gira em torno da comunicação do Copom. Incertezas fiscais e o aumento da inflação estão no centro das atenções. um discurso focado na estabilidade pode ajudar a acalmar o mercado, enquanto comentários ambíguos podem elevar a percepção de risco.
A Visão do Federal Reserve
Nos Estados Unidos, o Fomc deverá manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, com 97% de probabilidade, conforme dados do CME Group. A pressão política sobre o Federal Reserve, especialmente por parte do presidente Donald Trump, que busca cortes nos juros, é um aspecto a ser considerado.
O Importante Acontecimento de 12 de Agosto
Outro fator relevante é a reunião agendada entre autoridades americanas e chinesas em agosto, que pode impactar diretamente as decisões do Fomc. Será um momento significativo que pode determinar a trajetória das taxas de juros.
Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, acredita que mesmo que o tom das comunicações do Federal Reserve se torne um pouco mais ameno, mudanças significativas no curto prazo não devem ocorrer. A Selic deve permanecer em 15% por mais um tempo, até que haja uma convergência mais clara em relação à meta de inflação.
O Impacto das Decisões sobre o Fluxo de Capital
As decisões dos bancos centrais não impactam apenas os mercados internos, mas também podem influenciar o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil. Caio Mitsuo, planejador financeiro, indica que a taxa básica de juros americana, as Fed Funds, continua sendo um guia essencial para os investimentos globais.
Efeito do Tom da Comunicação
- Um comunicado dovish (mais favorável à redução de juros) pode aumentar o apetite por mercados emergentes, como o Brasil, com a consequente redução dos yields dos títulos americanos.
- Isso torna os investimentos em mercados emergentes mais atraentes, especialmente considerando o diferencial de juros em relação às taxas brasileiras, favorecendo operações de carry trade.
Até agora, o fluxo de capital estrangeiro no Brasil sofreu com a incerteza resultante das tarifas anunciadas, resultando em saídas líquidas significativas. Em 14 de julho, a saída líquida atingiu US$ 520 milhões, refletindo um mês desafiador para o mercado.
Olhando para o Futuro
O cenário econômico do Brasil ainda apresenta desafios, com um aumento nos pedidos de recuperação judicial, resultado de um crédito mais caro após a elevação da Selic. A transmissão das consequências dessa política monetária poderá ser mais evidente entre o fim de 2025 e início de 2026.
Projeções para a Selic
A XP Investimentos projeta que a Selic comece a cair a partir de janeiro, com uma taxa estimada em 12,50% até o final de 2026. Para uma Selic próxima ao nível neutro de 5,5% (descontada a inflação), será necessário que haja avanço nas reformas fiscais e uma melhora econômica a partir de 2027.
Considerações Finais
A Super Quarta promete ser um divisor de águas, tanto para a economia brasileira quanto para a americana. A forma como os Comitês de Política Monetária se posicionarão poderá ter impactos significativos nas expectativas de inflação e no fluxo de capital. Fique atento às comunicações vindas do Copom e do Fomc, pois elas poderão influenciar não apenas as taxas de juros, mas também o caminho da recuperação econômica em ambos os países.
Você está preparado para as mudanças que podem ocorrer? Deixe suas opiniões e comentários sobre como você vê o futuro da economia brasileira e americana!
Acompanhe de perto e prepare-se para agir de acordo com as expectativas do mercado!