segunda-feira, dezembro 23, 2024

Reino Unido Ignora Riscos Cibernéticos de Países Inimigos: O Alerta do NCSC Sobre a China


O Desafio das Ameaças Cibernéticas no Reino Unido

O Reino Unido enfrenta um momento crítico quando se trata de segurança cibernética. De acordo com uma revisão anual do Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC), o país está “subestimando amplamente” os riscos representados por cibercriminosos e governos hostis, como os da China, Rússia, Irã e Coreia do Norte. Essa afirmação veio à tona em um contexto onde os ataques cibernéticos têm se tornado cada vez mais frequentes e sofisticados.

O Aumento das Ameaças Cibernéticas

Nos últimos anos, observou-se um aumento significativo no número de incidentes cibernéticos que requerem a intervenção do NCSC. Entre setembro de 2023 e agosto de 2024, a equipe de Gestão de Incidentes da agência recebeu impressionantes 1.957 relatos de ataques. Desses, 430 precisaram de suporte adicional, e 89 foram classificados como “nacionalmente significativos”. Dentre esses, doze se destacaram como os mais graves, representando um aumento de três vezes em relação ao ano anterior.

Setores Mais Afetados

Os setores que mais relataram ataques de ransomware incluem:

  • Educação: Instituições acadêmicas foram alvo frequente.
  • Manufatura: Fábricas e empresas de produção enfrentaram problemas sérios.
  • Tecnologia da Informação: Empresas de TI se tornaram alvos principais.
  • Jurídico: Escritórios de advocacia não escaparam das ameaças.
  • ONGs: Instituições de caridade também foram visadas.
  • Construção: Projetos de infraestrutura enfrentaram desafios.

O NCSC destaca incidentes importantes, como o ataque a Synnovis, que teve um impacto negativo em milhares de consultas do NHS, e o ataque à Biblioteca Britânica, que comprometeu a maioria de seus sistemas online em outubro de 2023.

Falta de Reconhecimento do Perigo

Os autores do relatório enfatizam que a seriedade das ameaças enfrentadas pelo Reino Unido está sendo amplamente subestimada. Isso é especialmente preocupante quando se trata da segurança das infraestruturas críticas, das cadeias de suprimento e do setor público, que necessitam de melhorias urgentes.

Disparidade entre Ameaças e Resiliência

O NCSC definiu que existe uma “disparidade crescente” entre a resiliência das infraestruturas britânicas e as ameaças que elas enfrentam. A lacuna entre os riscos cibernéticos e a capacidade de resposta do Reino Unido precisa ser resolvida com a máxima urgência.

As Potências Hostis

O cenário internacional mostra um ambiente online cada vez mais desafiador, onde cibercriminosos de diferentes países operam com intenções diversas. O NCSC identificou, entre as ameaças, os seguintes países:

  • China: Um ator altamente sofisticado que busca minar a segurança do Reino Unido e de outras nações ocidentais.
  • Coreia do Norte: Envolve-se em operações cibernéticas para gerar receita e contornar sanções.
  • Irã e Rússia: Estão ativamente engajados em atividades de ciberespionagem e esforços para prejudicar a infraestrutura crítica de outros países.

O governo britânico, em março de 2024, acusou hackers ligados ao regime chinês de atacar instituições britânicas. O NCSC acredita que esses atores foram quase certamente responsáveis por campanhas cibernéticas maliciosas, incluindo ataques a parlamentares e compromissos de sistemas na Comissão Eleitoral.

O Papel do Partido Comunista Chinês

A análise revela que o Partido Comunista Chinês (PCCh) tem a ambição de expandir sua influência tanto por meio de operações cibernéticas quanto informativas. Os autores do relatório alertam que atores ligados ao PCCh buscam acessar redes críticas para coleta de dados, espionagem e para se posicionar em infraestrutura nacional com potencial para causar interrupções futuras.

Ciberatividade Hostil

Além da China, a Rússia e o Irã estão promovendo atividades cibernéticas hostis. O NCSC afirmou que esses países visam não só degradar e comprometer sistemas, mas também apoiar ameaças físicas diretas e agirem de forma híbrida, envolvendo espionagem e manobras políticas.

Ação da Coreia do Norte

A Coreia do Norte, por sua vez, tem se concentrado em operações cibernéticas com o objetivo de gerar receita. Empreendendo ataques a empresas de criptomoedas e tentando roubar dados de governos e instituições, busca fortalecer suas capacidades militares e de segurança interna.

Necessidade de Vigilância Contínua

Durante a apresentação da revisão anual, o diretor executivo do NCSC, Richard Horne, mencionou que “a atividade hostil no ciberespaço britânico aumentou em frequência, sofisticação e intensidade”. Ele ressaltou que o setor de ameaças está se diversificando rapidamente, e não apenas os alvos tradicionais estão sob risco, mas todos os segmentos da sociedade britânica enfrentam a possibilidade de roubos de dados.

A Inadmissibilidade da Complacência

Horne não hesitou em afirmar que “não há espaço para complacência” e que é vital estar ciente da gravidade das ameaças representadas por estados hostis e cibercriminosos. O Chanceler do Ducado de Lancaster, Pat McFadden, também enfatizou a importância do trabalho colaborativo entre o governo e a indústria para fortalecer a resiliência cibernética em todo o país.

Reflexão Final

À medida que as ameaças cibernéticas continuam a crescer e se diversificar, é crucial que o Reino Unido e outras nações se unam para enfrentar esse desafio emergente. As instituições e indivíduos devem estar mais bem preparados para encarar um panorama onde a segurança cibernética se torna uma prioridade inegociável.

Essas observações não apenas destacam a importância de uma resposta robusta e adaptativa, mas também nos convidam a refletir sobre o papel que cada um de nós pode desempenhar na proteção do espaço virtual. Como podemos, juntos, tornar o ciberespaço um lugar mais seguro e resiliente? ⚠️

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