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Transformando o Futuro: Como as Macroalgas Marinhas Podem Revolucionar a Produção de Bioinsumos no Brasil

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Macroalgas marinhas

Divulgação Embrapa

O Potencial das Macroalgas Marinhas na Agricultura Brasileira

As macroalgas marinhas, um recurso natural em abundância, têm ganhado destaque em diversas indústrias pelo mundo, abrangendo desde a alimentação até a agricultura. Elas são, inclusive, a segunda maior mercadoria global da aquicultura em termos de volume. No Brasil, com uma costa marinha de mais de 8.000 km, o uso de macroalgas ainda é um potencial inexplorado, principalmente no que diz respeito à produção de bioinsumos para a agricultura. Essa é a visão dos especialistas envolvidos no projeto Algoj, que visa explorar essas ricas fontes de princípios ativos.

Iniciativas Promissoras: O Projeto Algoj

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), juntamente com a CBKK (Celo de Bonstato Kaj Konservado) e o Instituto BKK (Bonfarto Kaj Konservado), está desenvolvendo um projeto inovador intitulado “Bioestimulante obtido de macroalga cultivada no Brasil”, focado no aumento da produtividade nas culturas agrícolas. Recentemente, foram realizados experimentos com bioestimulantes à base de macroalgas marinhas no cultivo do tomate BRS Zamir, um cultivo ideal devido ao seu rápido crescimento e adaptabilidade a estufas.

O que são bioestimulantes? Esses produtos, formulados a partir de substâncias naturais, são aplicados diretamente nas plantas, sementes e solo, promovendo um ambiente propício para o desenvolvimento saudável das lavouras. A eficácia desses bioestimulantes inclui:

  • Aumento da produtividade das culturas;
  • Melhoria na qualidade das sementes;
  • Estímulo do crescimento das raízes;
  • Equilíbrio dos hormônios vegetais;
  • Germinação mais rápida e uniforme.

Resultados Promissores na Produção de Tomates

O experimento com o tomate BRS Zamir, que ocorreu em um período de 120 dias, começou em setembro e teve uma previsão de cinco colheitas. Durante essa fase, os pesquisadores da Embrapa analisaram diferentes aspectos, como:

  • Teor de brix (açúcar dos tomates);
  • Acidez;
  • Concentração de licopeno (um poderoso antioxidante);
  • Vida útil pós-colheita.

Estas análises são cruciais para entender melhor como as macroalgas podem influenciar o crescimento e a qualidade das culturas. As pesquisadoras Simone Mendonça e Patrícia Abrão Molinari lideram esse estudo, que utiliza a tecnologia de espectrometria de massas para identificar diferentes compostos presentes nas algas e verificar como esses metabólitos secundários podem beneficiar as plantas.

Seleção e Formulação de Produtos Inovadores

Um dos objetivos da pesquisa é selecionar os perfis metabólicos mais adequados para criar um bioestimulante eficaz e identificável através de um marcador químico de referência. Como explica Simone Mendonça: “A presença de um marcador químico é fundamental para assegurar a consistência do produto, mesmo quando diferentes lotes de macroalgas são utilizados.” Isso garante que o bioestimulante mantenha sua eficácia ao longo do tempo e durante o armazenamento.

Com a conclusão da colheita dos tomates, a próxima etapa é desenvolver fórmulas para um produto comercial. A ideia é que a pesquisa não se restrinja somente aos princípios metabólicos, mas também envolva a realização de estudos de dose-resposta e avaliações de aplicação do produto final.

Explorando Novos Horizontes: Outras Culturas

Enquanto o projeto foca inicialmente no tomate, existem planos para expandir os testes com bioestimulantes derivados de macroalgas em outras culturas, como grãos e leguminosas. Essa abordagem poderá trazer benefícios significativos, não apenas para a agricultura, mas também para a segurança alimentar no Brasil.

Impacto Social e Sustentabilidade

O projeto Algoj vai além da pesquisa científica; ele também tem um forte componente social. Com a parceria da CBKK, há planos para estabelecer fazendas marinhas no sul da Bahia, criando uma nova fonte de renda para pescadores artesanais. Essas fazendas serão dedicadas ao cultivo das macroalgas que servirão como matéria-prima para os bioestimulantes, promovendo assim uma economia sustentável.

A CBKK se compromete a apoiar a implementação desse sistema, enquanto a Embrapa é responsável por determinar quais macroalgas são as mais apropriadas e como deve ser o processamento para a obtenção do extrato bioestimulante.

Iniciado em 2023, o projeto Algoj recebeu recursos da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), evidenciando o compromisso do Brasil com a inovação e a sustentabilidade nas práticas agrícolas.

Portanto, à medida que os pesquisadores avançam com suas investigações, fica claro que as macroalgas marinhas têm o potencial de transformar a agricultura brasileira, oferecendo soluções viáveis que não só melhoram a produtividade, mas também promovem a sustentabilidade e a inclusão social.

Você já havia pensado sobre como o uso de recursos naturais como as macroalgas pode impactar a agricultura? Está pronto para ver como essa inovação pode moldar o futuro do cultivo no Brasil? Conte para a gente suas opiniões nos comentários.

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