segunda-feira, junho 9, 2025

Filme Brasileiro Vencedor da ONU: A Impactante Luta Contra o Preconceito Religioso que Vai Te Surpreender!


A história de Bárbara Oliveira, uma jovem de 14 anos do Brasil, nos leva a refletir sobre as complexidades da espiritualidade e da tolerância religiosa. Nascida em uma família que pouco se importa com questões religiosas, Bárbara encontrou no candomblé uma conexão profunda, mas não sem enfrentar desafios. Aos 12 anos, ao começar a frequentar um terreiro de candomblé, ela se deparou com a resistência de seus familiares. “Quando entrei pela primeira vez, parecia que estava em um paraíso. No entanto, hoje, não vou mais, por respeitar as questões familiares. Ainda assim, estou muito conectada ao candomblé”, compartilha com emoção à ONU News.

Aguarda pela maioridade

Para evitar mais conflitos com seus pais, Bárbara decidiu se afastar temporariamente do candomblé, mas isso não a impede de sonhar com o momento em que poderá retornar. “Minha família é intolerante, e eu prefiro respeitar isso. Assim que completar 18 anos, poderei tomar minhas próprias decisões sem desrespeitar meus pais agora”, afirma.

Na escola, quando o tema do preconceito religioso foi proposto para um curta-metragem, Bárbara não hesitou em se envolver. “Apesar de sermos um país laico, ainda há muito desrespeito e discriminação. Infelizmente, muitas pessoas enfrentam até mesmo a morte por causa da intolerância religiosa, e achamos importante discutir esse assunto”, explica, demonstrando firmeza em suas convicções.

Bárbara se uniu a outros cinco estudantes da Escola Municipal Santa Terezinha, localizada em Petrolina, Pernambuco, e juntos usaram celulares, dicas da internet e adereços emprestados para criar um filme que explora o preconceito religioso através da recitação de um poema.

Reconhecimento ao redor do mundo

O curta-metragem intitulado “Deuses Distintos” foi premiado entre diversas produções globais no Plural+ Youth Video Festival, realizado pela Aliança das Civilizações da ONU e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). A turma teve a oportunidade de viajar até Portugal para receber um dos prêmios, onde também teve a chance de dialogar com a ONU News durante o 10º Fórum Global da Aliança das Civilizações, que ocorreu entre 25 e 27 de novembro.

Desnudando o preconceito

A orientadora do projeto, professora Ana Júlia Freitas, afirmou que o tema foi escolhido pelos estudantes, que testaram pessoalmente o preconceito religioso, especialmente em relação às religiões de matriz africana. “O racismo religioso abrange várias crenças, mas se manifesta particularmente contra as religiões afro-brasileiras. Aqui no Brasil, essa intolerância é bastante visível, e muitos que sofrem precisam silenciar suas dores”, lamenta.

João Pedro Cerqueira, de 16 anos, também participou da produção e recitou o poema que serve como base para a narrativa. Ele afirma que o preconceito é palpável em Petrolina, sua cidade natal, e menciona a destruição de terreiros de candomblé. “Alguns terreiros são vandalizados apenas porque pessoas sem entendimento pensam que aqueles lugares são amaldiçoados”, detalha, trazendo luz a uma realidade sombria.

Um momento de celebração

Quando receberam a notícia da premiação, a turma passou por uma montanha-russa de emoções. “Foi inacreditável, ainda não consigo acreditar que chegamos até Portugal”, exclamam em uníssono.

Durante a cerimônia de premiação, o grupo teve a honra de subir ao palco para expressar sua gratidão, vivenciando um momento emocionante para todos os envolvidos. “Ao final do meu discurso, a palavra que me veio à mente foi ‘gigante’, porque me senti assim e acredito que meus alunos também”, compartilha a alegria a professora Ana Júlia.

A luta pela tolerância

O secretário-geral da ONU, António Guterres, tem se posicionado firmemente contra a intolerância religiosa, incluindo em suas falas no 10º Fórum Global da Aliança das Civilizações. Em Cascais, lamentou as ameaças contra comunidades religiosas, apontando que essas ações refletem uma grave incapacidade de promover a união em prol do bem comum.

Além disso, o Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou em 2023 uma resolução que condena a intolerância religiosa. O alto comissário de Direitos Humanos, Volker Turk, destacou que violações e destruição das crenças mais íntimas podem resultar em “polarização das sociedades e aumento das tensões”.

Com histórias como a de Bárbara e seu grupo de amigos, podemos observar que, mesmo em um cenário agridoce de desafios, a esperança e a luta pela aceitação permanecem. O que você pensa sobre o papel da educação na promoção da tolerância religiosa? Vamos continuar essa conversa nos comentários.

*Sara de Melo Rocha é correspondente da ONU News em Lisboa.

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